“Era horrível, uma bagunça”, revela Pierce sobre passagem pelo Nets

Feliz em Washington, veterano critica postura de companheiros de time na última temporada

Fonte: Feliz em Washington, veterano critica postura de companheiros de time na última temporada

Paul Pierce é um jogador à moda antiga: suas 15 temporadas pelo Boston Celtics foram prova de competitividade, doação a cada treino e mentalidade coletiva raras na NBA atual. Por isso, sua passagem pelo Brooklyn Nets deixou uma sensação terrível. Em entrevista à ESPN, o ala afirmou estar bem mais contente no Washington Wizards do que em seu ano com a equipe de Nova Iorque.

“Era uma situação muito complicada lá no Nets, no ano passado. Horrível, de verdade. Uma bagunça. O problema estava na atitude dos jogadores – e não era como se nós estivéssemos cercados de novatos e jovens. Os veteranos não queriam jogar e treinar. Se não fosse por mim e Kevin [Garnett], o time teria desabado. Mantínhamos as coisas andando diariamente”, revelou o campeão da NBA em 2008, com o Celtics.

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Pierce ficou decepcionado com o elenco novaiorquino como um todo, mas, em especial, com o astro Deron Williams. Ele esperava que o armador assumisse uma posição mais firme dentro do time, dentro e fora de quadra, mas nunca viu real vontade no companheiro. “Antes de eu chegar lá, pensava em Deron como um candidato a MVP. Mas logo percebi que simplesmente não queria ser um”, contou.

Desde sua chegada no Nets, Williams viveu uma severa queda de produção em relação ao que apresentou com a camisa do Utah Jazz. Para o ala, a pressão de atuar em um grande centro foi uma das principais causas. “Existe muita pressão sobre Deron, de vez em quando. Esta era a primeira vez dele em uma posição de destaque na mídia. Não tem como comparar Utah e Nova Iorque – e acho que isso o afetou”, analisou.

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Pierce Deron Garnett

A passividade dos colegas de equipe incomodou Pierce e, ao lado de Garnett, ele foi obrigado a assumir a liderança do grupo. “Joe [Johnson] é calado e não gosta de chamar a atenção. Havia vários jogadores secundários naquele elenco e nós dois chegamos lá pensando que os jogadores principais nos dariam um empurrão. Mas acabou que nós tivemos que dar esse empurrão em todos”, lembrou.

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O fim da última temporada também marcou o fim da longa parceria entre os dois veteranos, que seguiram em caminhos diferentes. Mas a amizade entre ambos segue intacta. “Eu teria ficado em Brooklyn por Kevin. Disse a ele que não gostava daquela situação, mas nunca o deixaria lá se me pedisse para ficar. Jamais. No entanto, hoje, sei que ele está feliz. Ele é Minnesota e nunca deveria ter vendido sua casa lá”, afirmou.

Pierce, por sua vez, assinou com o Wizards aquele que pode ser seu último contrato na NBA. Curiosamente, ele não continuou no Nets porque a franquia não tentou mantê-lo quando os dirigentes de Washington fizeram-lhe uma proposta por seus serviços. Sua chegada à capital dos EUA tornou-o, quase por acidente, uma espécie de mentor de jogadores mais jovens, talentos que precisam da orientação de alguém mais rodado.

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“Eu converso muito com eles sobre preparação mental e consistência. Sigo dizendo a Wall e Beal que precisam pensar grande. Querem ser bons ou ótimos? Porque, se forem ótimos, precisam fazer isso todas as noites. Eles possuem muito potencial e, de vez em quando, não tenho certeza se entendem o que é necessário para chegar ao máximo desse potencial”, explicou o veterano ala, com quase duas décadas de experiência na NBA.

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Sua experiência também sugere que o Wizards pode ir longe nos playoffs. Para o ala, o elenco do Wizards é bom o suficiente para brigar por muito mais do que apenas as primeiras posições do Leste na temporada regular. Apesar do rendimento abaixo do esperado na segunda metade da campanha, ele acredita que o time está pronto para brigar até pelo título de conferência.

“Não tem um time no Leste que intimida e deixe a gente pensar que não temos chances. Por melhor que seja o Hawks, nós não temos medo. Você certamente precisa se preocupar com o Cavaliers, até porque eles contam com LeBron e alguns veteranos agora. Mas, se chegarmos às finais de conferência, qualquer coisa pode acontecer”, garantiu o craque, dono de médias de 20.7 pontos, 5.8 rebotes e 3.7 assistências em mais de 1.200 jogos na carreira.

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Aliás, se o assunto é o astro do Cleveland Cavaliers, Pierce ainda tem um pouco de trash talk para destilar. “Eu tive meu tempo e minha próxima temporada será a última. Mas eu sempre disse que desejava estar em meu auge enfrentando LeBron. Aí nós teríamos visto quantos campeonatos ele teria vencido”, encerrou, deixando uma provocação no ar.

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