Há pouco mais de dois anos, escrevi sobre o início carreira do armador Michael Carter-Williams, que fizera uma excelente estreia pelo Philadelphia 76ers. Os comentários não estão lá mais, por conta da migração que fizemos para o Lance!, mas me lembro especificamente de um deles, e dizia que Carter-Williams seria um astro e eu estava errado ao compará-lo com Brandon Jennings.
Não se trata de uma vingança, até porque nem me lembro do nome do sujeito. Mas sim, de uma constatação.
Carter-Williams era a grande promessa do Sixers, tanto que ganhou o prêmio de melhor calouro com um pé nas costas. Porém, a diretoria andou fazendo cada absurdo nos últimos anos, que sua saída para o Milwaukee Bucks foi tida como um erro do time de Philadelphia. Ora, você acaba de negociar o sujeito que acabou de ganhou o ROY. Logo, você está equivocado.
Parece que não é bem assim.
Vamos entender que o atleta é bastante jovem — está com 24 anos — e ainda pode evoluir muito. No entanto, até o momento, isso ainda não aconteceu.
Um dos aspectos que comentei naquele artigo era de sua semelhança com Shaun Livingston. Claro que Livingston penou até conseguir retomar um bom nível em quadra, mas a qualidade do arremesso segue a mesma.
Carter-Williams até hoje não passou de 26.4% de aproveitamento nos tiros de longa distância e está em um time carente exatamente disso. O Bucks precisa desesperadamente de um jogador que saiba arremessar de três e, claramente, não é o caso de seu armador.
A qualidade dos arremessos tentados dá a pinta de que ele está procurando não forçar tanto, até porque em Milwaukee, ele não é a primeira, nem a segunda opção ofensiva. Ou seja, pode buscar um chute mais “na boa”. Tanto que possui aproveitamento de 54.1% perto da cesta, mas “castiga” o aro com 30.3% quando arrisca de cinco metros para trás. O gráfico abaixo, do site Austin Clemens, ajuda a desvendar o que digo.
Escrevo aqui na mesma noite em que ele beirou um triplo duplo contra o Oklahoma City Thunder, com 19 pontos, nove rebotes e nove assistências. Em algumas noites, ele vai fazer exatamente isso. Em outras, sequer vai distribuir passes decisivos, como ocorrera em duas oportunidades em 2015-16.
O fato é que, mesmo com características diferentes, Carter-Williams lembra a ascensão de Jennings, assim como seus altos e baixos.
Como em 2013, eu ainda torço para que ele tenha uma bela carreira e que seus feitos sejam cada vez maiores. Posso estar enganado, mas hoje ele é um outro Brandon Jennings. Só mais um.