É difícil, mas uma hora a conta chega. Nas últimas décadas, vimos muitos casos em que um grande ídolo no esporte que não soube quando era a hora de parar, mas quem é que define isso?
Depende muito e de vários fatores.
Alguns jogadores podem seguir atuando por dinheiro, prestígio e, na maioria das vezes, a competitividade. No entanto, para um ídolo permanecer no esporte por longos anos é necessário estar com o físico e a mente em dia, planejando a hora certa de parar.
Hoje, Udonis Haslem é o jogador mais velho em atividade na NBA, mas sua importância em quadra é praticamente irrelevante. Aos 42 anos, Haslem vai para mais uma temporada no Miami Heat, mesmo que tenha pouquíssimos minutos em quadra.
LeBron James
LeBron James, por outro lado, vai fazer 38 anos em dezembro e é sempre um candidato a MVP em potencial. Mas James deve seguir mais algumas temporadas na liga. Pelo menos, até seu filho Bronny entrar em quadra ao seu lado.
Mas será que, daqui dois anos, ele vai despencar?
Nossa torcida, obviamente, é que não aconteça isso, mas as últimas contusões deram um sinal contrário.
Claro que LeBron não vai parar tão cedo, mas a preocupação sobre a hora que vai tirar o ídolo do esporte das quadras começa a crescer.
Sim, a NBA conta com nomes enormes, como Stephen Curry e Kevin Durant, mas eles já não são tão jovens assim. Ou seja, a liga vai pular alguns jogadores e vai cair diretamente nos colos de Giannis Antetokounmpo e Luka Doncic.
Tom Brady
Tom Brady, por exemplo, anunciou que iria se aposentar, mas voltou atrás 40 dias depois. Aos 45 anos, Brady retornou para a sua 23ª temporada na NFL, mas ele realmente poderia render bem o suficiente para justificar a permanência?
Bem, a resposta é sim, claro.
Em 2021, o Giselo proporcionou aos seus fãs as melhores marcas pessoais em passes completos, jardas aéreas e liderou a NFL com 43 touchdowns. Aliás, foi sua segunda melhor campanha no quesito na carreira, perdendo apenas para os 50 que conquistou em 2007.
Vai parar por que, afinal?
Sete vezes campeão, Brady só vai se aposentar se ele achar que não consegue render mais, mas não é o caso. Pode ser que as coisas mudem, mas qualidade para seguir, ele tem.
Michael Jordan
Foram necessárias três aposentadorias para que Michael Jordan, finalmente, entendesse que era a hora de parar. Claro, a primeira dela, foi precoce, por querer cumprir uma promessa ao pai. Mas a segunda, aos 35, estaria próxima do que se considerava normal para a época.
No entanto, após um segundo tricampeonato, Jordan ainda poderia jogar. Só que, no meio disso tudo, veio o locaute da NBA, os problemas da diretoria do Chicago Bulls e ele parou pela segunda vez.
Mas sabe quando ainda existe aquele nível de competitividade dentro de um jogador? Então, estamos falando de Michael Jordan, que apostava até par ou ímpar.
Jordan voltou às quadras, mas pelo Washington Wizards e, finalmente, percebeu o momento. Ele já não era mais tão rápido, não conseguia repetir as performances de antes. Enfim, ele entendeu, aos 40 anos e 58 dias.
Pelé
Durante muitas décadas, Pelé foi o melhor jogador de futebol de todos os tempos. Outros grandes gênios apareceram ao longo dos anos, mas o brasileiro segue no topo. Nas últimas temporadas, Cristiano Ronaldo e Lionel Messi comandaram o esporte, mas o tempo já sinalizou para ambos.
Pelé iniciou a carreira bastante jovem, foi campeão da Copa do Mundo de 1958 aos 17 anos e parou de jogar em 1974, aos 34 anos. No entanto, veio uma chance de jogar nos Estados Unidos e, por lá, ficou até os 37.
Ele até poderia jogar mais, mas por ser o jogador mais famoso, Pelé apanhava em campo. Então, as lesões não permitiam que sua carreira seguisse além daquilo.
E, olha, parar aos 37 anos antes da década de 80, é porque ele realmente era diferente.
Cristiano Ronaldo e Messi
Entre 2008 e 2017, apenas os dois venceram o prêmio de melhor jogador de futebol do ano. Messi, eventualmente, ainda ganhou em 2019. Mas hoje, enquanto o português está com 37 anos, o argentino completou 35 em junho.
Apesar de toda idolatria que os dois nomes ainda possuem, eles estão bem longe de outros tempos.
Cristiano Ronaldo não fez uma temporada espetacular em 2021/2022, mas a atual está bem abaixo do que ainda se espera. Após incertezas sobre onde jogaria, ele permaneceu no Manchester United. Apesar de sua performance não ser a mesma, ninguém tem ideia de quando ele vai se aposentar.
Messi deixou o Barcelona sem querer sair de lá, mas a situação financeira do clube não era favorável e o argentino foi para o PSG. Tudo bem que ele não produz mais aquela quantidade espantosa de gols, mas ainda mete medo nos adversários.
Afinal, quem foi melhor dos dois?
Quem se importa? Aproveite enquanto eles ainda jogam.
Outros esportes
Rafael Nadal (36 anos) segue firme no tênis. Roger Federer (41), se aposentou hoje. Na Fórmula 1, Fernando Alonso (41) ainda vai mais uma temporada, pelo menos. Vez ou outra, se fala na aposentadoria de Lewis Hamilton (37), mas Sebastian Vettel (35), vai parar ao fim do ano.
Tudo bem, eles não precisam ser como Kazuyoshi Miura, que ainda joga, aos 55 anos. Mas em breve todos vão parar. Inclusive, Miura.
Kazu, como ficou conhecido no Brasil, jogou pelo Santos e Palmeiras nos anos 80.
Por aqui, Zé Roberto parou aos 43 no Palmeiras, mas alguém duvida que ele ainda poderia jogar mais tempo?
Mas quando é não é a hora de um ídolo do esporte parar?
A carreira de um desportista é curta. Por mais que um jogador encerre sua carreira aos 35 anos, ali já foram mais de duas décadas desde a preparação. Então, fisicamente, existe um esgotamento natural. Com lesões, é óbvio que a situação piora.
Entretanto, em alguns casos, o excesso de peso pode contribuir para uma aposentadoria ainda mais rápida.
Shaquille O’Neal era um jogador extremamente rápido no início da carreira, mesmo com os 2,16 metros e 136 quilos. Mas Shaq nunca cuidou do corpo como deveria ou poderia. Aos 31 anos, O’Neal já não era, nem de longe, tão dominante quanto antes.
Era o seu último ano de Los Angeles Lakers, ele pesava, pelo menos, 150 quilos, de acordo com as notícias da época. No entanto, ele afirmou recentemente que chegou a pesar quase 180 no terceiro título pela equipe.
Hoje, é óbvio que a gente se preocupa com Zion Williamson, do New Orleans Pelicans. Zion superou os 150 quilos enquanto se recuperava de lesão, mas com 2,01 metros.
Pode ser forte o quanto quiser, Williamson estava totalmente fora de forma e sem condições de pisar em uma quadra.
Ainda bem que ele entendeu o recado e está se cuidando, mas para quem não atuou em mais da metade dos jogos na carreira, demorou muito. Caso contrário, minha aposta é que ele pararia aos 27 anos, no máximo.
Lesões
Alguns casos são bizarros, como o de Jay Williams. Para quem não sabe, o armador, segunda escolha do Draft de 2003, só jogou uma temporada. E ele era realmente muito bom, mas um acidente de moto tirou de Williams a chance de seguir na NBA.
Mas quando as contusões são em quadra, você fica imaginando o que poderia ser, caso tal jogador tivesse mais sorte.
E exemplos assim, temos aos montes.
Grant Hill e Penny Hardaway, por exemplo, seguiram jogando após graves lesões, mas antes disso, eram super astros nos anos 90. Hill até conseguiu se reinventar e virou um grande defensor, mas bem longe de seu melhor nível (ele era comparado a Michael Jordan semana sim, semana também). Hardaway, por outro lado, não conseguiu o mesmo, mas jogou por longos anos.
Depois, vieram caras como Brandon Roy, Greg Oden e, por fim, Derrick Rose. Este último foi MVP de 2011. Rose ainda joga, é um bom valor no banco do New York Knicks, mas imagine só até onde ele poderia chegar.
Um desperdício.
O ídolo, muitas vezes, não sabe a hora de parar, mas a motivação pelo esporte sempre estará ali, fazendo com que ele siga até não conseguir mais.
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