Fonte: ANDREJ ISAKOVIC / AFPO três vezes campeão mundial de 200 metros rasos, Noah Lyles, fez um comentário polêmico nos últimos dias. De acordo com ele, não faz sentido jogadores americanos se chamarem de “world champions” (campeões mundiais em português) após vencer uma liga nacional. O comentário fez com que Draymond Green e outros astros da NBA se voltassem contra o atleta.
“Eu vi as Finais da NBA e eles colocam bonés escritos campeões mundiais em suas cabeças. Campeões mundiais do que? Dos EUA?”, disse Lyles no domingo (27). “Não me levem a mal. Amo os EUA, na maioria das vezes. Mas nós não somos o mundo. Temos quase todos os países aqui lutando e levantando bandeiras para mostrar o que representam. Não há bandeiras na NBA”.
Lyles é velocista americano de 26 anos que conseguiu seu terceiro ouro nos 200 metros rasos no Campeonato Mundial de Atletismo em Budapeste no final de semana. Além disso, conseguiu ouro também no 100 metros rasos ao conseguir o terceiro melhor tempo da história. É primeira vez desde Usain Bolt, em 2015, que há um mesmo vencedor nas duas categorias.
A ESPN, então, postou a fala de Lyles em sua conferência de imprensa. Desse modo, Draymond Green e outros astros da NBA responderam.
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“Quando se tenta falar algo inteligente dá errado”, escreveu Green. Ao mesmo tempo, De’Aaron Fox comentou “Por que ele se importa tanto?”.
“Alguém explica para esse cara”, disse Kevin Durant. Bam Adebayo escreveu algo parecido: “Alguém vai avisar ele?”.
Austin Rivers, no entanto, foi um jogador que tentou explicar o motivo dos campeões da NBA se chamarem de campeões mundiais.
“É fácil de entender. Os melhores jogadores do mundo jogam na liga. Então, ser campeão na NBA te qualifica como um campeão mundial”, afirmou Rivers. “Não sei o que me dá mais vergonha, o comentário ou a maneira como ele falou”.
A NBA se orgulha em se chamar de uma liga globalizada. Afinal, é verdade que os melhores jogadores ao redor do mundo buscam espaço na competição. Os três últimos ganhadores do MVP são um exemplo: Joel Embiid (Camarões), Nikola Jokic (Sérvia) e Giannis Antetokounmpo (Grécia).
Aliás, uma fala pouco divulgada de Lyles é sobre seu objetivo de deixar o atletismo em alta. O atleta está conseguindo isso ao fazer história nas pistas. Ele e Bolt, afinal, são os únicos três vezes medalhistas de ouro na história da competição masculina.
“As medalhas são o primeiro passo porque as pessoas começam a prestar atenção em você”, disse Lyles antes de falar sobre a NBA. “Precisamos fazer mais. Precisamos ser apresentados para o mundo. Amo a comunidade do atletismo, mas temos um limite do que podemos fazer nessa bolha. Há um mundo inteiro lá fora”.
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