O Sacramento Kings conseguiu uma das suas principais contratações do últimos anos ao adquirir DeMar DeRozan. A busca por uma estrela veio após o time não se classificar para os playoffs na última temporada. Pensando em se manter competitiva, então, a franquia buscou o veterano para 2023/24. Mas como isso vai funcionar em quadra?
A chegada de DeMar DeRozan ao Sacramento Kings é mais uma análise que o Jumper Brasil faz dos principais movimentos da offseason. Assim como as trocas de Klay Thompson para o Dallas Mavericks e Mikal Bridges para o New York Knicks.
Detalhes da troca
Kings recebe: DeMar DeRozan (US$73.8 milhões por três anos, sign-and-trade)
Bulls recebe: Chris Duarte e duas escolhas de segunda rodada (via Kings, 2025 e 2028) do Draft
Spurs recebe: Harrison Barnes e escolha de primeira rodada do Draft em 2031 (via Kings)
O pacote cedido por Sacramento foi interessante. Desde que os rumores de que a franquia queria uma troca começaram, dois nomes eram apontados: Harrison Barnes e Kevin Huerter, além de escolhas de Draft. A franquia perdeu dois alvos dentro da última campanha, com as idas de OG Anunoby para o New York Knicks e Pascal Siakam para o Indiana Pacers. Então, foi necessário melhorar a oferta.
Conseguir DeRozan que em algum momento se tornou o grande alvo do mercado. Mas sem envolver Huerter, acabou como uma uma grande vitória em vários sentidos para o Kings.
A equipe venceu a concorrência dos times de Los Angeles e do Miami Heat, que também estavam de olho no jogador. Além disso, em um contrato razoavelmente barato. Os US$23.7 milhões que DeRozan vai receber em 2024/25, equivalem a apenas 16.6% do teto salarial de Sacramento. No último ano de contrato, a taxa chega aos 15%.
Falarei sobre a quadra mais a frente, mas Huerter pode ser vital para o encaixe ofensivo dessa equipe de forma ainda mais profunda. E tudo isso abrindo mão de uma única escolha de primeira rodada, além de um jogador que já era visto como “descartável” há algum tempo.
Pensando na necessidade de uma resposta da franquia após o último ano, foi um movimento esperto. E também de representatividade. Isso porque venceu equipes de expresão na concorrência.
Erros castigam Chicago e Spursno lucro
Os dois melhores ativos do Chicago Bulls no mercado renderam: Josh Giddey, Chris Duarte e duas seleções de Draft. A troca de DeRozan foi simbólica e mostrou mais uma vez o maior erro que um time pode cometer na NBA atual: insistir em bases não vencedoras.
O Bulls acumulou anos em que não foi bom o suficiente para vencer nos playoffs e nem ruim o suficiente para as melhores escolhas do Draft. O limbo, portanto. O time de Illinois atrasou um ou dois anos no processo de tentar sair dessa posição e começar a vencer partidas. Os heróis jogaram o suficiente para virar vilões e se desvalorizaram. A franquia, desesperada, perdeu força de negociação no mercado.
E isso que nem estamos falando de não conseguir trocar Zach LaVine desde o ano passado (o pior cenário), ou da dificuldade que será trocar Nikola Vucevic. Chicago pagou por sua demora e recebeu pouco.
O San Antonio Spurs, por outro lado, se deu muito bem. Não que Harrison Barnes mude uma equipe drasticamente, mas é mais um jogador que contribui com um time que quer competir em 2024/25.
Além de tudo, receber uma escolha de primeira rodada do Draft é muito bom em um cenário onde a equipe entrou como mera facilitadora. Seu retorno foi melhor do que o do Bulls, que trocou seu melhor jogador no acordo.
Na rotação
DeRozan será um dos quatro titulares principais do Kings ao lado de De’Aaron Fox, Domantas Sabonis e Keegan Murray. Por outro lado, a última vaga no quinteto titular é uma dúvida. Keon Ellis cresceu em 2023/24 e é quem melhor defende. Além disso, a movimentação fora da bola de Kevin Huerter pode ser vital e Malik Monk já disse que gostaria de deixar o seu papel de sexto homem. Então, um deles completa o quinteto. A decisão, entretanto, é do técnico Mike Brown.
Além dos dois que sobrarem dessa conta, o banco de reservas também deve ter Trey Lyles e Alex Len. Por fim, uma disputa entre o calouro Devin Carter e o veterano Jordan McLaughlin deve ser travada pela última vaga.
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Na defesa
Esse pode ser um ponto de preocupação para o Kings. Realmente, DeRozan não é um grande defensor e seu último ano em Chicago não agradou tanto no quesito. Até pelo alto volume que teve como principal jogador da equipe, seu impacto defensivo diminuiu.
Uma grande questão é que Harrison Barnes sempre foi reconhecido por ser um bom ala nos dois lados da quadra. Além das bolas de três no ataque, sua capacidade defensiva ajudava suas equipes. Mas, como DeRozan em Chicago, seu impacto também diminuiu no Kings de 2023/24. É verdade que o coletivo de Sacramento não tem jogadores para a função, mas o veterano também não foi um grande destaque.
Então, com um papel menos centralizado ofensivamente, com a divisão da bola com Fox e Sabonis, DeRozan não representa uma queda no quesito defensivo. Ao menos, ele terá mais tempo para destinar neste aspecto do jogo.
A chegada de Devin Carter do Draft e a evolução de Keon Ellis pode ajudar nesse sentido. O time até evoluiu na última temporada. Ainda assim, ser a 17ª melhor eficiência defensiva pode não ser o suficiente para chegar ou vencer nos playoffs. E salvo alguma grande evolução, não deve haver um salto muito significativo no quesito. A responsabilidade, então, fica pra Mike Brown, que se destaca justamente por montar boas defesas.
No ataque
É aqui que a chegada de DeMar DeRozan no Sacramento Kings é mais interessante. Uma grande questão da maior instabilidade do ano passado, é que a equipe caiu de melhor eficiência ofensiva da NBA para a nona posição. Com uma defesa não mais do que regular, o time se tornou mais instável e perdeu a última vaga na Conferência Oeste.
O astro ainda é um jogador de 25 pontos por jogo na NBA. A ideia é de que ele seja um upgrade no Kings. Sobretudo, nas posses em que vai comandar o ataque. Mas seu papel fora da bola é uma grande questão.
Fox e Sabonis tem uma variação de ritmo interessante que lidera o ataque de Sacramento. A equipe também deu mais espaço para Malik Monk que, além de ótimo pontuador, cresceu como playmaker em 2023/24. Mas qual será o tipo de movimentação que DeMar DeRozan terá no Sacramento Kings quando estiver fora da bola? O que ele pode fazer para não manter o time estático, já que suas bolas de três são um problema?
Essas podem ser as principais dúvidas sobre o astro na franquia da Califórnia. Afinal, o Bulls também sofreu por não conseguir extrair o melhor de DeRozan e LaVine juntos, justamente pela falta de dinâmicas sobre o que ambos fariam quando estivessem fora da bola.
E a falta de bolas de três do veterano é um outro tema da questão. Lembrando que Sabonis também está longe de ser um atirador estável.
Aqui mora, porém, a importância de manter Huerter. Mesmo após uma temporada pior do que 2022/23, seu aproveitamento no quesito pode ajudar o ataque a seguir dinâmico.
Poder de fogo é o que não falta em Sacramento. Mas administrá-lo e mantê-lo forte a sua maneira é o grande ponto.
Conclusão
O Kings recorreu a um astro e a uma contratação de impacto para a próxima campanha. Compreensível e legal de ver. Principalmente pensando em como foram os últimos 20 anos da franquia. Não deixa de ser mais uma demonstração de força no mercado, acima de tudo, por superar a concorrências de time mais badalados.
No entanto, é verdade que é difícil ler o quanto isso coloca Sacramento mais à frente na Conferência Oeste. Apesar de um nome de peso, a equipe não resolveu muitos de seus problemas com a contratação.
Título? Playoffs? Mando de quadra? É difícil saber. O Kings também não foi o maior vencedor da offseason ou algo do tipo. Mas teve coragem de mudar, sem gastar inúmeras escolhas de Draft e sem ceder algum jogador super promissor. Tudo isso justifica o movimento da franquia.
Por fim, pode ser tudo que um time como esse precisava para voltar a avançar no Oeste. Certamente, a presença de DeMar DeRozan no Sacramento Kings em 2024/25 despertará curiosidade nos fãs da NBA.
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