Craque do futebol, Thierry Henry presta homenagem a Dikembe Mutombo

Um dos defensores mais icônicos da história da NBA, ex-pivô congolês faleceu aos 58 anos

Thierry Henry Dikembe Mutombo Fonte: Reprodução / Instagram

Craque do futebol, e fã da NBA, Thierry Henry lamentou a morte de Dikembe Mutombo. Durante o pré-jogo de Arsenal x PSG, válido pela Champions League, nessa terça-feira (1), o ex-jogador francês prestou uma homenagem à lenda do basquete. Acima de tudo, Henry exaltou a humanidade de Mutombo, que morreu na última segunda-feira (30), aos 58 anos, vítima de um câncer no cérebro.

“Foi difícil quando recebi a notícia. Nunca conheci alguém que tivesse um coração tão grande como ele. O ser humano era melhor que o jogador. Um grande ser humano. É difícil achar palavras. Em todas as vezez que o encontrei, tudo o que ele tinha era amor para as pessoas. O que ele fez pela República Democrática do Congo… Perdão, o que ele fez pelo continente africano”…

“Quando você alguém como Masai Ujiri [presidente do Toronto Raptors] se emocionar… Aliás, vendo o estado que ele estava ontem, em uma entrevista coletiva… E o que Dikembe representava para muita gente, nos EUA, mas principalmente na África e ao redor do mundo. Cinquenta e oito anos é muito cedo. Enfim, ele era um homem especial, gentil, gigante”, finalizou o lendário centroavante do Arsenal.

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Assim como Thierry Henry, a morte de Dikembe Mutombo abalou os fãs e quem trabalha com esporte. Citado pelo ex-jogador, Ujiri se emocionou bastante no media day do Raptors. O dirigente nigeriano não conteve as lágrimas ao falar do amigo e ídolo.

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“Esse cara nos colocou [os africanos] no mapa da NBA. Dikembe nos colocou onde estamos hoje. Esse cara é um gigante. Uma pessoa incrível… Quem somos nós sem Dikembe Mutombo? Certa vez, eu fui com ele à sua cidade-natal. Fui ao hospital que ele fez. Vocês não têm ideia do que ele significa para aquele povo. Agora, ele se foi… Nos deixou… Dikembe fez tanto por nós, para a África, para o seu povo. Ele era o maior gigante, com o maior coração”, disse o presidente do Raptors.

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Além de Thierry Henry e Masai Ujiri, o pivô do Philadelphia 76ers, Joel Embiid, também lamentou o falecimento de Dikembe Mutombo. Segundo o jogador camaronês, o ex-pivô era um exemplo, especialmente fora das quadras.

“É um dia triste, especialmente para nós, africanos… E realmente para o mundo inteiro porque, além do que ele conquistou na quadra de basquete, acho que ele foi ainda melhor fora dela. Dikembe fez muitas coisas boas para muitas pessoas. Enfim, ele foi um exemplo para mim”, disse Embiid.

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Exemplo de cidadão

Fluente em nove idiomas, incluindo cinco dialetos tribais locais, Mutombo era um cidadão com um senso humanitário exemplar. Formado em diplomacia por Georgetown, e embaixador global da NBA, o ex-pivô usou o dinheiro e a fama que conquistou como jogador para lutar pela melhoria das condições de vida no continente africano. Desse modo, ele elevou ainda mais o seu legado com a Fundação Dikembe Mutombo.

“Jogar basquete permitiu que eu me tornasse um cidadão do mundo. Foi por causa do jogo que fui capaz de construir um hospital em meu país, que já ajudou mais de 140.000 pessoas. Enfim, minha missão de vida é continuar mudando as condições de vida do povo africano. Eu não consegui conquistar um título, mas sou um campeão no coração de muitas pessoas”, finalizou Mutombo, que não parou de fazer a diferença após sua aposentadoria como atleta.

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Mutombo investiu mais de US$25 milhões do próprio bolso para fazer o primeiro hospital moderno da República Democrática do Congo. Além disso, abriu uma escola e um centro de pesquisa no seu país, e combateu e ajudou a reduzir a poliomielite na África, dentre outras contribuições para a humanidade.

Carreira de Mutombo na NBA

O congolês Dikembe Mutombo Mpolondo Mukamba Jean-Jacques Wamutombo foi um dos defensores mais icônicos da história da NBA. Não por acaso, foi eleito defensor do ano em quatro oportunidades (1995, 1997, 1998 e 2001). Além disso, Mutombo participou de oito edições do All-Star Game. Também foi eleito seis vezes para os melhores quintetos de defesa da liga e outras três para os times ideais.

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Então, com uma carreira de sucesso, Dikembe Mutombo foi eleito para o Hall da Fama do basquete em 2015. Na ocasião, ele subiu ao palco acompanhado de seus dois “padrinhos”: o lendário ex-treinador John Thompson, que o treinou no time de basquete da Universidade de Georgetown, e o ex-comissário da NBA, David Stern.

“Eu tenho muito orgulho de ter sido apenas o terceiro africano a jogar na NBA, o filho da RD Congo que chegou aos EUA sem nada e, agora, faz parte da história da liga. Então, isso significa muito para mim”, exaltou Mutombo, durante a cerimônia do Hall da Fama.

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Quarta escolha do Draft de 1991, Mutombo jogou durante 18 temporadas na NBA. Na época não era comum que atletas africanos jogassem na liga. Suas passagens mais marcantes foram no Denver Nuggets (1991-96) e Atlanta Hawks (1996-01) e (2001-02). Ambas as franquias, aliás, aposentaram a camisa #55. O ex-pivô ainda atuou por Philadelphia 76ers, New Jersey Nets (hoje Brooklyn), New York Knicks e Houston Rockets.

Com 1.196 jogos no melhor basquete do mundo, Mutombo alcançou médias de 9,8 pontos, 10,3 rebotes e 2,8 tocos. Exímio protetor de aro, o ex-pivô é o segundo na história da NBA em tocos (3.289), atrás somente de Hakeem Olajuwon (3.830).

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