Como salvar o Jogo das Estrelas?

Ricardo Stabolito Jr. fala sobre a partida festiva que acontece neste domingo A partir de agora, como a maioria da equipe do Jumper Brasil, começarei a postar meus artigos e alguns textos menos formais neste blog, meu espaço pessoal: o “Sem mais”. Nem sempre colocarei chamadas para minhas postagens no destaque rotativo do site, então […]

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Ricardo Stabolito Jr. fala sobre a partida festiva que acontece neste domingo

A partir de agora, como a maioria da equipe do Jumper Brasil, começarei a postar meus artigos e alguns textos menos formais neste blog, meu espaço pessoal: o “Sem mais”. Nem sempre colocarei chamadas para minhas postagens no destaque rotativo do site, então é bom que se dê uma passada de vez em quando por aqui para conferir possíveis atualizações. O mesmo vale, lógico, para os blogs dos colegas (Coluna Fastbreak, Blog do Mastô e o – canastríssimo – Gustavo Lima e Você). Para visitá-los, é só ir em “blogs” nos menus superiores do site.

Tocando o barco…

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Sinceramente, acho que não existe partida que eu queria assistir menos na temporada do que o Jogo das Estrelas. Nem sempre foi assim, lógico. Quando eu era menor, achava tudo aquilo um barato. Hoje, o que vejo é um confronto absolutamente vazio de significado – que deveria ser divertido, mas talvez seja a coisa mais broxante e desestimulante da liga.

Por que críticas tão pesadas? Para mim, o principal fator que faz dos esportes – uns mais, outros menos – algo que entretêm ao se acompanhar está em sua raiz: a competição. Um jogo equilibrado sempre conseguirá ser mais interessante e divertido aos meus olhos do que assistir a um “massacre”. E, se a partida empatada tiver tantas jogadas bonitas e plásticas quanto o “atropelamento”, considere como um bônus.

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Pela qualidade envolvida dos dois lados, eu espero esse “equilíbrio com bônus” do Jogo das Estrelas. Infelizmente, algo próximo disso tem sido algo cada vez mais esporádico. Em favor de uma definição de show que não está no meu dicionário, os “astros” fazem do evento um Concurso de enterradas e habilidades em que – como quem pagou fortunas para estar nas arquibancadas – assistem uns aos outros se mostrando ou fazendo piadas (sem graça, já que o Shaq aposentou…).

A minha comparação para o Jogo das Estrelas é um filme ruim recheado de astros. Todos os envolvidos nele parecem estar se divertindo horrores, dando risadas e reencontrando os amigos, menos você. Sem defesa, sem competitividade, sem significado para quem vê.

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Afinal, que conclusão eu posso tirar depois da partida? Nenhuma. Seu motivo de existir é puramente mercadológico. O mais cômodo que poderia fazer é virar a cara e ignorar o circo (não se engane, é provavelmente o que farei no domingo). O mais divertido seria parar por aqui, achincalhar por achincalhar. Mas não. Eu decidi pensar em uma forma possível de melhorar o All Star Game, se é que é possível.

A ideia que muitos defendem é dar à conferência vencedora do jogo o mando de quadra nas finais. Resolveria a questão da competitividade, sem discussão. No entanto, será que é uma medida justa? Eu acho abominável, para dizer a verdade. O poder de decidir uma série em casa é algo que deve ser conquistado pelo time, por seu esforço ao longo da temporada, e não por meio de um jogo festivo. Sei que existe(m) liga(s) que fazem isso e, sinceramente, acho que estão corrigindo um erro criando outro – potencialmente, muito maior.

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Aliás, aí está um dos motivos pelo quais acho que é muito difícil “salvar” o Jogo das Estrelas de seu vazio de significado: não acredito que a partida tenha o direito de interferir no andamento da temporada. Eventualmente, porém, reconheço que ela poderá interferir – uma lesão de um atleta importante, por exemplo. Mas dar mando de quadra ou qualquer tipo de vantagem semelhante é um exagero e tira a autonomia do restante do torneio.

Minha solução seria apelar para o caráter emocional, a caridade. Como? Estipular um considerável prêmio em dinheiro para ser dividido entre os jogadores da equipe vencedora, que iriam doá-lo para instituições de caridade das cidades em que jogam. Desta forma, você conseguiria mexer com o ímpeto dos atletas e mobilizar a comunidade em torno do jogo – afinal, a “NBA cares”.

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Qualquer jogador que fizesse corpo mole, não defendesse ou abrisse caminho para que um adversário desse uma enterrada mais plástica estaria correndo o risco de ser criticado. Estar envolvido em uma ação social deste porte, por outro lado, contaria pontos para ele com a comunidade em que joga.

Ah, e as jogadas bonitas? Deixem por conta dos astros. Eles são bons o bastante para fazê-las marcados, em um jogo difícil. É o que fazem todos os dias da temporada regular. Só que, neste domingo, com a nata da nata ajudando. Ou seja, eles também têm garantida sua quota de diversão.

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Minha definição de show está mais para ver LeBron e Kobe marcando um ao outro por cinco minutos seguidos do que três enterradas livres de cada um, sem ninguém para contestar. Na teoria, eu já tenho isso com mais criatividade no Concurso de enterradas, um dia antes.

Não garanto que iria funcionar, mas é uma tentativa. Uma sugestão necessária. Neste momento, o All Star Game reúne alguns dos melhores jogadores da liga para ficarem brincando – se mostrando – uns com os outros e não para mostrarem do que são realmente capazes. É um desperdício, uma oportunidade perdida.

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