Imagine isso: o San Antonio Spurs conta com Victor Wembanyama, um dos melhores (ou o melhor) jogador jovem da NBA, reforçou elenco e pode não disputar a próxima temporada para vencer. Claro, ainda faltam algumas peças, mas o time já poderia lutar por vitórias. Talvez, ir aos playoffs seria um grande salto via play-in. No entanto, compensa ir atrás disso?
Bem, vamos por partes.
A direção do Spurs começou a cercar Wembanyama de talento com as adições de Chris Paul e Harrison Barnes. Obviamente, ainda não seria suficiente para estar no topo ou entre os seis melhores do Oeste, mas e se for?
Aos 39 anos, Chris Paul certamente não está ficando mais jovem. Na última temporada, por exemplo, foi um mero auxiliar de Stephen Curry e o Golden State Warriors não foi a lugar algum. Mas e como tempo de quadra, com a bola nas mãos, será que a experiência com Wembanyama e o Spurs não poderia ser diferente?
Aí existem alguns pontos a favor do veterano. Ninguém na NBA atualmente cuida melhor da bola que ele. São 4.01 assistências para cada erro de ataque na carreira. Tem noção do que isso representa? Então, quando a gente pensa que mais velho ele poderia cometer mais falhas, lembra que ele teve 5.17 passes decisivos para cada turnover no Warriors.
É algo absurdo, quase imoral.
Apenas para efeito de comparação, Tyrese Haliburton, líder na última temporada em assistências, teve 4.72 passes para cada erro. Chris Paul “fez” a carreira ofensiva de vários jogadores, como DeAndre Jordan, por exemplo. Ou seja, o Spurs está em boas mãos. Literalmente.
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Por onde passou, exceto pelo Warriors, ele foi aos playoffs. Até no Oklahoma City Thunder, que queria ir para a reformulação de elenco, mas ele “não deixou”. Paul elevou o nível de seus colegas e levou o Thunder às vitórias.
Seu único problema fica mesmo por conta da idade. Apesar de ele jogar simples, ninguém sabe se a próxima temporada será a sua última. Então, o calouro Stephon Castle precisa aprender tudo o quanto antes.
Harrison Barnes
É claro que seu melhor momento na NBA passou, mas ainda é um excelente defensor e pode contribuir com o arremesso do perímetro. Desde 2018/19, Barnes jamais teve aproveitamento inferior a 37.4% dali.
Ele é experiente (32 anos), já foi primeira opção ofensiva (no Dallas Mavericks) e campeão com o Warriors. Então, é uma grande contratação.
Mas o mais importante é que ele consegue impactar e auxiliar seus colegas mais jovens. Keegan Murray aprendeu muito com Barnes em sua passagem pelo Sacramento Kings.
Elenco mais forte
O elenco do Spurs está, de fato, melhor e pode começar a brigar por coisas melhores na NBA se Victor Wembanyama continuar evoluindo. A segunda metade da última temporada, por exemplo, mostrou bem isso.
Após a parada para o All-Star Game, Victor Wembanyama produziu números espetaculares para o Spurs e terminou em segundo no prêmio de melhor defensor da NBA. Claro, ainda venceu o de melhor calouro.
Mas na segunda metade, ele fez 23.5 pontos, 12.0 rebotes, 5.3 assistências e 4.45 bloqueios por noite. Em sua primeira temporada, o francês fez simplesmente um five-by-five. Ou seja, pelo menos, cinco pontos, rebotes, assistências, tocos e roubos de bola em uma partida. Foram 27 pontos, dez rebotes, oito assistências, cinco bloqueios e cinco roubos.
Um absurdo!
E ainda tem Devin Vassell e Keldon Johnson.
Imagine o seguinte: Johnson, que ainda vai completar 25 anos, foi mal na última temporada. E mesmo assim, produziu 15.7 pontos, 5.5 rebotes e acertou 34.6% do perímetro. Com um elenco mais forte no Spurs, ele claramente vai se beneficiar disso.
A não ser que a diretoria faça uma troca envolvendo o ala.
Enquanto isso, Vassell, de 24 anos, evolui a cada temporada. Na última, foram 19.5 pontos, 4.1 assistências, 1.1 roubo e 37.2% de três.
Por fim, tem o caso Jeremy Sochan.
O francês passou por testes na última temporada como armador. Mas não foi um devaneio de Gregg Popovich. O treinador queria apenas ver como Sochan cuidaria da bola como um passador perto do garrafão para o futuro.
Tudo lindo, mas…
Existem dois pontos (ou três) que fazem o Spurs estar em um dilema sobre a próxima temporada da NBA, mesmo com Victor Wembanyama crescendo de produção. E são detalhes importantes, pois podem fazer toda a diferença.
Sim, Chris Paul está na equipe, enquanto Wembanyama passa por tal evolução. Sim, Barnes chegou para melhorar a defesa. E sim, Vassell, Johnson e Sochan são fundamentais para uma busca por playoffs.
Mas é preciso pensar friamente para não queimar etapas.
Primeiro, o Oeste é muito forte. O New Orleans Pelicans, por exemplo, não foi aos playoffs de forma direta após vencer 49 partidas e ficou em oitavo. Então, para o Spurs superar uma classificação assim, seria necessário vencer bem mais de o dobro que na última temporada (22 triunfos).
Depois, o próximo Draft é daqueles para ficarmos falando por muitos anos como um dos melhores. Claro que o Spurs melhorou seu elenco, mas outros times do Oeste também o fizeram. O Memphis Grizzlies não foi aos playoffs e está melhor. O Golden State Warriors pode brigar mais acima, enquanto as demais equipes não ficaram para trás.
Então, a dificuldade no Oeste deve ditar o futuro do Spurs. Claro que todo mundo quer vencer, mas compensa abrir mão de uma possível escolha alta? O time ainda tem a pick garantida do Atlanta Hawks, enquanto Chicago Bulls e Charlotte Hornets possuem proteções.
Portanto, o Spurs pode fazer uma boa temporada até fevereiro (melhor que a última) e, depois, partir para entender quem fica para 2025/26. Hoje, seria o melhor cenário de todos.
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