Coluna Fantasy – A noite do draft

Denny Rodriguez detalha a importância do equilíbrio aliado ao talento na construção dos times via recrutamento

Fonte: Denny Rodriguez detalha a importância do equilíbrio aliado ao talento na construção dos times via recrutamento

Fantasy Basketball

Por Denny Rodrigues

Como eu havia prometido, hoje começará nosso mergulho no universo Fantasy. Vá até a geladeira, pegue uma bebida gelada e algum tira-gosto para acompanhar: temos um longo caminho pela frente e tudo começa com a noite do draft.

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Quando falamos de fantasy, o recrutamento pode definir o sucesso ou fracasso de uma franquia durante a temporada. O pensamento intuitivo poderia indicar que selecionar os melhores jogadores traz mais chances de vitórias, mas existe muito mais por trás da montagem de equipe bem sucedida.

Lá atrás, durante a minha primeira temporada de fantasy, já acompanhava a NBA dedicadamente por dez anos. A liga em que estreei foi “Head-to-Head”, composta por 20 equipes e acreditava que conhecia bem os melhores jogadores. Para me certificar que teria uma grande equipe, eu fiz uma lista dos atletas que queria recrutar baseada no ranking que o site oferecia. Ainda não sabia a posição em que escolheria, pois era a primeira temporada daquela liga e a ordem seria selecionada de forma aleatória. Apesar de ser um “calouro” naquele universo, eu sabia que o draft seria importantíssimo para minhas chances de título e tentei criar cenários de acordo com os lugares em que pudesse cair.

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Essa preparação ajudou-me bastante durante aquele recrutamento e, embora tenha preferido uma ou outra seleção ao longo da noite, eu senti que havia saído com um bom time. Mas terminei o ano apenas na 10ª posição e não fui aos playoffs. Se havia me preparado, o que saiu de errado?

Bem, dois dentre meus melhores jogadores sofreram demais com lesões naquele ano, alguns selecionados nas rodadas intermediárias não renderam o esperado e acabei tendo que buscar opções entre os agentes livres. Percebi um pouco tarde demais que meu elenco estava desequilibrado com relação às categorias de pontuação. Embora eu não qualifique o 10º lugar como um fracasso, não ir nem aos playoffs foi bem decepcionante.

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Olhando para trás, eu vejo claramente o que me faltou na época: planejamento adequado. Muitas vezes, um recrutamento de sucesso depende tanto de tão por dentro você está, quanto da capacidade física de algumas estrelas. Depende de você conseguir identificar, ao longo das escolhas, as forças e fraquezas que sua equipe está construindo e adaptar-se nas próximas seleções. Também de ter lido e/ou ouvido algum comentário sobre aquele jogador que está cotado para “elevar” seu jogo, tornar-se um novo astro e/ou recuperar um pouco do status que perdeu recentemente. Entrar no recrutamento “apenas” sabendo quem são os melhores jogadores e apoiando-se friamente nos rankings pode ser uma estratégia falha nas ligas com GMs competitivos e estudiosos.

Dwyane Wade Derrick Rose

Dwyane Wade e Derrick Rose no mesmo time? Pense duas vezes: o histórico de lesões de ambos pode comprometer sua equipe

Inteirar-se sobre a capacidade física das estrelas e estar por dentro dos sleepers da temporada será moleza: acompanhar rotineiramente ao Jumper já cobre este aspecto e vamos trazer constantemente informações nesta coluna também. Precisaremos, então, aprofundar-nos quanto à utilização dos rankings e às estratégias de draft.

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Um bom “fantasy-fanático” adora rankings – e eu não sou exceção. Ainda era agosto e já estava caçando listas e artigos com os quais pudesse fazer comparações com as minhas ideias para a atual temporada. Tais listas têm a função de auxiliar os GMs a identificarem qual é o nível de impacto que os jogadores podem oferecer e, normalmente, encontram-se apoiadas nas nove categorias padrão utilizadas pelas ligas: FG% (aproveitamento de arremessos de quadra), FT% (aproveitamento de lances livres), PPG (Pontos por jogo), 3PPG (arremessos de três convertidos por jogo), RPG (rebotes por jogo), APG (assistências por jogo), SPG (roubadas de bola por jogo), BPG (tocos por jogo) e, por fim, TOs (erros de ataque por jogo).

Os rankings baseiam-se na produção de cada jogador na última temporada, mas também costumam levar em consideração projeções de evolução/declínio e os minutos em quadra que ele deverá ter. Não mede, por exemplo, a possível alteração da dinâmica de sua equipe com a chegada de um novo técnico ou astro. A análise fria das listas poderá ajudá-lo a identificar quais atletas possuem mais valor enquanto você estiver fazendo suas seleções no draft, mas não estará mostrando-lhe quem possui mais valor para sua equipe especificamente.

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Para exemplificar, vamos analisar o seguinte cenário: em uma liga “Head-to-Head” com as nove categorias padrões de pontuação, cada time terá as escalações diárias compostas de 13 jogadores: cinco posições naturais (PG, SG, SF, PF, C) cinco reservas úteis (utility) e três reservas que não pontuam (bench). Durante o draft, você acabará buscando preencher as posições iniciais, mas precisará manter-se atento também se está recrutando um número ideal de reservas por posição. Escolher Chris Paul será uma grande vantagem que pode acabar sendo desperdiçada se você esquecendo-se de selecionar um bom armador reserva porque prestava atenção apenas nos melhores jogadores de cada seção do ranking no momento das escolhas. Na semana, Paul não terá jogos em alguns dias e sua franquia perde a contribuição de um PG de qualidade que precisaria ser escalado. Seu elenco perde equilíbrio e obriga que corra para a agência livre constantemente em busca de algum “tapa-buraco”.

Outro cenário importante a ser analisado é a força de seus jogadores nas diferentes posições. Vamos supor que eu tenha a primeira escolha de um draft e pegue Lebron James. Na segunda, opto por selecionar Kobe Bryant. Em seguida, Klay Thompson e encontro Luol Deng sobrando na quarta rodada. Esta equipe está se tornando uma festa de alas e, quando eu decidir que preciso de armadores e pivôs, vou ter apenas a chance de selecionar jogadores de um nível inferior. Este início de draft poderia até ser considerado bom, mas, devido ao desequilíbrio da minha equipe, algumas categorias que são especialidades de determinadas posições (como assistências e roubos de bola para armadores, rebotes e tocos para pivôs) estarão possivelmente comprometidas na minha pontuação.

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Preste atenção também se os jogadores principais que está recrutando não compartilham histórico de lesões. Não há nada de errado em apostar que Dwayne Wade irá se aproximar de 75 jogos nesta temporada. Mas você poderá ter problemas se também tiver recrutado Derrick Rose e a aposta em ambos acabar trazendo prejuízo.

No próximo artigo, nós iremos discutir a construção de estratégias antes e durante o draft. Além disso, também traremos o nosso próprio ranking do Jumper para a temporada 14-15 do fantasy NBA. Aguarde!

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