Charlotte Hornets: um time clutch que preza pelo jogo coletivo

Matheus Gonzaga e Pedro Toledo analisam o desempenho do Hornets na fase regular em 2020/21

rozier lamelo ball hornets Fonte: Jared C. Tilton / AFP

O Charlotte Hornets foi assunto na intertemporada por dois motivos: o contrato, considerado pela maioria obsceno, de Gordon Hayward, e escolha de LaMelo Ball no Draft. Não se esperava que Charlotte estivesse brigando por vaga nos playoffs do Leste, e muito menos que o fizesse mesmo com Hayward e Ball tendo perdido uma quantidade grande de jogos por conta de lesões. Porém, é isso que aconteceu. Vamos explorar o jogo do Hornets e o que os faz uma equipe relativamente bem sucedida.

Primeiramente, vale ressaltar que, em saldo de pontos, a equipe não é tão boa assim. O Hornets tem o 23º desempenho da NBA (o que corresponde a um time fora do play-in), possuindo apenas o 21º ataque e a 18ª defesa. A questão é que Charlotte é uma equipe extremamente clutch, vencendo um percentual alto de jogos apertados (18-11 em duelos decididos nos últimos cinco minutos), o que os faz mais vitoriosos que o esperado.

Esse sucesso nos jogos apertados se deve muito a Terry Rozier, com 72% de True Shooting, e Devonte’ Graham (76%!), bem como a um grande crescimento defensivo da equipe nesses minutos (quarta melhor da liga no clutch time). É difícil saber o quanto disso é sorte, o quanto é sustentável, mas é claramente uma característica marcante da equipe da Carolina do Norte nesta temporada.

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Falando em estilo de jogo, trata-se de uma das equipes mais coletivas da liga. São mais de 300 passes por jogo (uma das cinco maiores marcas da NBA), 2.14 dribles e 2.86 segundos por toque (novamente entre as menores marcas). O Hornets move muito a bola, e tem um ataque de ritmo acelerado (consequência negativa: taxa alta de turnovers), sendo uma das cinco equipes que mais arremessam na transição (e são altamente eficientes, 1.14 PPP). O problema é que, na meia quadra, o Hornets sofre muito (e tende a demorar a gerar seus arremessos), ocasionando um desempenho ofensivo global ruim.

No outro lado da quadra, a maior dificuldade está em proteger a cesta, sendo uma das equipes que mais cede tentativas na área restrita, onde dá um aproveitamento de 65% aos adversários. Como os rivais chegam ao garrafão facilmente, não tendem a tentar arremessos mais difíceis. O Hornets é a equipe que menos vê adversários arremessarem na parte mais distante da área pintada e na meia distância. Além disso, a equipe de Charlotte cede um volume alto de bolas do perímetro. Basicamente, o grande problema defensivo é ceder arremessos nas partes mais nobres da quadra. 

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O Hornets é um time clutch, extremamente eficiente e inteligente na transição, e com um estilo de jogo coletivo. Porém, tem problemas com turnovers, pontuar na meia quadra e em forçar arremessos dos adversários em áreas menos eficientes. No desempenho geral, não é um time de playoff, mas sua capacidade de decidir jogos apertados pode fazê-los vencer no play-in e roubar possivelmente um jogo na primeira rodada.

* Por Matheus Gonzaga e Pedro Toledo (Layups & Threes)

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