Um dos prospectos mais talentosos do basquete norte-americano. Uma aberração físico-atlética que domina jogos desde que pisou em quadra. James Wiseman, a princípio, tinha tudo para ter a carreira de um astro da NBA. Tanto que, por isso, foi a segunda escolha do draft de 2020. Mas, então, a realidade bateu à porta e algo aconteceu. Ou melhor, não aconteceu.
O pivô foi escolhido pelo Golden State Warriors, mas, em um time que disputa títulos, o seu espaço foi limitado. Lesões graves, além disso, aconteceram. E não existe tempo para desenvolver jogadores quando compete-se no mais alto nível. Ele não aproveitou as suas oportunidades. E, então, o grande talento virou uma grande decepção.
Mas, agora, ele foi trocado com o Detroit Pistons. Chegou a hora da mudança, certo?
Reunimos hoje três integrantes da nossa equipe e o convidado Leonardo Paglioni (podcast Splash Brothers) para discutir isso. Em um ambiente com mais tempo, antes de tudo, o pivô está preparado para voar? Ou, aos 21 anos, a carreira de James Wiseman na NBA já é um caso perdido? Vamos lá!
1. James Wiseman, a princípio, recebeu as oportunidades necessárias no Warriors?
Gustavo Lima: Sim. Mas, por causa das lesões, Wiseman fez 60 jogos em duas temporadas e meia. A equipe já tem um pivô acostumado ao sistema de jogo em Kevon Looney. O jovem não se encaixa no esquema do time e, além disso, mostra desconhecimento de conceitos básicos do jogo. O Warriors tem pressa.
Victor Linjardi: Sim, mas Wiseman é um caso à parte. Trata-se de um jogador promissor, mas que ingressou na NBA em meio à pandemia. Isso não ajudou. Poderia ter tido mais oportunidades, mas, quando recebeu, não as aproveitou também.
Leonardo Paglioni: Não. É normal que um jovem tenha dificuldades e precise de tempo para evoluir. Nesse processo, acima de tudo, ele aproveita os minutos que geralmente um time fraco pode oferecer. Golden State está em outro momento competitivo e, por isso, não pôde dar essa condição.
Ricardo Stabolito: Não, mas ele recebeu as possíveis e não as aproveitou. Isso é o que importa. Ficou provado, mais do que isso, que ainda não está pronto para ajudar um time competitivo. E o objetivo do Warriors não é desenvolver James Wiseman, mas sim ser campeão.
2. Verdadeiro ou falso: o Pistons é o lugar ideal para o desenvolvimento de Wiseman?
Gustavo Lima: Falso. O Pistons já conta com jovens pivôs oriundos de drafts em Jalen Duren e Isaiah Stewart. Além disso, Marvin Bagley é outra escolha alta de recrutamento que não vingou e pode atuar na posição. Há muita concorrência e, por isso, Wiseman talvez não consiga tantos minutos na rotação.
Victor Linjardi: Verdadeiro. Detroit é uma franquia que está apostando em jovens atletas, então pode ser um terreno fértil para o pivô crescer na liga.
Leonardo Paglioni: Falso. É verdade que o Pistons aproveita o seu processo de reconstrução para apostar em jovens desvalorizados. O problema é que o time é bagunçado e, assim, não contribui para desenvolvimento. Além disso, entre os pivôs, já existe alguém como Jalen Duren merecendo toda a atenção.
Ricardo Stabolito: Falso. O Pistons é a franquia ideal na aparência, mas já possui tantos pivôs. Pivôs que conhece melhor, para começar. O calouro Jalen Duren já tem mais minutos jogados na NBA e mostrou mais do que Wiseman, por exemplo. E ele tem 19 anos.
3. Por fim, a carreira de James Wiseman na NBA tem salvação?
Gustavo Lima: Sim. Wiseman ainda tem 21 anos e, a princípio, só precisa de duas coisas: entender o jogo e manter-se saudável. Já mostrou talento na temporada de estreia na liga. O cenário ideal é ter tempo de quadra em um time sem pretensões, com uma comissão técnica disposta a ensinar.
Victor Linjardi: É muito cedo para dizer, a princípio. É muito jovem para se julgar que sim ou não. Eu espero que, com mais tempo de quadra, Wiseman possa dar uma maior amostra do que é capaz (ou não) no Pistons.
Leonardo Paglioni: Sim, mas com um protagonismo menor do que se espera de uma segunda escolha de draft. Afinal, o início ruim de carreira tira a confiança e cobra pressa para mostrar serviço. Mas Wiseman ainda é jovem e já mostrou que, ofensivamente, pode ser um jogador de rotação.
Ricardo Stabolito: Sim, certamente. Wiseman possui motivos plausíveis para não ter “decolado” até agora, afinal. Foi draftado pelo time errado, teve lesões sérias e está claramente subdesenvolvido. O tempo, no entanto, passa. E a diferença entre um jovem talento e uma eterna promessa é tênue.
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