A carreira de Ben Simmons tomou um caminho inesperado e, mais do que isso, perigoso na NBA. Queimou uma “ponte”, em primeiro lugar, ao forçar a saída da única franquia em que havia jogado na liga. Alegou transtornos de saúde mental para isso. O astro conseguiu deixar o Philadelphia 76ers, mas esses problemas acompanharam-no para o Brooklyn Nets.
A versão do armador em Nova Iorque é, em síntese, uma sombra do jogador do passado recente. Tornou-se um atleta avesso não só a arremessar, como já era, mas pontuar em geral. Não agride o aro, passa a bola em condições de finalizar. Simplesmente parece ter aversão a qualquer situação que exija que arremesse, não importa qual seja a distância do aro.
No entanto, sem a pressão de Kevin Durant e Kyrie Irving na equipe, tudo vai ser diferente. Certo?
Reunimos hoje três integrantes da nossa equipe e o convidado Guilherme Campos (podcast Splash Brothers) para discutir isso. Existe, afinal, um caminho de volta para Ben Simmons retomar a sua carreira na NBA? Ou, por fim, é uma jornada irreversível rumo à destruição profissional? Vamos lá!
1. O que aconteceu com Ben Simmons, para começar?
Gustavo Freitas: Parece ser um combo de coisas ruins: lesões e completa falta de confiança. Simmons não se parece mais com aquele cara que explorava a estatura contra os seus marcadores, mas ainda é um bom defensor com visão de quadra.
Antonio Gomes: Nem todos os atletas são psicologicamente preparados para a NBA. Simmons possui talento, mas aquelas comparações com LeBron James só prejudicaram. A saída do Sixers, além disso, também colocou um alvo em suas costas. É claro que não está bem mentalmente.
Guilherme Campos: Difícil dizer. O problema inicial era mental em Philadelphia e ele não parece ter nenhum problema grave de mobilidade. Então, pode ser a falta de confiança. A pressão, além disso, sempre parece afetar Simmons.
Ricardo Stabolito: Deus sabe! Não sou psicólogo, mas, pelas suas entrevistas, a impressão que passa é que ele realmente acredita estar fazendo o melhor para si mesmo. Enquanto isso, destrói a sua carreira.
2. Você é o técnico do Nets. Como utilizar um jogador como Simmons?
Gustavo Freitas: Se quiser aproveitar as suas melhores qualidades, certamente, escalaria como armador titular. Dessa forma, o australiano poderia adquirir mais confiança para tentar ser o mesmo dos tempos de Philadelphia 76ers.
Antonio Gomes: Simmons já deixou claro que nunca vai ser um arremessador na NBA. Então, Jacque Vaughn precisa explorar os seus pontos fortes: a defesa e a criação para outros. Sem a pressão de jogar com Durant e Irving, coloque a bola em suas mãos e deixe-o recuperar a confiança.
Guilherme Campos: Eu tiraria a bola de suas mãos e focaria o seu jogo ofensivo no dunker spot. Afinal, falta um pivô confiável para ser o reserva de Nic Claxton no elenco.
Ricardo Stabolito: Em síntese, na NBA de hoje, ele precisa ser utilizado como um pivô sem arremesso. É preciso tirar a bola de suas mãos, antes de tudo. Quem não coloca pressão em defesas não pode comandar um ataque atualmente.
3. Por fim, a carreira de Ben Simmons na NBA tem salvação?
Gustavo Freitas: Sim, mas é difícil. Apesar de estar sem confiança alguma, a sua qualidade técnica ainda está lá. Parece que os Monstars roubaram o seu talento. Simmons ainda é relativamente jovem, então pode virar o jogo. Quando acontecer, o Nets vai ganhar um grande jogador. Tudo pode acontecer. Inclusive, nada.
Antonio Gomes: Sim. A NBA sempre tem espaço para talento, então não dá para dizer que a sua carreira acabou. Mas, sem arremesso, precisa voltar a impactar o jogo na criação. Fica difícil, caso contrário, justificar a permanência na liga.
Guilherme Campos: Sim. O próprio Simmons declarou que o seu jogo deve ser retomado aos poucos. Penso no seu futuro como o de um jogador que teve uma grave lesão, por exemplo. Dou a próxima temporada para sacramentar o fim ou não do australiano.
Ricardo Stabolito: Não. Não sou fã de dar respostas definitivas sobre alguém tão jovem, mas esse é um caso especial. Ele entrou em uma queda livre que aparenta não ter volta. Não dá sinais de evolução e, mais do que isso, não mostra vontade de mudar.
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