Quando o Phoenix Suns recebeu Bradley Beal e Grayson Allen em trocas na última offseason, estava claro quem seria o terceiro melhor jogador. Afinal, Beal já foi três vezes All-Star, teve temporadas com médias acima de 30 pontos. Enquanto isso, Allen chegou com fama de bom defensor. E se quiser adicionar algo aí, de maldoso. No entanto, a última campanha mostrou algo um pouco diferente disso.
Claro, Kevin Durant e Devin Booker são os melhores jogadores do Suns. Então, quando chega um outro que já foi All-Star e era o cestinha de sua antiga equipe, ele é o terceiro. Pelo menos.
Mas com Bradley Beal não foi bem assim. Ele demorou a estrear, fez três jogos e perdeu outros 12 em sequência. Ou seja, já não foi um grande começo. Voltou, fez mais três partidas e sofreu nova lesão, ficando fora das próximas cinco.
O detalhe é: naqueles seis jogos até o fim de dezembro, Phoenix tinha duas vitórias. Ou seja, um aproveitamento de 33.3%. Mas mesmo sem ele, eram 13 triunfos em 24 partidas, em torno de 54.2%. Era apenas OK, especialmente falando do Oeste. Para ter uma ideia, a linha de corte para classificação direta aos playoffs na conferência foi de 59.8%, do próprio Suns.
Bradley Beal tinha dificuldades em se acertar ali, mas Grayson Allen vinha ganhando destaque. No mesmo período, os números dos dois eram similares. Enquanto Beal fazia 14.7 pontos e 3.2 assistências, além de 42.9% do perímetro, Allen registrava 13.7 pontos, 2.9 passes decisivos e 47.3% nos arremessos de três. As diferenças, entretanto, estavam na disponibilidade, defesa e cuidado com a bola.
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Isso porque Grayson Allen tinha apenas 1.4 erro de ataque e Bradley Beal cometia 2.3. Depois, ao fim da temporada regular, os números foram quase iguais por parte do primeiro, terminando com o melhor aproveitamento do perímetro de toda a NBA: 46.1%. Beal, por outro lado, melhorou sua pontuação, especialmente quando Devin Booker e Kevin Durant não jogavam.
Mas o ponto é: enquanto Beal ganhou US$46.7 milhões, Allen fez US$8.9 milhões. Agora, a situação do especialista em defesa melhorou, pois vai receber US$15.6 milhões após extensão.
Veja o quanto é importante ter a fama de cestinha. Beal teve duas temporadas sendo o principal pontuador do Washington Wizards, enquanto ninguém jamais pediu a Allen para fazer algo similar.
Claro, se perguntar quem é melhor entre os dois, a imensa maioria vai dizer que é Beal. Três vezes All-Star, contrato máximo e o Suns entregou o armador que levou a equipe às finais anos antes, Chris Paul. Então, é meio óbvio afirmar que o cestinha tem vantagem.
No entanto, ele tem um custo-benefício horroroso.
O Suns paga a ele como se fosse um All-Star e Beal não é mais um. Sim, culpa do contrato do Wizards. Mas quando encerrar, em 2026/27, ele vai ganhar US$57.1 milhões. Imagine isso. Se em 2023/24 seus números (e o que o olho viu em quadra) foram os piores desde 2015/16, imagine daqui três temporadas.
E a tendência é que, com a chegada de Tyus Jones, o torcedor do Suns deve ficar ainda mais decepcionado com Bradley Beal.
Mas Bradley Beal está tão mal assim?
A queda na pontuação é até natural, pois Durant e Booker tiveram a mesma média: 27.1. Beal fez 18.2, então não chega a ser um absurdo. Nada disso. Mas sabe quantos jogadores, entre os 25 maiores salários para a próxima temporada, ficaram abaixo dos 20 pontos por jogo? Só três: Fred VanVleet, que bateu a melhor marca pessoal em assistências (8.1) e Rudy Gobert, vencedor do prêmio de melhor defensor de 2023/24.
O outro é Bradley Beal.
Mais uma vez, ele não é um jogador ruim. Beal só tem um salário absurdo e, pelo que ele entregou, Allen fez coisas similares e recebendo cinco vezes menos. Basicamente, um é superestimado, enquanto o outro é subestimado.
De acordo com o site Bright Side of The Sun, especialista em coberturas sobre a equipe, o cuidado com a bola faz de Grayson Allen um jogador incrível. Apenas para ilustrar, eles apontaram que Allen cometeu 95 erros de ataque, mesmo sendo o segundo com mais minutos na temporada. Enquanto isso, Beal teve 131 com quase 800 minutos a mais (não em média, claro).
O site destaca, ainda, a qualidade defensiva de Allen.
A questão é que na próxima temporada o Suns terá um novo treinador (Mike Budenholzer), com quem Grayson Allen trabalhou no Milwaukee Bucks. Além disso, é possível que Jones tenha muitos minutos, mesmo que venha do banco. Então, são coisas que devemos observar nas partidas de pré-temporada para entendermos como Phoenix vai jogar.
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