Fonte: Reprodução / InstagramUm título da NBA não é produto do acaso. Cada decisão que um time toma ao longo dos anos, afinal, pode ter impacto decisivo em um resultado. Ganhar o troféu Larry O’Brien, assim, serve também como um atestado de acerto. Pois Brad Stevens é a prova disso. Segundo Ramona Shelburne, da ESPN, o dirigente foi o responsável pelo Boston Celtics não buscar trocas por astros como Kevin Durant e Anthony Davis.
“Brad foi o treinador que introduziu Jayson Tatum e Jaylen Brown na liga. E, em seguida, virou o executivo que construiu o elenco em torno de ambos. Rejeitou todas as ofertas que chegavam enquanto os outros times torciam para que perdessem a paciência com os dois. E foi o homem que resolveu não ‘perseguir’ Paul George, Jimmy Butler, Kawhi Leonard, Anthony e Kevin nos últimos anos”, revelou a jornalista.
O título pode apagar isso, mas vale lembrar que vetar esses grandes nomes não foram decisões populares. Vários torcedores e analistas criticavam a inércia da equipe, mesmo com os ativos para poderem agir de forma mais ousada no mercado. O passar dos anos sem vencer um campeonato, além disso, aumentava a impaciência. Mas Stevens sempre priorizou a montagem de uma base sólida e a sinergia interna.
“Quando todos estivermos aposentados do basquete, tudo o que vai importar é a forma como tratamos uns aos outros. Nada mais importa, no fim das contas. Os banners não importam porque, se não houver união nas conquistas, isso não vai se construir depois. E, para mim, o objetivo final é construirmos relações que vão além do basquete”, explicou o presidente de operações de Boston.
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Incômodo
Os rumores sobre astros da liga no Celtics foram um teste para Brown, em particular. O ala era o atleta mais incluído em especulações de troca por grandes nomes, pois gerava interesse em times em reconstrução. Trabalhar com incertezas passa longe de ser uma situação ideal. Tatum admite que é um cenário com que o colega de elenco administrou melhor do que ele mesmo lidaria, provavelmente.
“Os rumores teriam me incomodado, certamente. Não sei qual é a sensação, mas sei do trabalho duro de Jaylen todos os dias. Não me contaram, eu via. Isso afetaria até a pessoa mais mentalmente forte, então, nesse sentido, sentia muito por ele. Acho, aliás, que até eu poderia ter lidado melhor com tudo. Poderia ter falado mais e me envolvido mais com a situação”, admitiu o craque.
A preocupação de Tatum é uma reação normal para alguém que vive o dia a dia do time. Stevens, no entanto, nunca temeu uma reação negativa do ala. “Você se importa com a forma como as pessoas vão encarar as especulações, mas não alguém como Jaylen. Ele é um trabalhador que só quer melhorar, acima de tudo. Vê absolutamente tudo como uma motivação para evoluir”, elogiou.
Crescer juntos
O Celtics abdicou de trocas por Kevin Durant e Anthony Davis porque decidiu apostar em Tatum e Brown. Chegar a seis finais do Leste em oito temporadas era um sinal positivo, mas, ao mesmo tempo, preocupante. Afinal, será que a dupla chegou ao seu limite? Os jovens astros, por fim, provaram que não. Pode ter demorado mais do que gostariam, mas tudo foi um aprendizado que precisavam atravessar juntos.
“Nós passamos por muita coisa antes de estarmos aqui. Já jogamos juntos há sete anos, então foram várias situações. Vivemos derrotas e lidamos com expectativas. A imprensa disse que não poderíamos jogar e vencer juntos. A gente ouviu tudo, mas nós soubemos bloquear e seguir em frente. Eu acredito em Jayson e Jayson acredita em mim. E fizemos isso juntos”, cravou o MVP das finais.
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