O Boston Celtics pode ser considerado uma gestão de sucesso, concretizada com o título da NBA na última temporada e muito se deve ao ótimo trabalho de Brad Stevens. O técnico que virou GM e transformou uma equipe que parecia em fim de ciclo a uma sólida concorrente pelos próximos anos. Com a cultura de jogo e movimentos perspicazes no mercado, ele se tornou figura central para a franquia com mais títulos na história da liga.
Na quarta-feira (28), o time conseguiu mais um bom movimento. Não que seja uma mudança considerável para o elenco, mas Stevens conseguiu assinar com Lonnie Walker IV, um dos melhores agentes livres disponíveis por um contrato de exibição de dez dias. Basicamente um vínculo não garantido, onde o ala-armador vai treinar com a equipe e tentar conquistar um contrato regular e a última vaga dos campeões de 2023/24.
Como já dito, Walker é apenas uma cereja no bolo de uma equipe que deve começar 2024/25 à frente de todos os demais. Mas é mais um daqueles negócios criativos e improváveis do GM. O ala tem talento, poderia ganhar um contrato mínimo em alguma equipe, mesmo com as restrições do CBA. O executivo conseguiu o jogador pelo menor risco possível. Se não der certo, não custará nada. E essa é uma massa de manobra que Boston conquistou com ele e não lhe deu desde o primeiro dia.
O fim é o começo
Apesar de uma carreira de sucesso e aprovação em geral, o último ano de Brad como treinador foi provavelmente o pior de sua vida. O fim de ciclo já parecia óbvio. Boston precisou do play-in para chegar à pós-temporada. Com um elenco esvaziado, contratos desvalorizados e muitos problemas. Toda a mágica versatilidade ganha com o acordo de Kevin Garnett e Paul Pierce lá atrás, parecia ter ido embora sem deixar rastros.
E o problema também estava em seu trabalho. Boston, que com ele criou uma imagem de time coletivo e moldou as campanhas até as finais do Leste em 2017 e 2018, se tornou cada vez mais um time de individualismos e pouca fluidez. Assim, explorou as melhores características de Jayson Tatum, Jaylen Brown, Kyrie Irving e Kemba Walker.
Stevens abriu mão da própria identidade para se adaptar aos seus melhores jogadores. No entanto, o time perdeu peças em 2020/21. Evan Fournier, Tristan Thompson e Romeo Langford foram alguns nomes com minutos importantes nos playoffs contra o Brooklyn Nets.
O então treinador deixou o cargo. Mas ao invés de sair da franquia, ganhou uma inesperada promoção. A campanha ruim repercutiu também nos executivos. Danny Ainge, há muitos anos na franquia, saiu. Stevens foi a aposta. Ele trouxe Ime Udoka para o cargo de treinador a fim de tornar novamente uma equipe forte coletivamente.
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Muito com pouco
Stevens precisava ser criativo desde seu primeiro dia. Seriam necessárias extensões de contrato para Marcus Smart e Robert Williams. Kemba Walker, seu terceiro melhor jogador, tinha um contrato muito desvalorizado e vinha de sérias lesões e queda de produção. Da mesma forma, tinha Tatum e Brown e alguns jovens emergentes como Grant Williams e Payton Pritchard.
Então, o primeiro movimento de Brad Stevens como GM do Boston Celtics disse muito sobre seu trabalho. Havia um outro contrato bem desvalorizado na NBA no momento em que ele precisava trocar Kemba Walker. Era um velho conhecido: Al Horford. Dois anos depois de deixar a franquia, o veterano dominicano estava no Oklahoma City Thunder que passava por uma reconstrução
Em quadra e no vestiário, Horford foi um líder dos melhores times de Stevens. Mesmo que em um aparente declínio, o agora executivo buscou seu homem de confiança.
Ele também estendeu os acordos de Smart e Williams, além de aproveitar oportunidades de mercado.
Dennis Schroder poderia ser um dos agentes livres mais cobiçados, mas assinou um contrato de um ano e pouco menos de US$6 milhões com o Celtics.
Moses Brown, um pivô que viveu um bom momento único na liga também chegou na troca de Horford. Ele foi usado em troca com o Dallas Mavericks que virou Josh Richardson. Posteriormente, na trade deadline de 2021/22, o ala-armador se transformou em Derrick White.
O hábito de acertar
Não vou exemplificar todos os movimentos do GM. Afinal, estamos falando de muitas coisas, desde intermináveis trocas na segunda rodada do Draft até ousados movimentos que foram vitais para o título em 2023/24.
Assim, Brad Stevens adquiriu o hábito de acertar no Boston Celtics. Aaron Nesmith se transformou em ótimo ala no Indiana Pacers, mas foi a grande moeda de troca para que a equipe obtivesse Malcolm Brogdon há dois anos. Não levou ao título, mas fortaleceu Boston como melhor time do Leste. Aliás, vocês se lembram qual foi o resto do pacote? Pois bem: Daniel Theis, Nik Stauskas, Malik Fitts, Juwan Morgan e uma escolha de primeira rodada.
No ano seguinte, Brogdon e Robert Williams se transformaram em Jrue Holiday.
Também não faltou coragem para ousar e fazer o doloroso e corajoso movimento de abrir mão de Marcus Smart, outra liderança marcante do elenco, por Kristaps Porzingis.
Até as trocas secundárias que trouxeram Jaden Springer e Xavier Tillman na deadline passada, podem ter sua importância comprovada com mais espaço para ambos no novo ano.
Tem sido difícil questionar a eficiência e a qualidade de Brad Stevens no Boston Celtics como GM.
O melhor executivo da liga
Antes do início da temporada vitoriosa em 2023/24, havia a dúvida sobre o quinteto titular. Então, o elenco se provou muito mais profundo do que parecia. Portanto, a conquista foi simbólica para provar a excelente montagem do grupo.
Stevens comemorou de forma silenciosa. Aliás, no mesmo dia, disse que o trabalho agora era focar em um segundo campeonato. Em outra, também afirmou que a montagem de elenco era apenas 10% do que seu trabalho atual representava.
Por fim, entre muitas discussões e muita admiração geral para o trabalho de Boston, um nome está lá há mais tempo do que ninguém e merece a alcunha de MVP por sua contribuição geral em todos os âmbitos da franquia: Brad Stevens, o melhor executivo da NBA.
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