O Toronto Raptors é uma das maiores incógnitas da NBA. Evidente que a equipe evoluiu nos últimos anos, visto que voltou a disputar os playoffs na temporada passada (o que não acontecia desde 2008, quando ainda tinha Chris Bosh), mas tudo indica que o elenco entrará em mais uma fase final da liga neste ano sem o amadurecimento suficiente para avançar no mata-mata.
Antes de qualquer avaliação, é preciso notar que trata-se de um time com pouca experiência em playoffs. Os cinco jogadores do quinteto principal do Raptors nunca haviam começado como titulares uma partida de mata-mata até a última temporada. Destes cinco, quatro seguem titulares atualmente (Kyle Lowry, DeMar DeRozan, Amir Johnson e Jonas Valanciunas). O outro, Terrence Ross, virou reserva de James Johnson.
A segunda colocação na conferência Leste não esconde alguns problemas da equipe. A irregularidade é um dos principais defeitos. Veja os últimos nove jogos: após quatro difíceis vitórias (contra Los Angeles Clippers, San Antonio Spurs, Washington Wizards e Atlanta Hawks), o Raptors perdeu cinco partidas seguidas (para Golden State Warriors, Houston Rockets, New Orleans Pelicans, Dallas Mavericks e New York Knicks).
Ou seja, ao mesmo tempo em que o time foi capaz de vencer três de quatro embates contra o forte e entrosado Hawks nesta temporada, perdeu um jogo teoricamente fácil para o “lanterna” New York Knicks – que joga sem Carmelo Anthony.
Aliado a isso, a franquia do Canadá tem outro entrave para solucionar: os turnovers. Na derrota diante do Rockets, no mês passado, o Raptors devolveu 23 posses de bola ao rival sem finalizar. Nesta mesma partida, apenas três atletas não cometeram erros de ataque no primeiro tempo: Valanciunas, Tyler Hansbrough e Chuck Hayes. O excesso de perdas de bola no último período também foi o motivo da derrota para o Mavs, também em fevereiro.
As perdas de bola, porém, são um problema recente. Até dezembro passado, o Toronto Raptors desperdiçava somente 11.9% de suas posses de bola. Era o melhor time da NBA no quesito. O número piorou em fevereiro e a equipe cometeu turnovers em 15,9% das posses. Lowry já admitiu em entrevista recente que o time oferece com frequência chances extras de pontuar aos oponentes. O armador, aliás, é um dos que mais tem errado com a bola nas mãos.
De surpreendente nesta campanha há o reserva Lou Williams, que registra seus melhores números em dez anos na NBA: médias de mais de 15 pontos por jogo, e o próprio Lowry, que teve algumas atuações incríveis na temporada. Por outro lado, fica a convicção de que a franquia deveria ter buscado nomes experientes para o elenco durante o período de trocas.