Foi bom enquanto durou, mas Blazers precisa trocar Damian Lillard

Após 11 temporadas em Portland, jogador quer vencer e time não consegue montar elenco para tal

Blazers trocar Damian Lillard Fonte: Juan OCampo / AFP

Já deu, né? O Portland Trail Blazers precisa trocar Damian Lillard e iniciar sua reformulação. A equipe pode até se mexer na offseason, pensando em sua permanência, mas não tem como ir muito além disso. Não será com algumas negociações que a direção vai montar um time vencedor.

Claro, quem comanda por lá já pensou em diversos cenários, mas não tem um que faça Portland se tornar uma equipe candidata a alguma coisa. Primeiro, porque já tem US$112 milhões em salários para a próxima temporada. Isso, sem contar com Jerami Grant, que é agente livre. Só com uma renovação do ala, já chegaria no teto. Então, ainda tem Cam Reddish, Matisse Thybulle e Justise Winslow (se quiser estender).

Ou seja, o time vai superar o teto e, ainda assim, não será competitivo. Por mais que Portland faça uma troca envolvendo a terceira escolha, vai chegar um astro por ela? Olhando para o mercado da agência livre, o Blazers não é “sonho de consumo” de ninguém. Sem desmerecer a franquia, qual foi o último grande nome que assinou como agente livre?

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Andre Miller, que liderou a NBA em assistências em 2002, fechou com o Blazers oito anos depois. O melhor, talvez, tenha sido Rob Strickland, há cerca de 30 anos. Ou seja, historicamente, Portland não é um destino de grandes agentes livres.

Tá, tudo bem. Em 2019/20, Carmelo Anthony chegou, mas aos 35 anos, após ficar quase uma temporada sem time. Então, não é exatamente o que estamos falando aqui. Embora tenha dado certo sua passagem por lá, foi praticamente um ato de boa vontade, pois ele, na época, já pensava em aposentadoria.

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Portanto, em equipes que não são fortes na agência livre (por conta de mercado, por exemplo), o ideal é montar elencos de duas formas. Primeiro, por Draft. Depois, em trocas. Não que seja a única fórmula vencedora, mas é a que anda fazendo mais efeito ultimamente. O Denver Nuggets chegou às finais assim, por exemplo. O Golden State Warriors, então, você já sabe.

Lillard é um astro, mas já tem o contrato da carreira. Quando for para ele assinar um outro, provavelmente, será o último. Seu acordo atual vai até 2026, mas ele possui 63 milhões de motivos para aceitar a opção para o ano seguinte. Em 2027, o armador terá 36 anos.

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Então, o Blazers precisa trocar Damian Lillard mesmo. E rápido, enquanto ainda está em seu mais alto nível. Depois, daqui dois ou três anos, quem garante que ele será isso tudo?

Vamos entender uma coisa: ele terá 33 anos daqui um mês e não está ficando mais jovem. Claro, o jogador vem, provavelmente, de sua melhor temporada individualmente falando. Foram 32.2 pontos, 7.3 assistências, além de 37.1% no perímetro. Se Portland quer iniciar sua reformulação, o momento é agora.

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Talvez, na noite do Draft, seja a melhor oportunidade de conseguir jovens talentos. Scoot Henderson é a provável escolha da equipe. E o cara já vem para fazer números para brigar pelo prêmio de melhor calouro. Começa por aí.

No Draft?

Bem, tem um time que ninguém anda falando muito, mas poderia bem ser um destino. O Utah Jazz, por exemplo possui as escolhas 9 e 16. Além disso, o Blazers pode pegar os contratos expirantes de Jordan Clarkson, Kelly Olynyk e Talen Horton-Tucker, além das picks. De cara, teria muito espaço em sua folha salarial para, depois, construir seu elenco.

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O Jazz teria um time com Lauri Markkanen, Walker Kessler, Collin Sexton e Lillard, só para começar a brincadeira. Fora os agentes livres que podem fechar, teria espaço para tal.

Que tal o Orlando Magic, com as picks 6 e 11? Um combo com Cole Anthony, Markelle Fultz, Gary Harris e Goga Bitadze, todos expirantes, poderiam atrair Portland. Mas por que o Blazers teria Anthony, Fultz e Henderson? Só para acumular ativos, amigo. Depois, troca um dos outros dois, pois ambos possuem mercado.

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Tem o Brooklyn Nets, claro. O time possui as escolhas 21 e 22. Dali, dá para fazer uma negociação envolvendo os expirantes de Patty Mills e Spencer Dinwiddie (somando US$27.1 milhões), além de Dorian Finney-Smith e Cam Thomas. E a equipe ainda daria outras picks futuras.

É um desejo de Mikal Bridges e do próprio Lillard de jogarem juntos. Se vai acontecer, o papo é outro.

De novo, estamos falando de um cara de 33 anos, com um contrato pesadíssimo. Então, por mais que Portland queira capitalizar, existe a barreira da idade. Duas ou três escolhas de Draft, além de expirantes e jovens talentos. Geralmente, é o que se pede em situação similar.

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Fora do Draft

Neste caso, estamos pensando em uma negociação como foi a de Kevin Durant, por exemplo. Para Durant chegar ao Phoenix Suns, a equipe do Arizona precisou mandar dois caras talentosos (Mikal Bridges e Cam Johnson) e quatro escolhas de Draft. Mas ali era Durant, um dos cinco melhores jogadores da NBA atual. Lillard deve estar no top 20, mas tem uma boa diferença aí. E o Nets não queria partir para a reformulação, algo que Portland faria agora.

Então, três picks devem funcionar para um acordo. Um jovem talentoso, também. Para onde o Blazers pode trocar Damian Lillard?

Das equipes que citei, todas possuem o tal combo que Portland poderia aceitar. Dá para mudar um ou outro nome, incluir uma ou duas escolhas futuras, mas é mais ou menos por aí. O Blazers, em uma reconstrução, não vai querer contratos pesados. Nem faria sentido, já que não vai competir agora.

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Mas existem opções, especialmente se forem indicações do atleta.

E ele não é bobo, né?

Em uma entrevista no programa The Last Stand, Lillard falou sobre o Miami Heat. O expirante de Kyle Lowry (US$29.6 milhões) e Tyler Herro (US$27 milhões em 2023/24), além de três escolhas, seria o princípio. É o expirante, o jovem talento e as picks, base para qualquer time conseguir tirar Lillard de Portland.

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Ou tentar, né?

Fim da linha

O fato é que dá a impressão de que o Blazers já conseguiu o seu teto com o astro. Mesmo que faça trocas, envolva a terceira escolha, não vai conseguir montar o time que ele quer. Se a folha salarial não ajuda, se ele não quer jogar ao lado de jovens e se a agência livre não é uma opção, então o próximo passo é a troca.

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Negociar outros jogadores pelo que? Anfernee Simons é um jovem promissor, mas não vale um grande nome no mercado. Jusuf Nurkic? Portland está de mãos atadas por erros e mais erros. Agora, paga por eles.

Fica um gosto amargo de que poderia ser melhor se a diretoria ajudasse quando tinha ativos. Não deu.

“Ah, o Blazers não iria trocar Damian Lillard por estas aí que você citou…”

Não?

As chances de montar um time bom foram embora com negociações ruins, perdendo bons nomes aqui e ali, basicamente, por nada. CJ McCollum, por exemplo, virou o que? Aquela troca tinha Nickeil Alexander-Walker, Josh Hart, Didi Louzada e Tomas Satoransky.

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Satoransky e Alexander-Walker foram para o Jazz, resultando em Elijah Hughes, Joe Ingles (deixaram a equipe) e uma escolha que virou Jabari Walker na segunda rodada do Draft de 2022. Hart saiu em troca quádrupla, que virou Matisse Thybulle, Ryan Arcidiacono, Cam Reddish e Ante Tomic. Destes, Arcidiacono foi dispensado, Tomic era só seus direitos mesmo e nunca pisou em uma quadra da NBA. Enquanto isso, Thybulle e Reddish são agentes livres.

Por fim, Didi foi dispensado após cinco jogos.

Ah, McCollum não foi sozinho. Tony Snell e Larry Nance Jr deixaram o Blazers para o Pelicans. Tem noção do que Portland fez?

A equipe até receberia uma escolha de primeira rodada do Pelicans em 2022, mas como New Orleans foi aos playoffs do último ano, a condição fez com que ela virasse uma de 2025, vinda do Milwaukee Bucks. Até nisso, o time teve azar (ou competência para não condicionar a pick?).

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E o Robert Covington, que foi, ao lado de Norman Powell, para o Los Angeles Clippers? Sabe o que o Blazers recebeu?  Eric Bledsoe, Keon Johnson, Justise Winslow e uma escolha de segunda rodada de 2025. Sério. Bledsoe. Portland trocou três titulares que começaram 2021/22 por… nada.

Então, calma lá que o Blazers pode fazer coisa pior.

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