Ascensão e queda

Ricardo Romanelli comenta nova subida de produção do Pacers e o fim de carreira de Kobe Bryant

Fonte: Ricardo Romanelli comenta nova subida de produção do Pacers e o fim de carreira de Kobe Bryant

Histórias de ascensão e declínio são uma constante na NBA. Muitas têm acontecido e, na verdade, todas mereciam ser comentadas em nosso espaço semanal. É impossível falar de cada uma, mas decidi fazer alguns comentários mais pontuais sobre diversos temas para tentar abordar o máximo possível daquelas que estiveram em destaque na última semana. Vamos lá…

Ascensão retomada

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O Indiana Pacers foi um dos melhores times da NBA entre os anos de 2012 e 2014. Dono de uma das melhores defesas da liga, a equipe era vista como único desafiante do Leste capaz de parar o então campeão Miami Heat. As ambições da franquia sofreram um forte baque quando o ala Paul George teve uma terrível lesão na preparação da seleção norte-americana para a Copa do Mundo FIBA de 2014. A gravíssima fratura na perna tirou o astro da última campanha praticamente inteira e interrompeu duas temporadas de franca evolução coletiva.

Consciente da situação, o Pacers se prepararia para dias piores. Lance Stephenson, a emergente segunda opção do time, aceitou uma proposta de contrato do Charlotte Hornets que a direção de Indianapolis resolveu não igualar. George retornaria nos últimos seis jogos da campanha passada com atuações comedidas, compreensíveis pela gravidade de sua lesão e o momento que a equipe vivia (quase fora dos playoffs). A grande expectativa da volta do craque – e, por extensão, do time – em alto nível ficou para o começo desta temporada.

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George trabalhou intensamente na offseason para mostrar que a contusão ficou para trás e estava pronto para retomar de onde havia parado, que ainda era o rosto e líder de Indiana. Acredito que já é seguro dizer sim, ele voltou. E, com ele, voltou o Pacers competitivo. Aquele que você talvez não saiba, mas é o atual vice-líder da conferência Leste.

A equipe faz uma ótima campanha até aqui, com algo próximo de 65% de aproveitamento e muito acima das expectativas, e tem boas chances de ficar entre os quatro melhores do Leste. E George parece ser um dos grandes responsáveis pelo sucesso, mantendo médias de aproximadamente 25 pontos, oito rebotes e cinco assistências por partida. São estatísticas que só um jogador de elite é capaz de alcançar – e, realmente, ele faz parte desta elite. O período contundido pode ter o tirado dos holofotes por um breve momento, mas não deve demorar para que as atenções voltem ao Pacers e seu dinâmico ala.

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James Harden loss

Houston, temos um problema…

Eis o clichê. Este é o título mais manjado que existe para se utilizar em uma fase ruim do Houston Rockets, mas é isso mesmo. Eles têm um problema sério, saindo do segundo lugar do Oeste para a incerteza da classificação aos playoffs em poucas semanas. A enorme crise já custou a “cabeça” do técnico Kevin McHale e, mesmo com sua saída, os texanos não se encontraram ainda.

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Muito desta queda de rendimento tem a ver com a defesa – em especial, de perímetro. Depois de passar vários anos sendo criticado pelo desempenho ruim na defesa, o craque James Harden melhorou sensivelmente neste aspecto ao longo da temporada passada. Melhorou a ponto de se tornar candidato a MVP, perdendo para Stephen Curry.

Neste ano, porém, sua defesa sumiu de novo – e a intensidade de um astro, muitas vezes, define a intensidade de um time. O Rockets está abatido em quadra.  A temporada ainda está no começo, mas, com o altíssimo nível do Oeste, pode ser que o Rockets fique ameaçado de ficar de fora dos playoffs eventualmente – o que seria um desastre para uma franquia com claras ambições.

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Eternizando uma lenda

Na última terça-feira, o Atlanta Hawks aposentou a camisa do ídolo Dikembe Mutombo (#55). Um craque que foi eleito melhor defensor da liga em quatro oportunidades, disputou oito Jogos das Estrelas, integrante do Hall da Fama e uma das figuras mais marcantes de sua geração, mesmo atuando em uma época de grandes pivôs. Hoje, um humanitário e embaixador da NBA longe das quadras.

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Durante a cerimônia, Mutombo comemorou o fato de ter seu nome eternizado no teto do ginásio da franquia. Esta é uma homenagem mais do que merecida para um dos maiores pivôs da história da NBA, alguém que sempre está em ascensão.

https://www.youtube.com/watch?v=7Yr9A6QSPgA

O fim de uma lenda

Uma das histórias tristes da NBA nesta temporada é o desempenho de Kobe Bryant. Um ídolo da liga nas últimas duas décadas, o astro do Los Angeles Lakers tem sido até alvo de chacota entre os torcedores mais debochados. É um fim de carreira muito triste para um dos maiores vencedores que o basquete já viu. Kobe, com certeza, está entre os jogadores mais talentosos que já pisaram em uma quadra e, mesmo assim, foi um dos atletas mais esforçados e dedicados da liga.

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Como um fã de Bryant, espero que ele reconheça logo que vai (e precisa) deixar as quadras ao fim desta temporada. Com isso, seus últimos jogos seriam analisados sob outro prisma. Sai a crítica e chega a nostalgia, a homenagem. Kobe não merece isso.

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