Fonte: Michael Reaves / AFPQuem é o jogador mais difícil de marcar na liga, afinal? Essa é uma pergunta que todos os especialistas defensivos já tiveram que responder mais do que uma vez. Ou duas. Ou três vezes. Então, Alex Caruso também encarou o desafio de indicar os adversários mais difíceis de defender na NBA. Mas tentou ser um pouco mais criativo e reflexivo do que os seus colegas na explicação.
“Eu poderia citar uns 20 jogadores, pois não há uma resposta só. É uma longa lista, certamente. Tem os óbvios, astros como o Stephen Curry e LeBron James. Mas Jordan Clarkson é um caso legal. É um dos mais complicados de marcar porque pode chutar de qualquer distância e cavar faltas. Acima de tudo, faz boas leituras das reações das defesas”, contou o jogador, em entrevista à rede NBC Sports.
Caruso consolidou-se como um dos melhores defensores da NBA nesse ano, depois de ser escolhido para o primeiro time de defesa da liga. Um feito significativo em tempos quando a marcação é cada vez mais coadjuvante do jogo. Mas qual pode ser a chave para ser um grande marcador hoje em dia? Para o titular do Bulls, saber que parar completamente alguém é impossível.
“Se eu seguir o plano de jogo e defender bem, os astros da NBA ainda vão bater a sua média de pontos. Afinal, a questão é o volume. Há trocas de marcação, várias oportunidades. Então, você precisa assumir o seu papel e seguir em frente. Tenho que entender que, mesmo se fizer o meu trabalho, pode ser que esse cara marque 40 ou 50 pontos”, esclareceu o ala-armador.
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Egoísmo
Caruso surgiu na NBA como um xodó da torcida do Los Angeles Lakers. Provou-se, em seguida, um coadjuvante confiável e esforçado. Defesa, movimentação sem a bola, passe, inteligência. A torcida californiana lamentou a sua saída para o Bulls, aliás, exatamente por esse aspecto. Ele é um jogador que traz vitórias, pois o seu jogo sempre está em prol do coletivo.
“Jogar como ala-pivô em formações baixas não é algo que goste muito. Foi difícil. Mas acho que esse é um dos benefícios que ofereço para as minhas equipes: sou bem altruísta. Já conversei com os técnicos, aliás, sobre ser mais egoísta às vezes. Há momentos em que passo a bola demais, preciso ser mais agressivo. Mas, na hora decisiva, é assim que consigo estar em quadra”, contou o defensor.
Hoje, atuando com astros como Zach LaVine e DeMar DeRozan, Caruso entende que um bom defensor não é medida por números brutos. “Qualquer all-star e até alguns caras que saem do banco de reservas podem fazer 20 pontos por partida. Antes de tudo, você precisa entender que está em uma liga em que todos vão pontuar. O seu trabalho, portanto, é estar lá para desafiá-los”, resumiu.
Reconhecimento
Alex Caruso já aprendeu que defender na NBA nem sempre é tão gratificante. As atenções e glórias costumam estar com os pontuadores e astros. Ou seja, quem mexe com o placar. Raramente quem evita os pontos é quem vai ser carregado pelos torcedores. Por isso, a seleção para o quinteto ideal de defesa serve como um reconhecimento que nem sempre parece receber.
“Entrar no primeiro time defensivo é duro, então foi importante para mim. Não dá para ser eleito por sorte, por exemplo. É uma façanha nessa liga, pois o basquete atual é complicado para marcadores. Há muita ênfase no ataque e espaçamento. Fiquei bem orgulhoso porque envolve muito sacrifício mental e físico. Então, sem dúvidas, foi ótimo como um reconhecimento ao meu esforço”, finalizou.
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