Na última semana, o mercado da NBA foi aberto para os agentes livres, e os times puderam voltar a contratar para a próxima temporada. Jogadores de peso foram negociados e trocaram de endereço, mas alguns deles foram “cortejados demais” e optaram por outras equipes.
Dois casos envolvendo o ala-pivô LaMarcus Aldridge chamaram a atenção, em especial.
Primeiro, o Los Angeles Lakers preparou uma recepção toda cheia de efeitos, com a presença do músico Adam Levine, do Maroon 5. Aldridge não teria gostado da situação, que pouco tinha a ver com o basquete em si. Na apresentação de Kobe Bryant, o jogador sentiu-se desconfortável em algumas ocasiões e não obteve do astro as respostas necessárias para um acerto. A NBA até chegou a pedir ao Lakers para deletar a hashtag #LAtoLA. De acordo com as regras, o time pode apenas anunciar que está conversando com determinado atleta, mas nada muito além disso.
Pouco depois, foi a vez do Phoenix Suns. O time do Arizona chegou a ser um dos favoritos, especialmente após a frustrante visita ao Lakers. A diretoria do Suns até não fez grandes extravagâncias, mas Greg Stanton, prefeito de Phoenix, tuitou a imagem de um banner de Aldridge com a camisa da equipe.
Questionado posteriormente, Stanton disse que a cidade possui um dos melhores programas de reciclagem de lixo do país.
Aldridge ainda rejeitou visitar o New York Knicks após descobrir os planos da franquia em torná-lo um pivô e acertou com o San Antonio Spurs após dois jantares.
Hey @aldridge_12, check out what we’re dropping in Downtown PHX tomorrow! #WeArePHX #LMAtoPHX pic.twitter.com/963VFHu6QC
— Greg Stanton (@gregstantonaz) July 4, 2015
O banner é um exemplo que aparece também na não contratação de Carmelo Anthony pelo Houston Rockets. No ano passado, Anthony era agente livre e visitou diversas equipes, entre elas o Chicago Bulls e o Rockets. Entretanto, ao se deparar com um banner gigantesco com a sua imagem, Anthony viu ali a camisa 7 estampada. O problema é que na época, Jeremy Lin era o dono daquele número e Anthony jogou com Lin no New York Knicks. Ele sentiu que seria uma traição ao seu antigo colega e rejeitou a possibilidade de atuar pelo time texano.
Em 2000, o Orlando Magic tinha um time bastante interessante e seu prometia ser forte o bastante para conquistar um título. Era a situação perfeita para o time decolar após a saída de Shaquille O’Neal, alguns anos antes.
O Magic tinha a quinta escolha daquele draft e selecionou o ala-armador Mike Miller. Verdade seja dita, aquele recrutamento passou longe de ser bom. Miller foi eleito o calouro daquela temporada, para se ter uma ideia. Apesar disso, fez uma carreira sólida e é ainda um grande arremessador.
Fechou com Tracy McGrady no dia 3 de agosto para ser o futuro, porém tornou-se realidade imediatamente e foi para o Jogo das Estrelas naquele ano. Todo mundo sabe o resto.
Naquele dia, porém, o Magic enviou Ben Wallace e Chucky Atkins ao Detroit Pistons para receber Grant Hill em uma sign-and-trade. O time queria ainda adicionar o então jovem Tim Duncan, do San Antonio Spurs e montou uma apresentação com uma imagem de Hill e ele com a camisa de Orlando e os dizeres imagine e Grant us Duncan, em alusão ao nome de Hill. Julius Erving e o jogador de golfe Tiger Woods, fizeram parte da visita. O jogador já havia sido campeão pelo Spurs e era agente livre pela primeira vez na carreira. Doc Rivers era o técnico da equipe na ocasião e fez de tudo para fechar com Duncan. Ele rejeitou, voltou para o time texano e venceu outros quatro títulos.
Para o Magic, o azar estava apenas começando.
Hill era proclamado por muitos o melhor jogador pós-Michael Jordan. O ala era cotado para liderar times aos campeonatos e ter uma carreira brilhante. Mesmo sem Duncan, ele poderia comandar aquele grupo. A vida, como diria Joseph Climber, é uma caixinha de surpresas.
Ele acabara de deixar o Detroit Pistons, mas sua última partida pela equipe foi trágica. Ele machucou o tornozelo durante os playoffs e desfalcou o time por praticamente três das próximas quatro temporadas. Hill ainda foi um grande defensor e encerrou sua carreira em 2013, mas muito longe do que aconteceria caso não tivesse se machucado seriamente.
O Magic foi aos playoffs por três anos seguidos, mas sempre caindo na primeira fase. O que era para ser o time a ser batido, tornou-se apenas mais um. Se teve azar de um lado, do outro faltou uma apresentação mais voltada ao basquete. Duncan, assim como Aldridge, fechou com o Spurs por este motivo.
Esta simplicidade na hora de negociar dá uma dimensão do quão profissional é o time texano. Gregg Popovich disse que estaria dormindo no momento de abertura da agência livre. Ninguém sabe se de fato estava, mas o no ponto é que não foi.