Por Luiz Henrique dos Santos
Como o Hack-a-fulano voltou a ser assunto nos playoffs deste ano, pelo menos na série entre San Antonio Spurs e Los Angeles Clippers, e no duelo entre Houston Rockets e o mesmo Clippers a estratégia tende a ser novamente explorada, quero saber se vocês conhecem a história de como Wilt Chamberlain gerou uma mudança nas regras por conta desse mesmo problema.
Wilt foi uma das maiores forças ofensivas da história da NBA. Todos devem lembrar de alguns recordes que ele quebrou, como 100 pontos em um único jogo ou os 55 rebotes em outro. Mas, assim como a maioria dos pivôs, Chamberlain tinha um problema crônico, que era o seu aproveitamento em lances livres, tanto que ele terminou a carreira com um aproveitamento de 51% neste quesito.
O lendário pivô também teve problemas com as faltas intencionais. Claro que, em sua época (anos 60 e início da década de 70), nunca utilizaram esse artifício de forma direta como estratégia de defesa, como o Spurs (e outras equipes) fazem. Porém, nos finais dos jogos disputados, aquele momento em que o time adversário precisa da falta para ter a posse de bola, os marcadores não se preocupavam em fazer a infração em quem estava com a bola, e sim em Wilt, para que ele fosse à linha do lance livre.
Pat Riley, hoje presidente do Miami Heat e companheiro de Wilt na época de jogador no Los Angeles Lakers, conta que, em diversas partidas, a parte final virava um verdadeiro pega-pega, com Chamberlain correndo das pessoas para não sofrer faltas, o que gerava uma situação bizarra e até mesmo engraçada.
Em função disso, a NBA mudou a regra para a que funciona até hoje. Nos dois últimos minutos de jogo, se um jogador sofre falta sem estar com a bola, além dos lances livres, a posse volta para o time que está atacando. Hoje, inclusive, o time pode escolher qual jogador mandar para a linha de lance livre, tanto que nos finais do jogo não vemos faltas acontecendo em jogadores que não estão com a bola.
Uma medida simples que a NBA poderia tomar sem precisar de grandes mudanças estruturais no jogo seria expandir essa regra dos dois minutos finais para os 48 minutos de bola rolando. Dessa forma, a regra seria mais rígida na marcação de falta em jogadores sem a bola no ataque. Isso não impediria o Hack-a-fulano como um todo, mas certamente diminuiria bastante o número de lances ridículos como jogadores abraçando um DeAndre Jordan ou Dwight Howard em situações de corta-luz.
E você, caro leitor, o que acha dessa tática das faltas intencionais?