Na última década, os fãs de basquete da cidade de Charlotte assistiram a equipe local ir aos playoffs apenas duas vezes (2010 e 2014). Portanto, nesta temporada o Charlotte Hornets tenta se credenciar para a fase decisiva da NBA pela segunda vez consecutiva, mas as lesões têm insistido em atrapalhar a franquia, que, mesmo assim, se mantém na zona de classificação, com a campanha negativa de 22 vitórias e 30 derrotas.
Desde a virada do ano, as lesões vêm incomodando ainda mais o time da Carolina do Norte. A prova disso é que os melhores pontuadores da equipe, Al Jefferson e Kemba Walker, estiveram juntos em quadra apenas em duas oportunidades em 2015.
Big Al ficou ausente por nove jogos em janeiro por causa de dores na virilha. O pivô não está no mesmo ritmo da temporada passada, quando teve grandes atuações tanto no ataque quanto na defesa, surpreendendo a todos que o taxavam de mal defensor. Já Walker, que antes do início da temporada acertou a prorrogação de seu contrato até 2019, precisou se afastar em janeiro por causa de uma lesão no joelho esquerdo, região que o incomodava desde o princípio da carreira. Seu retorno é previsto para meados de março.
Jefferson é fundamental nesta equipe, principalmente agora que o seu substituto imediato Bismack Biyombo, que vinha mostrando uma evolução interessante na temporada, machucou o joelho. O congolês ficou fora dos últimos oito jogos e será submetido a uma nova cirurgia no próximo sábado. Sem Biyombo, o esforçado Jason Maxiell passou a ganhar minutos em quadra e tem ajudado defensivamente.
Importância equivalente tem Walker, maior pontuador deste time. Antes da lesão, mesmo sendo aquele armador que arremessa muito, mas com eficiência baixa (39% na atual temporada), ele comprovava sua importância nos números. Walker vinha obtendo 18.8 pontos, a maior média de sua curta carreira, e 5.2 assistências por jogo. Em janeiro, conseguiu anotar pelo menos 28 pontos em seis jogos seguidos.
Sem Walker, Brian Roberts vem sendo o titular. O armador de 29 anos produz somente sete pontos e três assistências por jogo, além de não ser um bom defensor. Justamente pelo baixo rendimento de Roberts, a franquia decidiu adquirir Mo Williams, experiente armador que deve ser o titular na ausência de Walker. Junto com Williams também chegou Troy Daniels, aquele armador que poucos conheciam até ele acertar um arremesso de três nos segundos finais de uma vitória do Houston Rockets nos playoffs de 2014.
Para muitos, as boas atuações (quando acontecem) da equipe de Charlotte dependem da dupla Walker e Jefferson. Porém, em meio a estas duas figuras, Michael Kidd-Gilchrist é quem parece ser a chave do bom andamento da franquia. Os bons números da defesa do Hornets andam de mãos dadas com o ala de 21 anos, ótimo defensor desde os tempos da universidade.
Com Kidd-Gilchrist em quadra em todos os jogos em janeiro, o Hornets foi a equipe que menos sofreu pontos naquele mês, permitindo 89.5 pontos por jogo. Com uma lesão no pé do ala, a equipe teve uma sequência de dez derrotas em novembro do ano passado. Recentemente, ele voltou a se machucar e, desde então, foram dois jogos e duas derrotas. Nesses dois reveses, a equipe sofreu mais de 100 pontos, o que não acontecia há seis jogos. Gilchrist pode voltar em breve, mas enquanto estiver ausente fará falta.
Por fim, outro que já sofreu com lesões este ano é Lance Stephenson. Porém, não é exagero dizer que o ala-armador não fez falta. Stephenson parece não ter se adaptado em Charlotte, e não à toa é reserva. Está longe de ser aquele jogador dinâmico que brilhou pelo Indiana Pacers na temporada passada.
Em meio às lesões, quem está sempre presente é Gerald Henderson, que vem contribuindo cada vez mais. Nos últimos cinco jogos, ele atuou mais de 30 minutos em todos, produzindo uma média de 18.8 pontos, 5.6 assistências e 4.4 rebotes. Como não é um jogador que comete faltas e está em Charlotte desde 2009, o ala-armador, se manter o crescimento, pode conquistar um espaço de liderança na equipe.