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A votação da reforma da loteria do draft terminou com uma reviravolta de última hora. Depois de sua aprovação ser considerada praticamente certa, a proposta acabou vetada pelo comitê dos donos de equipes da NBA nesta quarta-feira. O pleito foi encerrado com 17 votos a favor da mudança, mas era necessária a aprovação de 23 dos 30 times para que a sugestão fosse implantada.
A proposta colocada em votação previa a redução substancial da diferença de chance entre as franquias. A alteração mais importante aconteceria no topo da loteria, onde os quatro times de pior campanha na temporada anterior teriam a mesma chance de ficar com a primeira escolha (11%). O modelo atual concede às duas equipes de pior recorde concentrar 44.9% de ganhar o “sorteio”.
A reforma foi pensada como um modo de combater a situação protagonizada atualmente pelo Philadelphia 76ers, que monta elencos pouco competitivos ano após ano com a benção dos dirigentes da franquia para acumular boas escolhas de draft. O comissário Adam Silver não citou nomes, mas confirmou que a intenção é desbancar a ideia de que perder é o melhor caminho para reconstruir um elenco.
“Eu não discordo do funcionamento da loteria hoje. Pessoalmente, estou mais preocupado com a percepção de que jogar abaixo do possível seria a forma mais eficiente e rápida de melhorar. Acho que é uma percepção corrosiva que circula aqui”, explicou Silver, ainda revelando que os donos de times vetaram a proposta por temerem as “consequências não intencionais” que seriam ocasionadas pela mudança.
De acordo com Zach Lowe, do site Grantland, o motivo real para o surpreendente veto seria o temor das franquias de mercados menores em enfrentar maiores dificuldades no processo de reconstrução de seus elencos. Oklahoma City Thunder, New Orleans Pelicans, Atlanta Hawks e Milwaukee Bucks seriam alguns dos outros votos contrários à reforma.
Em 34 anos de existência da loteria do draft nos moldes atuais, o time de pior campanha ficou com a primeira escolha em apenas quatro oportunidades. A última vez que isso aconteceu foi em 2004, quando o Orlando Magic selecionou o pivô Dwight Howard.