http://www.youtube.com/watch?v=beCSIdkMs3s
O ala-pivô Josh McRoberts foi um dos jogadores mais elogiados pela imprensa na passagem do Miami Heat pelo Rio de Janeiro. Contratado pela equipe após excelente temporada com o Charlotte Bobcats, o jogador não foi procurado por muitos jornalistas nos dois dias de treinos, mas atendeu cada um com quem conversou com muita simpatia. Foi uma das unanimidades entre os repórteres na cidade – pelo menos, entre aqueles que o conheciam.
McRoberts não atuou na partida contra o Cleveland Cavaliers por conta de uma cirurgia que realizou no dedo e contou que trabalha para estar em condições de voltar às quadras ainda neste mês. Quando estiver totalmente recuperado, ao que tudo indica, ele vai ter grandes chances de ser o novo titular do Heat. Udonis Haslem foi seu substituto aqui no Rio.
Em conversa com o Jumper Brasil, o ala-pivô comentou sua escolha de assinar com o Heat, como seu estilo de jogo particular demorou a ser bem explorado e as perspectivas da equipe de Miami na próxima temporada:
Jumper Brasil – Primeiramente, bem vindo ao Brasil! Como está sendo esses primeiros dias no Rio de Janeiro?
Josh McRoberts – Ah, obrigado. Essa cidade é absolutamente linda. Um dos lugares mais bonitos que já vi. Isso sem contar que as pessoas têm sido muito hospitaleiras e gentis com todos nós. Ótimos dias, sem dúvidas.
JB – Você teve uma excelente temporada com o Bobcats/Hornets no primeiro semestre e eles queriam que você ficasse. Então, como foi o processo de escolha pelo Miami Heat? Por que não permaneceu em Charlotte?
JM – O Heat realmente queria minha contratação e Charlotte dizia querer minha permanência, entende? Eu não sei se eles queriam mesmo, para ser sincero. Algumas coisas que disseram não se concretizaram quando a agência livre começou. Com Miami, a situação foi diferente: eles falavam algo e mostravam na prática.
JB – Então, sua conversa com o Bobcats/Hornets foi uma em 29 de junho e outra em, digamos, 02 de julho?
JM – Exatamente, você está certo. Foi bem isso. Charlotte disse que me queria, mas Miami foi muito mais sério em termos de negociações e propostas. Era uma ótima oportunidade para mim e, agora, pretendo ficar aqui por muitos anos.
JB – Você sabe que o técnico Spoelstra valoriza muito a habilidade de espaçar a quadra. Ano passado, lógico que LeBron estava aqui, mas o Heat jogava com “cinco abertos”. Você é um ala-pivô que arremessa muito bem. Deste ponto de vista, eu acredito que essa é uma ótima situação para você, não é?
JM – Sem dúvidas. Eu acho que alguns conceitos que estamos trabalhando aqui são bastante similares com os que trabalhei no ano passado, no Bobcats, e acredito que isso é um sinal de que posso me encaixar muito bem no sistema. O que Spoelstra quer fazer e o modo como jogo são muito parecidos.
JB – Eu fiquei muito impressionado com o trabalho de Steve Clifford em Charlotte na última temporada. O time cresceu muito de produção. Como foi trabalhar com ele?
JM – Cara, trabalhar com o técnico Clifford foi uma experiência espetacular. Tinha uma ótima relação com ele e sempre vou ser agradecido por ter percebido a melhor forma de usar minhas habilidades em prol da equipe. Foi uma grande oportunidade. Ele é um dos melhores da liga e sinto que tive muita sorte por ter trabalhado ao seu lado.
JB – Não existem muitos alas-pivôs com suas características e lembro que você teve alguns anos bem complicados na NBA até que Clifford aparecesse e realmente explorasse suas habilidades no sistema certo.
JM – É mesmo. Ele me ajudou muito com seu sistema. Houve algumas franquias pelas quais passei em que não recebi oportunidades ou não me deram as chances certas de fazer o que sou bom e contribuir para o time. Acho que você entende, né? Então, fiquei feliz de encontrar alguém como Clifford na temporada passada.
JB – Eu entendo porque sou torcedor do Orlando Magic e lembro que você poderia ter sido um pouco melhor usado lá.
JM – Certo, não é? Foi uma situação interessante, para dizer o mínimo. [risos]
JB – Uma habilidade pela qual acho que você não recebe o crédito merecido é o passe. Quão confortável se sente com a bola nas mãos, no high post, com liberdade para enxergar o jogo e encontrar companheiros desmarcados?
JM – Provavelmente, essa é a situação em que me sinto mais confortável dentro de quadra. Sinto-me muito bem tomando decisões e podendo deixar o jogo mais simples para a equipe inteira a partir do passe. Gosto bastante de ter “passe livre” para criar arremessos para os outros e encontrar meus companheiros nos pontos em que gostam de operar.
JB – Sobre sua condição física, o que pode dizer no momento? Você fez uma cirurgia no dedo, certo?
JM – Isso, assim que terminou a última temporada. Você pode ver pelos treinos que estamos sendo bem cautelosos com meu retorno. Minha meta é ficar pronto para o primeiro jogo da temporada e trabalho todos os dias para isso, mas não tenho como falar em um prazo bem definido.
JB – Sei que LeBron foi embora e tudo o que envolve isso, mas falando do Miami Heat agora: você acredita que trata-se, realmente, de um time para brigar sério pelo título?
JM – Acho que é ainda muito cedo na temporada para cravar algo, sabe? Existem 30 equipes e todas querem ser campeãs. Muitas coisas podem acontecer e você nunca quer fazer uma previsão muito ousada com dez dias de pré-temporada. Mas o fato é que essa é a meta que traçamos na franquia – o Heat deve ser candidato ao título todos os anos – e vamos tentar alcançar o objetivo. Ainda estamos buscando a nossa identidade. Cada ano é um ano, cada time é um time. Eu acho que ainda é muito cedo para fazer previsões, mas estou otimista.