Sessenta e oito times começaram e apenas quatro ainda sobrevivem. Florida, Wisconsin, Connecticut e Kentucky venceram suas regiões no Torneio da NCAA e entram em quadra neste sábado para disputar as duas vagas na grande final da temporada universitária, que acontece na próxima segunda. As duas partidas semifinais e a grande decisão, que serão transmitidos ao vivo pela ESPN e pelo BandSports no Brasil, são os capítulos derradeiros de uma competição cheia de expectativas, surpresas, decepções e jogos históricos.
Por isso, nesta semana, nós convocamos dois integrantes do Jumper Brasil e dois convidados especiais (Vitor Camargo, do blog Two Minute Warning, e Zeca Oliveira, do blog Go-to Guy Brasil) para analisar o que nos trouxe até o Final Four e os favoritos para levar o título deste ano. Quem surpreendeu? Quem decepcionou? E quem será o campeão? Nossa equipe opina…
1. Quem é a grande surpresa do Final Four?
Ricardo Stabolito Jr.: Kentucky. Eles sempre tiveram o talento, mas a temporada da equipe foi abaixo do esperado e estavam jogando na região mais forte do chaveamento do Torneio – com três times que estiveram no último Final Four. Eles cresceram no momento improvável e perfeito.
Gustavo Lima: Kentucky. Após uma temporada irregular, a equipe treinada por John Calipari eliminou três favoritos em sequência – Wichita State, Louisville e Michigan. Mesmo com um elenco recheado de calouros, o time mostrou que está preparado para grandes jogos.
Vitor Camargo: Connecticut, apesar de ninguém ser uma enorme surpresa em um torneio tão aberto. O time comandado por Kevin Ollie é o mais fraco do quarteto no papel, mas Shabazz Napier é o “Kemba Walker 2.0” e eles venceram equipes superiores no caminho de forma dramática e brilhante.
Zeca Oliveira: Connecticut, mas poderia muito bem ser Kentucky. UConn passou por uma transição de comissão técnica recentemente e é muito raro que se colham os frutos de uma mudança assim tão rapidamente. Ainda mais quando o novo treinador está em seu primeiro trabalho: Kevin Ollie merece todos os elogios do mundo por este feito.
2. E qual foi a grande decepção no Torneio da NCAA?
Ricardo Stabolito Jr.: Duke é a resposta óbvia, que pagou pela falta de garrafão e perdeu a segunda estreia em três anos contra um time ranqueado abaixo do #13. Os comandados de Mike Krzyzewski estavam longe de ser uma unanimidade neste ano, mas uma derrota para Mercer? Isso quebra o bracket de qualquer um.
Gustavo Lima: Duke. Eu não esperava que fossem ser eliminados logo no primeiro jogo do Torneio. No meu bracket, eles chegavam até o Final Four. Foi frustrante ver um time treinado pelo “Coach K” e com um prospecto como Jabari Parker cair para Mercer.
Vitor Camargo: Duke. Wichita State perdeu um jogo disputadíssimo para um time que está no Final Four e Kansas estava sem Joel Embiid no Torneio. Não há nenhuma desculpa possível para a equipe de Lexington, que perdeu do fraco #14 Mercer de forma humilhante.
Zeca Oliveira: As equipes da conferência ACC como um todo. Duke teve a pior eliminação, mas UNC, Syracuse e Virginia também não chegaram até onde poderiam.
3. Qual prospecto mais beneficiou sua projeção no draft com as atuações do Torneio?
Ricardo Stabolito Jr.: Os irmãos Harrison. A temporada de ambos foi um desastre e quatro jogos no fim do ano não mudam isso, mas eles estão finalmente mostrando porque chegaram com tanta expectativa a Kentucky. Começaram a acertar decisões e arremessos, comandaram viradas. Pelo menos, eu acho que recuperaram o status de escolhas de primeira rodada.
Gustavo Lima: Julius Randle. O ala-pivô de Kentucky é o único integrante do TOP 10 do meu mock draft que ainda “sobrevive” na competição – e não vem decepcionando em quadra. Ele conseguiu duplos-duplos nos quatro jogos do Torneio e mostrou ao mundo que pode ser até uma das três primeiras escolhas do próximo recrutamento.
Vitor Camargo: Julius Randle. Sua cotação estava despencando no final da temporada regular e ele parece ter “acordado para a vida” no Torneio, destruindo diversos excelentes times. Entre os “menores”, diria que Aaron Harrison, Cleanthony Early e Frank Kaminsky foram os que mais evoluíram.
Zeca Oliveira: Shabazz Napier. Também citaria Frank Kaminsky e Jarnell Stokes, mas acho que o atleta de Connecticut leva a melhor nesta disputa – até porque a posição de armador está muito em aberto neste recrutamento.
4. Se você pudesse retirar um time do Final Four e colocar outro, quem sairia e quem entraria?
Ricardo Stabolito Jr.: Não mudaria nada, mas, se fosse obrigado, colocaria Dayton no lugar de Connecticut. A “cinderela” do Torneio deste ano jogou um basquete de alta qualidade. Se tivesse que ranquear os times do “Elite Eight” pelo que mostraram em março, é possível que Dayton estivesse entre os quatro melhores. Neste momento, não dá para condenar ninguém por perder para Florida.
Gustavo Lima: Sai Connecticut, entra Michigan State. Nada contra os Huskies, mas a equipe de Tom Izzo era uma das minhas prediletas no Torneio, sobretudo pelo equilíbrio entre ataque e defesa. Essa era a última oportunidade para que o talentoso quarteto Keith Appling, Branden Dawson, Gary Harris e Adreian Payne chegasse ao Final Four.
Vitor Camargo: Francamente, ninguém. Mas, se tivesse que escolher, colocaria Wichita State no lugar de alguém. É um excelente time que fez o melhor jogo do Torneio e que, infelizmente, não pudemos ver exatamente o quão bom é por conta da eliminação precoce.
Zeca Oliveira: Tiraria Kentucky e colocaria Arizona, só para ter mais 40 minutos do confronto deles contra Wisconsin.
5. Sem ficar em cima do muro: quem será o campeão nacional deste ano?
Ricardo Stabolito Jr.: Florida. É o único time que ainda está vivo no meu bracket e o melhor do país. Mais equilibrado, mais preparado. Venceram sua região no Torneio sem passar um susto sequer. São favoritos com todas as razões possíveis.
Gustavo Lima: Kentucky. Mesmo com o time mais jovem entre os participantes do Final Four, Kentucky tem mais talentos e já derrubou várias previsões ao eliminar equipes como Wichita State e Louisville. Seus calouros já mostraram que não tremem nas horas decisivas.
Vitor Camargo: Florida. Era minha escolha em fevereiro. Não vejo motivos para mudar agora.
Zeca Oliveira: Wisconsin. Quando tem tempo para estudar os pontos fracos do adversário, Bo Ryan se mostra tão bom quanto qualquer treinador de basquete no mundo hoje. Ele merece essa consagração.