Lakers ou Celtics: quem se reergue antes?

Ricardo Romanelli reflete sobre as perspectivas para o futuro de duas das principais franquias da liga

Fonte: Ricardo Romanelli reflete sobre as perspectivas para o futuro de duas das principais franquias da liga

Por Ricardo Romanelli

Los Angeles Lakers e Boston Celtics são as equipes mais vitoriosas da história da NBA. Por isso, as duas possuem também a rivalidade mais badalada do basquete, com confrontos épicos ao longo de décadas que reuniram em quadra diversas lendas do basquete. Ambas, no entanto, protagonizam neste ano uma das piores campanhas de suas histórias. No caso dos angelinos, trata-se provavelmente da pior temporada que a franquia fez até hoje.

Mas nem tudo é notícia ruim para estes dois times. As campanhas ruins têm, no fim das contas, um propósito: o processo de reconstrução de elenco. Depois de grandes sucessos recentes, chegou a hora de reformular as equipes para o futuro e ambas encaram a atual temporada como um passo rumo a este objetivo. Diante disso, a grande questão que se levanta é: qual delas possui o melhor projeto de reconstrução? Afinal, quem vai voltar a vencer antes? Em uma rivalidade tão acirrada, que pode inclusive mudar o recordista de títulos da NBA em pouco tempo, esta é uma pergunta que merece ser estudada e respondida.

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Os dois times partem de bases diferentes. O Celtics trocou todos os veteranos e investiu em jovens jogadores sob a liderança de Rajon Rondo – armador que, embora jovem, já tem muita experiência em momentos decisivos. Ele vem fazendo uma temporada discreta, pois estreou apenas em janeiro devido a uma lesão no joelho que tirou-lhe de quadra por quase um ano. Como o Celtics não tem pressa, Rondo vem se recuperando aos poucos para se tornar o jogador que era antes. A equipe de Boston também contratou o técnico Brad Stevens: revelação da NCAA sem experiência com atletas profissionais, mas com padrões táticos interessantes e que tem se adaptado bem ao basquete profissional.

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É um projeto, portanto, de desenvolvimento de jovens jogadores formando um núcleo liderado por Rondo e Stevens, além de alguns jogadores complementares já com alguma rodagem (Jeff Green, por exemplo). Jared Sullinger, Avery Bradley e Kelly Olynyk são talentos interessantes com crescente tempo de quadra nesta temporada e o estilo coletivo, aguerrido que marcam os grandes times do Celtics.

Já o Los Angeles Lakers apostou em uma abordagem diferente. A equipe ainda tem mais dois anos de Kobe Bryant no elenco e, após perder Dwight Howard para o Houston Rockets, resolveu apostar em diversos contratos curtos com jogadores com potencial para ver quais poderiam ser reaproveitados na hora de reconstruir o time através de contratações. É um grande teste e os contratos curtos permitirão que o time mantenha sua flexibilidade financeira para investir nos próximos mercados de agentes livres.

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Com isso, a temporada tem sido um misto de boas surpresas individuais e gigantescos fracassos coletivos. Nick Young, Kendall Marshall, Xavier Henry e alguns outros atletas com menor expressão foram boas surpresas. Com certeza, eles deverão entrar no planejamento da franquia dos próximos anos. Ao mesmo tempo, a campanha medíocre só não coloca o técnico Mike D’Antoni em cheque por conta da quantidade de lesões que o time vem enfrentando. Pau Gasol e Steve Nash não parecem estar no panorama em longo prazo. O primeiro é agente livre ao fim da temporada e só deve ficar caso aceite uma redução substancial em seus vencimentos. O segundo flerta cada vez mais com a possibilidade de aposentadoria médica.

O plano do Lakers, portanto, parece montar uma base com Bryant e os jovens que se firmaram nesta temporada, além de contratar um nome de peso com a flexibilidade criada na folha salarial para arredondar o elenco. Carmelo Anthony (neste ano) ou Kevin Love (em 2015) são os nomes mais citados. O planejamento, contudo, sempre pode esbarrar na falta de opções disponíveis ou interessadas no mercado – revelando-se uma tática mais arriscada.

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Voltando à proposta original, qual destas equipes vai vencer antes, então? Parece claro que o Celtics tem uma equipe mais bem estruturada e pronta para voltar aos playoffs do Leste, pois tem maior equilíbrio no elenco, padrão tático e espírito de time. Também ajuda muito a fragilidade da conferência, onde uma campanha para os playoffs é muito menos exigente do que no Oeste.

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No entanto, o Lakers em dois anos vai ter novamente a folha salarial zerada com a aposentadoria de Kobe Bryant e poderá remodelar o elenco todo mais uma vez, inclusive com a adição de boas escolhas de draft advindas das más campanhas que o time pode vir a ter (mas não muitas, já que deve algumas escolhas pela troca por Steve Nash com o Phoenix Suns).

Sendo assim, parece que o Celtics vai voltar aos playoffs muito antes do Lakers. Mas a equipe de Los Angeles, apesar de demorar alguns anos a mais, vai acabar formando uma equipe de grandes astros novamente. Nunca podemos descartar a imprevisibilidade das trocas e mercado de agentes livres da NBA, que podem jogar esta análise por terra – e é justamente esta incerteza e sensação de que tudo pode acontecer que faz o processo tão fascinante. Por isso, esperamos que ele nos surpreenda e altere o equilíbrio da liga mais uma vez.

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