A diretoria do Cleveland Cavaliers apostou suas fichas e aparentemente vai pagar para ver. A contratação do pivô Andrew Bynum deu sinais claros de que o Cavs estava disposto a buscar uma nova opção para o constantemente lesionado Anderson Varejão. É bom que se diga: Varejão está em ótima forma e tem espaço em qualquer franquia da NBA.
O problema é que eu acredito que já deu para ele no Cavaliers. Na realidade, algo me diz que ele teria sido trocado na temporada passada, mas ele se machucou outra vez e teve embolia pulmonar.
De fortemente cotado a participar do Jogo das Estrelas no ano passado, hoje ele se tornou reserva. Até o momento ele não reclamou publicamente de sua nova função. Mas para um bom entendedor, ele acredita ser mais útil do que está sendo agora. Aliás, todo mundo acha isso.
Em 2012-13, Varejão era o líder em rebotes quando se contundiu. Fazia sua melhor temporada da carreira e aconteceram todos aqueles problemas. Em entrevista recente, o pivô afirmou que não suporta mais ouvir falar de lesão. Pudera.
Existe sempre o medo de que um ou outro possa se lesionar, é fato. Contando este ano, o brasileiro atuou em um total de 99 partidas das últimas 248. É muito pouco, mas não que Bynum tenha conseguido algo diferente. Desde 2010-11, ele ficou de fora de 120 jogos no mesmo números de embates de Varejão.
Porém, o brasileiro tem mercado e o Cavaliers sabe disso.
Nesta temporada, ele esteve presente em todas as partidas, o que serve de alento para futuras negociações.
O Cavs decidiu utilizar Bynum como referência no garrafão, até com muita justiça, pois antes de se contundir quando estava no Philadelphia 76ers, foi jogador de All Star game. O grande problema era a confiabilidade no seu joelho, e isso parece estar ficando para trás. Nas últimas partidas, o ex-pivô do Los Angeles Lakers passou a demonstrar o seu melhor nível, e aos poucos, vai tomar conta da área pintada sozinho.
É clara a deficiência do Cavs em alguns setores, como nas posições de ala e ala-armador. Com os rumores de que Dion Waiters poderia ser trocado, é possível acreditar que o camisa 17 vai embarcar junto. Este é o seu último ano de contrato garantido, e na próxima temporada, possui uma opção do time em quase US$ 10 milhões.
Além disso, existe um pessoal por aí bancando que Anthony Bennett, primeira escolha do último draft, esteja envolvido. A diretoria não gostou do que viu e seus números falam por si. No entanto, ele está longe de ser um fracasso, a não ser que sua carreira acabasse nesse exato momento. E é essa a coisa legal de um calouro. Potencial, ele tem. Ser o número 1, talvez, tenha sido um exagero, mas ele dificilmente ficaria abaixo da quinta ou sexta.
Se Bennett entrar, o número de interessados deve aumentar.
Então, quais times poderiam querer um pacote desses?
Antes de mais nada, é bom lembrar que a posição de pivô está sendo cada vez mais valorizada, até pela escassez de atletas de qualidade ao redor da Liga.
No podcast que participei com o Ricardo Stabolito, falamos da possibilidade de ele ir para o Chicago Bulls, ao lado de Waiters e mais algumas peças pelo ala Luol Deng. A teoria praticamente morreu quando lembramos que o Bulls não estaria disposto a reforçar um rival de conferência. Mas vai que cola…
O Sacramento Kings, também, é uma opção. OK, não é das melhores para ele, no entanto o time californiano deverá fazer um verdadeiro festival de trocas nesta temporada. O Kings tem em seu elenco um desequilíbrio parecido com o Cavs. São muitos jogadores para a mesma posição e do jeito que as coisas andam, a melhor opção para as duas equipes é preparar para o draft de 2014, fazendo o famoso tank, ou então a ideia é buscar negociações válidas. Pode empacotar com algumas escolhas futuras e tudo fica bom para todos.
De todos os times que analisei, o mais legal seria o Memphis Grizzlies. Como? Eu explico.
O Grizzlies conta hoje com uma dupla de garrafão muito forte, formada por Marc Gasol e Zach Randolph. Como o primeiro dificilmente sai, Randolph poderia se encaixar como uma luva ao lado de Bynum. E tem ainda o fato de o time ser muito, mas muito pobre nos arremessos de longa distância. Não por menos, é o segundo pior em número cestas de três e apenas o 26° em aproveitamento. Com uma hipotética chegada de Waiters, esse problema se minimiza, e ainda contaria com um jogador que faz o trabalho sujo [Varejão].
Claro que para tal negociação acontecer, outros atletas teriam de ser envolvidos. Quincy Pondexter, por exemplo, poderia ser até mesmo titular no Cavs. Basta notar que C.J. Miles e Alonzo Gee estão quase sempre no quinteto inicial.
A chance é essa. O Cavaliers precisa de uma troca urgente para poder buscar os playoffs. Vejo um desequilíbrio monstro quando um time possui dois jogadores da mesma posição (desde que saudáveis), quando em outras existem verdadeiros buracos.
Não creio que a equipe de Cleveland vá negociá-lo por nada, só para que Bynum tenha tempo de quadra. Varejão é bom jogador, mais técnico do que muita gente imagina, e extremamente voluntarioso, o que faz com que a torcida sempre o eleja o “queridinho”.
São quase dez anos no Cavs, com muito mais aplausos do que críticas. Seria legal vê-lo encerrar sua carreira por lá, com certeza. Porém a direção parece ter se decidido por Bynum, então é hora de algo acontecer. A troca só pode ser benéfica tanto para ele quanto para o seu time.
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