Pacers cai, mas de cabeça erguida

Resumir a brilhante temporada do Indiana Pacers ao jogo 7 da final do Leste seria uma bobagem sem tamanho. A equipe, comandada pelo técnico Frank Vogel, foi extremamente competente e por pouco, não disputa o título com o San Antonio Spurs. A certeza de que o time está no caminho certo fica mais nítida quando […]

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Resumir a brilhante temporada do Indiana Pacers ao jogo 7 da final do Leste seria uma bobagem sem tamanho. A equipe, comandada pelo técnico Frank Vogel, foi extremamente competente e por pouco, não disputa o título com o San Antonio Spurs. A certeza de que o time está no caminho certo fica mais nítida quando percebemos que o seu melhor jogador, Danny Granger, ficou fora de quase todo o ano e não disputou os playoffs.

Como disse o amigo Ricardo Romanelli, em fevereiro, o Pacers prima pelo equilíbrio. A defesa é absolutamente sensacional. São muitos jogadores especialistas e que contribuem também ofensivamente.

Roy Hibbert, que ficou chateado por não estar relacionado entre os melhores da categoria, mostrou também que é capaz de conduzir o time do outro lado da quadra. Contra o Heat, Hibbert obteve médias de 22.1 pontos, 10.4 rebotes e 1.0 bloqueio. Ele foi o diferencial em uma NBA cada vez mais liderada por alas.

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Ao seu lado, David West sempre foi conhecido mais pela sua força ofensiva do que defensiva. Porém, durante a temporada, vimos o ala-pivô segurar jogadores mais altos quando precisou atuar na posição 5. Seu talento é subestimado e vai muito além dos números. Tem um ótimo arremesso de média distância e, de quebra, passa bem a bola para um jogador de sua posição.

No perímetro, Lance Stephenson deixou de ser o cara que empurrou a namorada da escada para ganhar a titularidade e respeito na liga. Stephenson apareceu nesta temporada após a lesão de Granger. Gerald Green foi o substituto em um primeiro momento, mas Vogel entendeu que o camisa 1 reunia maiores condições de assumir a posição. Dito e feito, hoje é impossível pensar no Pacers sem esse atleta, de grande versatilidade e de explosão física. Ainda precisa desenvolver o seu arremesso, mas já consegue carregar o time no ataque em algumas ocasiões.

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A armação foi feita por George Hill, um jogador talentoso, mas que ainda questiono se é apenas um condutor ou um organizador. Hill tem um ótimo arremesso, boa defesa, mas não é quem coordena as jogadas de Indiana. Ainda não provou ser um armador de elite, e talvez seja por isso que a direção trouxe D.J. Augustin para ser o seu oposto. Augustin é um armador seguro, que comete poucos erros de ataque, mas que não é bom o suficiente para ser titular. Sua temporada não foi das melhores, porém é impossível ignorar o fato de que em 2010-11, jogando pelo Charlotte Bobcats, obteve 6.1 assistências e apenas 1.9 desperdício de posse. Gente, eu estou falando do Bobcats!

Para fechar, ninguém menos que o jogador que mais evoluiu em 2012-13, Paul George. Se Vogel tem um cara para confiar o ataque, ninguém melhor que George. Em que pese o fato de no jogo decisivo contra o Miami Heat ele ter ido mal, o ala-armador se destacou em todas as outras partidas. Em três anos na NBA, George subiu de 7.8 pontos e 3.7 rebotes para 17.4 pontos e 7.6 rebotes nesta temporada. Nos playoffs, ele foi ainda melhor, com 19.2 pontos, 7.4 rebotes e 5.1 assistências. Para ser coroado como um astro, nos próximos anos vai precisar melhorar a qualidade de seu arremesso. Defensivamente, um monstro. Talvez tenha sido o vilão da primeira partida da final do Leste por não segurar LeBron James no último lance. Mas ainda digo que faltou Hibbert ali naquela jogada. Então, está perdoado.

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O futuro

Se o quinteto titular é muito forte, o banco talvez seja a maior pedra no sapato. Ninguém conseguiu ter algum destaque na reserva, e até o momento em que Vogel admitiu a derrota no jogo 7, os suplentes haviam anotado apenas quatro pontos. É muito pouco para um time que queira chegar em uma final.

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Soluções existem. Um atrativo é o contrato expirante de Granger, no valor de $14 milhões de dólares. Por ter sido o melhor jogador do Pacers nos últimos anos, duvido que ele aceitaria sair do banco. Até porque, aos 30 anos, ainda tem muita lenha pra queimar. Buscar um armador mais confiável e que saiba organizar as jogadas, seria uma das metas, na minha opinião. Mas como eu acho que não é essa a ideia da diretoria, poderiam procurar bons reservas, que consigam pontuar vindo do banco. 

West é agente livre, mas próximo de completar 33 anos, não deverá custar tão caro e provavelmente vai renovar. Augustin também é, só que pelo que fez nesta temporada, dificilmente vai arrancar muito dinheiro dos cofres da equipe. Isso se ficar no Pacers.

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Em quatro anos no time, Tyler Hansbrough só conseguiu perder espaço. Talvez por não ser tão bom na defesa, seu tempo de quadra diminuiu de cerca de 21 minutos para 16 neste ano. Hansbrough jogou menos que em sua temporada de estreia, o que é estranho. Como terá uma oferta qualificatória, não creio que seria a melhor opção ficar com ele. Jeff Pendergraph pode não ser tão talentoso, mas faz melhor o trabalho sujo no garrafão. O ideal mesmo seria procurar um jogador de garrafão para ser a primeira opção no banco.

Para o perímetro, Hill até pode ficar, mas com um papel menor. Imaginem um armador de qualidade para comandar essa equipe. Em uma troca por Granger, esse jogador pode chegar com alguma facilidade. 

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Stephenson vai evoluir nos próximos anos, enquanto para George, o céu é o limite. 

O Leste não é tão forte quanto o Oeste, verdade que persiste em durar nos últimos anos. Entretanto, vejo uma briga acirrada pelas primeiras posições entre Miami Heat, Chicago Bulls, Brooklyn Nets, New York Knicks, e por fim, o Pacers. O Boston Celtics vai entrar em reconstrução uma hora ou outra. Das cinco equipes, a que eu consigo entender com o melhor futuro é a de Indiana. Técnico bom, quinteto titular forte, e se der certo, com um banco competente. Aí, meu amigo, pode esperar que esse time ainda vai para uma final.

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