Estamos a cinco dias do draft e a discussão em torno de possíveis busts (jogadores que fracassam na Liga) volta à tona entre aqueles que curtem um dos eventos mais legais da NBA. Os times contam com uma equipe de olheiros e analisam diversos fatores antes de selecionar um jogador no recrutamento. Em muitos casos, a escolha se revela um fiasco.
Nas linhas abaixo, fiz uma lista dos dez maiores busts da NBA dos últimos dez anos. Foi complicado finalizar a lista, dado o grande número de jogadores que poderiam figurar nela. Sintam-se à vontade para comentar, criticar e lembrar de algum nome que merecia ter sido incluído na lista!
1- Darko Milicic (pivô): Detroit Pistons, segunda escolha em 2003
– No recrutamento que teve o ala LeBron James como primeira escolha, o pivô sérvio foi selecionado antes de futuros All-Star como Dwyane Wade, Carmelo Anthony e Chris Bosh. Milicic nunca se tornou o jogador que o GM do Pistons, Joe Dumars, esperava. Depois de praticamente não atuar em Detroit, o jogador teve passagens sem brilho por Orlando Magic, Memphis Grizzlies e New York Knicks até desembarcar no Minnesota Timberwolves em 2009, onde também não fez muita coisa. Suas médias na NBA são de 6.0 pontos e 4.2 rebotes.
– Quem o Pistons poderia ter selecionado: Dwyane Wade (quinta escolha), Carmelo Anthony (terceira escolha), Chris Bosh (quarta escolha), Chris Kaman (sexta escolha)
2- Hasheem Thabeet (pivô): Memphis Grizzlies, segunda escolha em 2009
– O pivô tanzaniano foi a segunda pick no draft que teve o ala-pivô Blake Griffin como primeira escolha. Alguns chegaram a dizer que Thabeet seria o novo Dikembe Mutombo. Virou piada. O Big Man nunca fez nada na NBA. Em três anos de Liga, ele já passou por três equipes. Suas médias são tão ridículas que dá até vergonha de escrevê-las. Mas vamos lá: 2.2 pontos e 2.7 rebotes, em 135 jogos disputados.
– Quem o Grizzlies poderia ter selecionado: James Harden (terceira escolha), Tyreke Evans (quarta escolha), Ricky Rubio (quinta escolha), Stephen Curry (nona escolha), DeMar DeRozan (nona escolha), Brandon Jennings (décima escolha)
3- Adam Morrison (ala): Charlotte Bobcats, terceira escolha em 2006
– Morrison chegou à NBA após ter sido escolhido melhor jogador da NCAA (junto com o ala-armador J.J. Redick) da temporada 2005/2006. Ele chegou a ser comparado a Larry Bird, o lendário ala do Boston Celtics e um dos maiores jogadores de basquete de todos os tempos. A primeira temporada de Morrison na NBA não foi das piores. Ele teve médias de 11.8 pontos, 2.9 rebotes e 2.1 assistências. A partir do segundo ano, desandou tudo. Ano a ano ele foi regredindo até ser limado da Liga e partir para a Europa. E olha que ele ainda teve a sorte de fazer parte do elenco do Los Angeles Lakers bicampeão da Liga em 2009 e 2010. Sim, Adam Morrison tem dois anéis de campeão. As médias dele na carreira? 7.5 pontos, 2.1 rebotes e 1.4 assistência.
– Quem o Bobcats poderia ter selecionado: Brandon Roy (sexta escolha), Rudy Gay (oitava escolha), Rajon Rondo (21a escolha), Kyle Lowry (24a escolha), Paul Millsap (47a escolha)
4- Nikoloz Tskitishvili (ala-pivô): Denver Nuggets, quinta escolha em 2002
– O ala-pivô georgiano de sobrenome quase impronunciável nunca fez nada na NBA. De 2002 a 2006, ele “jogou” por quatro equipes – Nuggets, Warriors, Wolves e Suns – e teve médias de 2.9 pontos e 1.8 rebote. Hoje, Tskitishvili defende o famoso Mahram Tehran BC, do Irã. O time de Denver desperdiçou uma escolha valiosa. Naquele ano, o time poderia ter formado a dupla de garrafão Nenê Hilário e Amare Stoudemire…
– Quem o Nuggets poderia ter selecionado: Amare Stoudemire (nona escolha)
5- Rafael “Baby” Araujo (pivô): Toronto Raptors, oitava escolha em 2004
– Em sua última temporada na NCAA, o pivô brasileiro foi o destaque da Brigham Young University (BYU), com médias de 18.4 pontos e 10.1 rebotes. Seu desempenho chamou a atenção do Raptors. Em duas temporadas pelo time canadense, Baby não mostrou absolutamente nada. Suas ridículas médias foram de 2.8 pontos e 3.0 rebotes. Em 2006, ele foi trocado para o Utah Jazz. Suas médias caíram para 2.6 pontos e 2.4 rebotes. Virou motivo de piada e deixou a NBA. Dali em diante, Baby atuou no basquete russo e voltou para o Brasil, onde defendeu Flamengo, Paulistano e Franca. No começo de 2012, o pivô decidiu encerrar a carreira, aos 31 anos de idade.
– Quem o Raptors poderia ter selecionado: Andre Iguodala (nona escolha), Kris Humphries (14a escolha), Al Jefferson (15a escolha), Josh Smith (17a escolha)
6- Joe Alexander (ala): Milwaukee Bucks, oitava escolha em 2008
– Vocês devem estar se perguntando: “quem é esse Alexander? Nunca ouvi falar dele. Nunca o vi em quadra”. Pois é… Pouco tempo antes do draft de 2008, o Bucks ficou encantado com os treinos de Alexander, que havia se destacado na NCAA. Ele chegou a ser comparado a Shawn Marion. Coitado… Em duas temporadas na NBA, ele conseguiu as incríveis médias de 4.2 pontos e 1.8 rebotes. Depois de ser “rebaixado” para a D-League (Liga de Desenvolvimento da NBA), Alexander resolveu se aventurar no basquete europeu. Hoje, aos 25 anos, ele defende o glorioso BC Krasnye Krylya Samara, da Rússia.
– Quem o Bucks poderia ter selecionado: D.J . Augustin (nona escolha), Brook Lopez (décima escolha), Roy Hibbert (17a escolha), Serge Ibaka (24a escolha)
7- Dajuan Wagner (armador): Cleveland Cavaliers, sexta escolha em 2002
– Destaque da universidade de Memphis na NCAA, Wagner foi a aposta do Cavs no recrutamento de 2002. Na época, diziam que ele tinha um estilo de jogo muito parecido com o de Allen Iverson. Em sua primeira temporada na NBA, ele até que não foi mal. Teve médias de 13.4 pontos e 2.8 assistências. Na segunda temporada, tendo LeBron James como seu companheiro de equipe, suas médias caíram drasticamente para 6.5 pontos e 1.2 assistência. Dali em diante, a carreira de Wagner foi sendo abreviada em razão de seguidas lesões e uma úlcera no cólon. Ele ainda tentou jogar no basquete polonês, mas deixou o basquete em 2008, aos 25 anos de idade. Imaginem se o Cavs tivesse draftado Amare Stoudemire ao invés de Wagner… Stat e LeBron juntos…
– Quem o Cavs poderia ter selecionado: Nenê Hilário (sétima escolha), Amare Stoudemire (nona escolha), Caron Butler (décima escolha), Tayshaun Prince (23a escolha)
8- Mike Sweetney (ala-pivô): New York Knicks, nona escolha em 2003
– Voltamos ao draft de 2003, talvez o melhor dos últimos dez anos. O Knicks tinha a nona escolha daquele recrutamento e resolveu apostar suas fichas no gordinho que havia se destacado na universidade de Georgetown. Diziam que ele seria o novo Elton Brand… Em dois anos atuando pelo time de Nova York, Sweetney teve médias de 6.3 pontos e 4.5 rebotes. Foi trocado para o Chicago Bulls, onde também não fez outra coisa a não ser ficar mais gordo. De 2007 a 2009, Sweetney não conseguiu jogar basquete profissionalmente por causa de sua obesidade. Hoje, ele defende o Vaqueros de Bayamon, de Porto Rico.
– Quem o Knicks poderia ter selecionado: Nick Collison (12a escolha), David West (18a escolha), Boris Diaw (21a escolha), Kendrick Perkins (27a escolha)
9- Yi Jianlian (ala-pivô): Milwaukee Bucks, sexta escolha em 2007
– Jianlian era tratado pela mídia como o novo fenômeno chinês do basquete, o próximo Yao Ming. Decepção total… Contrariado, o ala-pivô foi selecionado pelo Bucks. Jianlian disse, na época, que queria jogar em uma cidade grande, em um grande centro. E Milwaukee não se encaixa nisso. Já começou errado com essa declaração. O chinês nunca mostrou muita coisa na NBA. Teve passagens apagadas pelo Bucks, New Jersey Nets, Washington Wizards, e, por último, pelo Dallas Mavericks. Em cinco anos de NBA, suas médias são de 7.9 pontos e 4.9 rebotes. Ainda esperamos o surgimento do “novo Yao Ming”. O projeto Jianlian falhou.
– Quem o Bucks poderia ter selecionado: Joakim Noah (nona escolha), Spencer Hawes (décima escolha), Rodney Stuckey (15a escolha), Wilson Chandler (23a escolha), Marc Gasol (48a escolha)
10- Ike Diogu (ala-pivô): Golden State Warriors, nona escolha em 2005
– De novembro de 2005 a janeiro de 2012, Diogu atuou em 225 jogos na NBA e defendeu seis times – Warriors, Pacers, Blazers, Kings, Clippers e Spurs – sem muito brilho. Suas médias na Liga são de apenas 6.0 pontos e 3.1 rebotes. Sem espaço na NBA, Diogu resolveu se aventurar no exterior. Primeiro jogou na China e, hoje, defende o Capitanes de Arecibo, de Porto Rico.
– Quem o Warriors poderia ter selecionado: Andrew Bynum (décima escolha), Danny Granger (17a escolha), David Lee (30a escolha)