É mais um exercício de futurologia, mas só porque estamos de férias dos jogos mesmo. No entanto, quando a gente fala de jogadores jovens e talentosos, é natural que exista uma certa ansiedade por conta de torcedores. Nada além do normal, óbvio. Então, se o assunto é sobre quais prêmios (e títulos) Victor Wembanyama pode conquistar na NBA, tudo isso aumenta bastante.
Mas vamos começar pelo seguinte: a temporada que vimos Victor Wembanyama brigando por prêmios da NBA (e até vencendo um deles) foi a sua pior. Dá para assustar, né? Com toda a evolução que ele mostrou na segunda metade de 2023/24, imagine como será em um futuro próximo.
Brilhante, não é mesmo?
Então, veja. Sem falar de estatísticas no primeiro momento. Apenas a adição de Chris Paul ao San Antonio Spurs já deve contribuir muito para o seu crescimento. Se em 2023/24 ele brigou por um dos prêmios mais difíceis da NBA (de melhor defensor), o que mais pode fazer em tão pouco tempo? O de calouro ele já ganhou.
Bem, neste caso, existem algumas análises simples.
Primeiro, ele ficou atrás apenas de Rudy Gobert na votação no DPOY. Meses depois, eles jogaram juntos na seleção da França nas Olimpíadas. O veterano foi para o banco e os franceses, que até então faziam jogos ruins, foram à final contra o time dos EUA. Apenas aí, já deu para entender a importância dele. Mas, de novo, é apenas uma avaliação simples.
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Isso porque Gobert ainda é um defensor de elite. Seus quatro prêmios na NBA comprovam isso, por mais que Draymond Green goste de “alfinetar”. Mas quando o técnico nem tem dúvidas entre Victor Wembanyama e ele, é um sinal de algo que está acontecendo.
Sua carreira está apenas no início, vamos relembrar bastante disso. Aos 20 anos, ele é um fenômeno seja dentro ou fora das quadras. É tão raro um jogador com suas características físicas e técnicas que a NBA, em seu aplicativo, mostrou sua última temporada no basquete francês.
É algo que jamais aconteceu antes.
Claro que se tivesse a chance, por questões de qualidade de transmissão, poderia ter acontecido com LeBron James e Luka Doncic, por exemplo. LeBron, aliás, teve seus jogos de basquete colegial na ESPN há pouco mais de duas décadas. Outros tempos, mas coube a Victor Wembanyama ser o primeiro jogador a ganhar destaque da NBA antes mesmo de pisar em suas quadras.
Mas vamos estabelecer alguns pontos aqui. Primeiro, sob o olhar do Spurs.
San Antonio Spurs
Para um jogador obter tanto destaque e brigar por prêmios individuais na NBA, é necessário vencer. Antes de tudo, o time precisa competir. Não adianta nada Victor Wembanyama ter estatísticas de alienígena se o Spurs ficar abraçando o tank por muito tempo. É um período de aprendizagem, entendimento, mas que não resulta em nada imediato.
Bem, na maioria dos casos.
Com Victor Wembanyama, os prêmios individuais da NBA já começaram a circular o jovem. Mesmo com as derrotas, mesmo com um time horrível. É o fator ineditismo.
Agora, todo mundo já o viu em quadra e sabe que foi apenas a primeira temporada. Se é para concorrer por outras coisas, que apresente grandes evoluções.
E ninguém espera menos que isso.
Claro que ainda tem a turma do “ele é muito magro e vai se arrebentar”, mas é porque não viu sua evolução física. Ou, talvez, porque não entendeu ainda que ele já é esperto o suficiente para não entrar em lances que podem levar a uma lesão séria.
Mas quando o Spurs contrata Chris Paul, começa a gerar algumas dúvidas: será que o time já vai querer competir?
Aí, amigo, é uma resposta que não tenho. No entanto, olhando o mercado da NBA e o que o Spurs ainda pode cercar Wembanyama de talento, é mais fácil dizer que não.
É mais uma forma de levar experiência e conhecimento ao jogador. Uma espécie de mentor, apesar de não serem da mesma posição. Afinal, qual jovem da NBA não gostaria de ter conselhos de alguém como Paul?
Cuidados com elenco
O Spurs não vai fazer loucuras enquanto Victor Wembanyama estiver em desenvolvimento como jogador. É bem diferente do que aconteceu com Tim Duncan, por exemplo.
Quando Duncan chegou, havia no time David Robinson com um MVP e três ouros em Olimpíadas. Além dele, tinha um grupo com qualidades para brigar por título. E quando teve a chance, o Spurs venceu em seu segundo ano de NBA.
Mas a diferença não é só essa. Duncan chegou pronto, enquanto Wembanyama ainda está sendo lapidado para enfrentar desafios maiores na NBA.
Claro, fica muito mais fácil chegar e vencer em um time que está sempre na disputa do título do que ter muita coisa a ser trabalhada em um elenco fraco.
Sinal disso, por exemplo, foi o teste de Gregg Popovich com Jeremy Sochan de armador. Pop não queria fazer de Sochan um jogador de fato da posição, mas tinha a ideia de deixar mais a bola em suas mãos. Era para melhorar uma qualidade que mostrou como calouro: a de passador.
E você olha para o elenco do Spurs agora e sabe que não vai dar em nada. Ao menos, imagina.
Chegou Chris Paul, mas e o resto?
Bem, neste caso, tem peças boas como o calouro Stephon Castle, Devin Vassell, Keldon Johnson e Harrison Barnes. Opa, parece que começou a acontecer algo aqui, não? Barnes?
Sim, a ideia é começar a cercar Victor Wembanyama de talento, de jogadores que já foram campeões da NBA ou receberam prêmios. E é algo que vamos começar a ver ainda mais nos próximos anos.
Futuro próximo
Vamos apenas para o segundo ano de Victor Wembanyama na NBA, então é óbvio que ele comece a concorrer por outros prêmios. O de melhor defensor, sinceramente, só não ganha se algo extraordinário acontecer. Isso, já em 2024/25.
Aí, vamos falar do principal: o MVP.
De novo, depende da qualidade do elenco em seu redor. Não adianta ter números absurdos se o time perde sempre. É preciso analisar o que o Spurs tem de moeda de troca e escolhas de Draft.
E com uma safra muito boa (de verdade) em 2025, tendo a própria escolha, dificilmente o Spurs vai querer brigar por play-in. Ter condições, claramente já podemos começar a conversar sobre. De repente, pode acontecer de o time dar liga e já vencer agora.
Não seria algo inédito, tá?
O Cleveland Cavaliers, em 2004/05 (segunda temporada de LeBron James) já teve a mesma campanha que o então New Jersey Nets e ficou fora dos playoffs nos critérios de desempate. Então, se acontecer mesmo sem querer, é pela evolução natural.
Quando o Spurs tiver um time para brigar pelas quatro primeiras posições do Oeste, você pode cravar isso: Victor Wembanyama estará liderando a corrida para um dos prêmios mais importantes da NBA: o de MVP. Isso é certo.
Agora, quando vai acontecer, o papo é outro.
Prêmios na NBA
Ninguém imagina Victor Wembanyama jogando mais do que 20 temporadas. Ele não é LeBron James, Vince Carter. Aliás, o histórico na NBA mostra que jogadores de sua altura raramente passam de dez anos na liga.
Entre todos aqueles com a mesma altura (2,24 metros) ou mais que ele, apenas três estiveram em 11 anos ou mais: Mark Eaton (11), Rik Smits e Shawn Bradley (12). Então, já sabemos que existe uma “janela” aí. Pode ser mais longa e superar as 12 temporadas de Smits e Bradley até pelos estudos e as tecnologias atuais. Mas chegando ali, é uma marca impressionante e rara.
O lituano Zydrunas Ilgauskas, por exemplo, tem 2,21 metros e atingiu 13 temporadas. No entanto, em seus quatro primeiros anos na NBA, ele atuou em apenas 87 jogos. Então, as lesões realmente acompanham os gigantes.
De novo, estamos em outra era, com estilo de jogo bem diferente, o que pode facilitar em seu caso.
Mas pensando em tudo isso, que o Spurs comece a montar times competitivos pelo título, ele poderia disputar algo como oito prêmios máximos da NBA. Além disso, deve ser o cara a ser batido entre os melhores defensores enquanto estiver na liga.
Se Victor Wembanyama vai vencer todos os prêmios, ninguém sabe, mas historicamente, é certo dizer que não. Até porque existe a concorrência, né? E ninguém ganha nada na véspera. É preciso mostrar evolução e fazer o Spurs vencer.
O melhor exemplo disso é o Oklahoma City Thunder, que montou seu elenco via Draft e já poderia fazer final de NBA em 2023/24.
Mas se ele superar os 13 anos de Ilgauskas…
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