Fonte: Reprodução / XO armador Dennis Schroder já está na história do basquete da Alemanha pelas conquistas recentes pela seleção do seu país. Sendo destaque e o principal líder da equipe desde o EuroBasket de 2022, ele foi MVP no título mundial em 2023 e vai disputar a medalha de bronze dos Jogos Olímpicos, próximo sábado (10). Mas, segundo ele, seu maior adversário não foi um time rival, foi o racismo.
Apesar de ser alemão, sua mãe nasceu na Gabia, país da África Ocidental. Assim, armador falou sobre como foi difícil crescer no país quando criança, em entrevista ao jornalista Marc Spears, do portal Andscape. Vale lembrar que uma pesquisa feita pela própria Alemanha, em 2023, revelou que o país é o mais racista da União Europeia.
“Crescer na Alemanha foi muito difícil. Era muita coisa errada, mas apenas convivi com isso. Me lembro de estar no jardim de infância e as pessoas me perguntarem o motivo para que eu tivesse pele preta ou o motivo de eu estar sujo. Foram muitos momentos complicados. Mas o basquete me deu tudo. Só comecei a ser respeitado quando fui jogar. Com isso, me aceitaram como uma pessoa negra. Afinal, eu estava fazendo algo pela minha cidade e pelo meu país”, afirmou.
Com seu destaque na seleção, ele foi eleito o porta-bandeira do país para as Olimpíadas de 2024. Um fato histórico. Nunca um homem negro havia carregado a bandeira alemã. Então, para o armador Dennis Schroder, uma forma de vencer tudo o que enfrentou quando era apenas um jovem sonhador na Alemanha.
Leia mais!
- Dennis Schroder será porta-bandeira da Alemanha nas Olimpíadas
- França bate Alemanha e vai à final das Olimpíadas de Paris
- Boletim de rumores e trocas da NBA (07/08/2024)
“Quando eu lembro de tudo isso que te falei, só consigo me sentir melhor por ter conseguido carregar a bandeira. Mesmo com tudo isso, foi um sonho realizado. Mostrei para todos os que duvidavam de mim, que é sim possível. As pessoas sempre me diziam que era impossível. Riam de mim quando eu dizia que jogaria na NBA. Óbvio, precisei trabalhar duro, de muito apoio da minha família, de muita sorte. Mas consegui, e foi maravilhoso”, explicou.
Dennis Schroder também não esquece das origens da família. Ele afirma que sempre visita a Gâmbia para visitar a família materna.
“Minha mãe é da Gâmbia, nascida e criada lá. Meus dois irmãos mais velhos também são. Papai nasceu na Alemanha, e foi para lá em 1990, quando conheceu minha mãe e a levou para a Alemanha. Sempre voltamos lá para ver nossa família. É sempre bom, principalmente para se manter humilde. Temos muito orgulho disso, e queremos viver assim como família para sempre”, ressalta o jogador.
O veterano, além disso, ressaltou que tudo o que passou na infância o moldou mentalmente para o que vive hoje como atleta na NBA e na seleção. Dessa forma, aconselha os jovens que vivem a mesma situação atualmente.
“Tudo o que passei me deixou mais forte na verdade. O que eu acho que pessoas como eu precisam fazer é ter a própria visão e perspectiva. Afinal, muitas pessoas vão dizer que você não vai conseguir. Pode ser um professor, um técnico. Mas não importa. Permaneça humilde, ouça a sua família. Podemos conseguir tudo o que queremos”, concluiu.
Amor
Apesar de tudo, Schroder reforça o amor que sente pela Alemanha e como sacrificou muita coisa nos últimos anos para se tornar um líder da seleção.
“A Alemanha é tudo para mim. Eu sempre falo isso. Abri mão de muita coisa nos últimos dez anos, para estar sempre com a seleção, para representar nosso país. Eu sei o quão difícil é para os alemães assistir NBA, os jogos passam as três da manhã aqui muitas vezes. Então, sempre que estou saudável, estou jogando pela seleção. Para que os fãs tenham essa oportunidade. É muito mais do que as Olimpíadas ou algo do tipo. Quero dar aos torcedores esse sentimento de nos ver jogar pelo país”, afirmou.
Campanha em Paris
Campeões da Copa do Mundo em 2023, os alemães chegaram com muitas expectativas às Olimpíadas. Em um ciclo de grandes resultados, o armador Dennis Schroder era o grande líder da Alemanha ao lado de Franz Wagner.
No entanto, um novo título não veio. Após uma primeira fase perfeita com vitórias sobre Japão, Brasil e França e um triunfo nas quartas de final contra a Grécia, a equipe caiu para os donos da casa na semifinal.
Após um forte início, a Alemanha congelou no primeiro tempo e não conseguiu se encontrar em quadra contra a cada vez mais forte defesa francesa. Depois de 25 pontos no quarto inicial, a equipe somou os mesmos 25 nos dois quartos seguintes, chegando aos últimos dez minutos com uma desvantagem de seis pontos. Apesar dos esforços e de diminuir a distância, a Alemanha não conseguiu reagir e foi eliminada.
Aliás, a disputa pela medalha de bronze acontece no sábado (10), às 6h (horário de Brasília), contra Sérvia. Portanto, horas antes da grande final entre Estados Unidos e França.
Ainda assim, Schroder foi um dos destaques do torneio. Isso porque terminou com médias de 18 pontos, 7,8 assistências, dois rebotes e 1,4 roubo de bola, jogando 31,5 minutos por partida. Além disso, converteu 47,2% dos arremessos de quadra e 37,5% nas bolas de três.
Assine o canal Jumper Brasil no Youtube
Todas as informações da NBA estão no canal Jumper Brasil. Análises, estatísticas e dicas. Inscreva-se, mas dê o seu like e ative as notificações para não perder nada do nosso conteúdo.
Além disso, quer saber tudo o que acontece na melhor liga de basquete do mundo? Portanto, ative as notificações no canto direito de sua tela e não perca nada.
Então, siga o Jumper Brasil em suas redes sociais e discuta com a gente o que de melhor acontece na NBA
