Quem são os subestimados e superestimados do Draft da NBA?

Todo mundo tem os seus prospectos favoritos às vésperas de um recrutamento. E, da mesma forma, aqueles que não entende o motivo de serem tão bem cotados. É assim todos os anos e, certamente, fica pior em uma classe sem consensos como até agora. Torna-se (ainda) mais acalorado a discussão sobre quem achamos superestimados e subestimados no draft desse ano da NBA.

Você escolheria um jogador na loteria que os analistas ou um amigo próximo não tem ideia da razão. E, por sua vez, eles gostam de um prospecto que você não vê nada demais. Dá para saber quem está certo? Por enquanto, provavelmente, não. Mas o exercício de adivinhação em um grupo de jogadores tão parelho é legal. E quem são, afinal, os nossos subestimados e superestimados desse draft da NBA?

Para responder essa questão, então, convocamos um dos especialistas em draft do Jumper Brasil, Ricardo Stabolito Junior, e convidados para discutirem essa questão. São eles:

– Leonardo Paglioni e Guilherme Campos, do podcast “Splash Brothers”, um dos nossos parceiros oficiais na divulgação de conteúdo;
– Ramon Esquerdo, especialista em draft que você pode acompanhar na conta @ramonhoops;
– Guilherme Dobrychtop, especialista em recrutamento que gerencia a conta “ROOKIES” (@RookiesBrasil);

Em primeiro lugar, quem seria a sua escolha – e não escolha – que deixaria a NBA em choque na loteria? Quem são as apostas de todos para sair da segunda rodada e causar impacto imediato na liga? E, por fim, quem está voando fora do radar e merecia mais atenção? Vamos conferir…

1. Quem é o prospecto que não está projetado para a loteria que você acredita que deveria estar no TOP 14?

Gustavo Lima: DaRon Holmes. É um jogador de garrafão atlético com versatilidade nos dois lados da quadra, em síntese. Finalizador explosivo no ataque com alcance para arremessar de longa distância, enquanto também protege o aro e tem mobilidade para marcar no perímetro. Portanto, se encaixa no molde do “dribla-passa-arremessa” e ainda contribui na defesa.

Leonardo Paglioni: Carlton Carrington não vinha sendo tão comentado assim até umas semanas, mas vejo um talento de loteria nele. É muito bom operando no pick-and-roll e criando os seus próprios arremessos, em particular, na média distância.

Guilherme Dobrychtop: Isaiah Collier. Teve uma temporada ruim por USC, sim, mas eu acredito que a sua combinação de habilidade e porte físico é de grande valia para a NBA.

Ramon Esquerdo: DaRon Holmes é um legítimo prospecto de loteria e, por isso, cotaria para escolhê-lo entre 10-15. Um jogador de garrafão excelente para se ter no ataque, operando no pick-and-roll ou espaçando a quadra. As suas medidas e mobilidade não impressionam para a defesa, mas já o vejo mediano e com margem para evolução.

Guilherme Campos: Carlton Carrington está em ascensão e merece consideração. Em uma classe com ausência de jogadores capazes de impactar o jogo por pontuar em três níveis, acredito que é uma exceção. É ótimo, em particular, criando na média distância.

Ricardo Stabolito Junior: Carlton Carrington. Criadores de arremessos para si sempre chamam a atenção, mas tem mais aqui. Dê-lhe um bom bloqueio e espaçamento, assim como a NBA oferece, e ele vai encontrar boas oportunidades para todos.

2. Por outro lado, quem está projetado na loteria que você não escolheria no TOP 14 de jeito nenhum?

Gustavo Lima: Ja’Kobe Walter. Teve uma temporada inconsistente, antes de tudo. Foi visto como um potencial “3-D” na NBA, mas deixou a desejar demais como arremessador na NCAA.

Leonardo Paglioni: Tidjane Salaun é um jogador intrigante. Tem uma capacidade física absurda e, além disso, projeta-se boa evolução com a bola nas mãos. Mas o meu temor está em lembrar de outros atletas com as mesmas características que não “vingaram”. Caras como Ousmane Dieng e Josh Primo, por exemplo.

Guilherme Dobrychtop: Rob Dillingham, mas nem é tanto pelo prospecto em si. Eu só acho que, escondidos atrás do estilo chamativo do armador, existem prospectos mais interessados na classe.

Ramon Esquerdo: Não escolheria Kyle Filipowski no TOP 14. Vai precisar de um time muito bom para cobrir a falta de fisicalidade e consistência. Ou, por outro lado, uma equipe bem ruim para poder se desenvolver livremente. Dentro da loteria, a princípio, não vejo nenhuma situação tão ideal assim.

Guilherme Campos: Gosto de Tidjane Salaun, mas não deixo de vê-lo como um projeto de longo prazo. E, no passado recente, biotipos parecidos me fazem questionar se vale a pena gastar um ativo tão caro em alguém que vai demorar para causar impacto.

Ricardo Stabolito Junior: Tidjane Salaun. O problema sou mais eu nesse caso, pois não sou um grande fã de projetos a longo prazo. Salaun tem talento, dá sinais, mas ainda está bem longe. Então, muita coisa pode acontecer – inclusive, nada.

3. Quem é o prospecto que não está projetado para ser escolhido na primeira rodada que você consideraria no TOP 30?

Gustavo Lima: Jaylon Tyson. É capaz de defender múltiplas posições, enquanto possui um arremesso consistente. Vejo-o, então, como um autêntico “3-D” – e esse tipo de jogador sempre tem lugar na NBA.

Leonardo Paglioni: Juan Núñez aparece bem tarde nas projeções e o tenho mais alto. Apesar da óbvia preocupação por não ser um pontuador, eu gosto muito do seu jogo em pick-and-rolls – talvez, seja o melhor da classe nesse quesito. Adoro como acha alguns passes incríveis.

Guilherme Dobrychtop: Jonathan Mogbo é um prospecto de que gosto. Possui ótimo físico, bom arremesso e, além disso, uma incrível leitura de jogo.

Ramon Esquerdo: Melvin Ajinca, pois é um jogador que enxergo com um “teto falso”. Apesar dos altos e baixos, o ala francês teve um excelente ano na liga profissional do seu país. O seu arremesso em alcance, condição atlética e energia na defesa o tornam um jogador até digno do TOP 25 para mim.

Guilherme Campos: Melvin Ajinca. Apresenta um arremesso confiante, antes de tudo. Finaliza várias jogadas com marcação próxima e, apesar do baixo aproveitamento, eu vejo capacidade para impacto nesse aspecto. Não é tão agressivo em infiltrações, mas possui os atributos físicos para evoluir aqui também.

Ricardo Stabolito Junior: Pacôme Dadiet. Em um draft que não empolga, certamente, podemos esperar escolhas internacionais no fim da primeira rodada. Acho que o francês é o típico prospecto que você busca com uma escolha assim: já parece ter um “piso” determinado e só tem a crescer.

4. E quem está projetado para ser escolhido na primeira rodada e você não vê como merecedor do TOP 30?

Gustavo Lima: Bobi Klintman. O ala sueco tirou o nome do draft passado para se desenvolver na liga australiana. No entanto, mesmo já com 21 anos, ele parece um tanto cru em vários aspectos do jogo.

Leonardo Paglioni: Zach Edey. Não me empolga, por enquanto, o impacto que pode causar chegando à NBA. Eu vejo pouca versatilidade ofensiva e possíveis problemas defensivos, então prefiro outros nomes.

Guilherme Dobrychtop: Bobi Klintman, pois eu acho que é um prospecto cru e meio nebuloso até agora. Precisa, por isso, ser provado em um nível superior de competição ainda.

Ramon Esquerdo: Tyler Kolek é um jogador experiente e muito consistente, antes de tudo. Ainda assim, a falta de capacidade atlética somada aos atributos físicos dele não me empolgam para a NBA – mesmo para um reserva. Algum time da primeira rodada vai atrás do armador, mas eu não o escolheria a esta altura.

Guilherme Campos: Eu acho que Zach Edey merece ser selecionado em uma posição boa, mas não o vejo replicar o impacto universitário na NBA. Portanto, não seria eu a selecionar o pivô canadense de forma alguma com uma escolha tão valiosa.

Ricardo Stabolito Junior: Ryan Dunn, pois defensores incríveis que não “ameaçam” defesas simplesmente não conseguem jogar na NBA. Matisse Thybulle tem sido uma prova disso, por mais que tenha melhorado o arremesso. Espetacular marcador, mas isso já não basta.

5. Quem é a sua grande aposta de steal na segunda rodada do draft?

Gustavo Lima: Baylor Scheierman. Trata-se de um excelente arremessador, que consegue criar para os companheiros e mostra muita competitividade em quadra. Com esses predicados, certamente, ele tem lugar em uma rotação da NBA.

Leonardo Paglioni: Melvin Ajinca. É mais um grande talento da geração francesa e, assim, uma ótima aposta na segunda rodada. Além de ser um jogador interessante fora da bola, com ótimo arremesso posicionado, acredito que a criação de arremesso ainda pode aparecer em um bom nível.

Guilherme Dobrychtop: Pacôme Dadiet. É um talento, em síntese, que representa um baixo risco e alta recompensa. Apesar de ser muito novo, vejo-o como um dos atletas mais habilidosos da classe.

Ramon Esquerdo: Ajay Mitchell me salta aos olhos na segunda rodada, a princípio, por ser um armador experiente com boa estatura. Mas, sobretudo, ele excede a média se tratando de playmaker e defesa em ponto de ataque. O volume e aproveitamento nos chutes de longa distância é algo a ser trabalhado, mas estou de olho!

Guilherme Campos: Baylor Scheierman. É um jogador seguro para ter espaço na liga em algum tempo. Certamente, quando fizermos redrafts, vai estar na primeira rodada. Não se trata de um grande atleta, mas é um especialista de perímetro que se move muito bem sem a bola para abrir espaços.

Ricardo Stabolito Junior: Isaiah Crawford. Acho que atende ao molde do “3-D” muito bem, enquanto ter um menor volume ofensivo deve ajudá-lo no próximo nível. E, além disso, melhorou a cada temporada no basquete universitário – algo que valorizo demais.

6. E, por fim, quem é o melhor prospecto desse recrutamento de quem ninguém está falando por aí?

Gustavo Lima: Devin Carter. Chama a atenção pela capacidade de defender e arremessar com eficiência posicionado. Ou seja, deve se tornar um “3-D”. Mas também é explosivo, agressivo e possui os chamados intangíveis que se busca em um prospecto. Em suma, é um protótipo de Derrick White. Consigo visualizá-lo como peça complementar em um candidato ao título.

Leonardo Paglioni: Oso Ighodaro é um nome pouco comentado, mas gosto bastante por ser um pivô que faz de tudo. Utiliza bem a sua condição atlética nos dois lados da quadra. Provavelmente, é o melhor jogador de garrafão passador desse draft.

Guilherme Dobrychtop: Stephon Castle, para mim, deveria estar nas discussões para ser a primeira escolha do recrutamento. Enxergo, no momento, como um real candidato a ser novato do ano na NBA.

Ramon Esquerdo: Tenho um feeling que Bobi Klintman pode ser mais do que um role player. Mas, se não for, o seu piso nessa função é ótimo. Ele chuta, defende, finaliza próximo da cesta em transição e é atlético. Tudo isso se reproduziu jogando contra profissionais. Então, acho-o bem subestimado.

Guilherme Campos: Ron Holland não ser uma escolha TOP 10 me assusta. Eu sei que falta arremesso e tomada de decisão melhor, mas não consigo deixar de vê-lo como o ala de maior potencial da classe. O G League Ignite, certamente, prejudicou demais a sua avaliação. Em muitos cenários futuros, a sua explosão e versatilidade defensiva valeriam o TOP 5 para mim.

Ricardo Stabolito Junior: Cam Spencer é o jogador menos badalado dos campeões de Connecticut no recrutamento. Mas a sua combinação de arremesso, competitividade e inteligência em quadra merece mais atenção. Não vejo razão para não pensar que ele pudesse exercer a função que Malik Beasley teve no Bucks, por exemplo.

Assine o canal Jumper Brasil no Youtube

Todas as informações da NBA estão no canal Jumper Brasil. Análises, estatísticas e dicas. Inscreva-se, mas dê o seu like e ative as notificações para não perder nada do nosso conteúdo.

E quer saber tudo o que acontece na melhor liga de basquete do mundo? Portanto, ative as notificações no canto direito de sua tela e não perca nada.

Então, siga o Jumper Brasil em suas redes sociais e discuta conosco o que de melhor acontece na NBA

Quem são os subestimados e superestimados do Draft da NBA?

Analistas do Jumper Brasil e convidados debatem prospectos com projeções das quais discordam