O dia em que Michael Jordan e Wilt Chamberlain discutiram sobre quem era o melhor da NBA

Conversa aconteceu em 1996, quando a liga elegeu os 50 melhores

Michael Jordan Wilt Chamberlain Fonte: Reprodução / X

Bill Walton, falecido no mês passado, contou uma história inusitada sobre a eleição dos 50 melhores jogadores de todos os tempos da NBA. De acordo com o duas vezes campeão da liga, Michael Jordan e Wilt Chamberlain discutiram sobre quem era o GOAT.

“Nós estávamos sentados lá. Eram apenas os jogadores, enquanto todo mundo se divertia. Todos se abraçando, pedindo autógrafos uns dos outros, mas em um canto estavam Wilt Chamberlain e Michael Jordan”, disse Walton, em entrevista ao The Universe Galaxy NBA.

Vale lembrar que a NBA já fez duas eleições sobre seus melhores jogadores de todos os tempos. A mais recente, em 2021, quando a liga elegeu os 75 melhores, mas a primeira aconteceu em 1996, comemorando os 50 anos da competição.

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“Eles estavam discutindo, cada um dando seus argumentos sobre quem era o melhor”, afirmou. “Enquanto isso, Bill Russell e Kareem Abdul-Jabbar estavam rindo, distribuindo seus autógrafos. Então, David Stern entrou na sala, pedindo a todos que fossem para o auditório, onde fariam fotos e dariam entrevistas. Mas Jordan e Chamberlain continuaram lá no canto, argumentando. Após muita demora, Michael e Wilt finalmente se levantaram, mas seguiram conversando e cada vez mais alto”.

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“Mas Wilt era um cara muito durão. Ele tinha a última palavra sempre. Então, Wilt Chamberlain olhou para Michael Jordan e disse: ‘Michael, apenas lembre-se: quando você jogou, a NBA mudou todas as regras para deixar o jogo mais fácil para você jogar. Quando eu joguei, eles mudaram todas para ficar mais difícil para eu jogar'”, disse Walton.

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“Não houve resposta de Michael Jordan. Wilt Chamberlain, meu Deus. Eu tive o privilégio, enquanto estive na faculdade, de ver Wilt Chamberlain contra Kareem Abdul-Jabbar jogando por alguns anos. Era incrível”, concluiu.

Mudanças de regras

De fato, algumas regras mudaram quando Jordan jogava. O astro do Chicago Bulls tinha muita influência com a direção da NBA, então a liga criou três regras em sua época. Muito por conta da agressividade de jogadores em cima do eterno camisa 23, foi necessário que mudassem algumas coisas.

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A primeira delas foi a falta flagrante. Apesar de não ser exclusivamente por conta de Jordan, as verdadeiras batalhas que aconteciam contra o Detroit Pistons motivaram tal regra. Os jogos estavam muito mais físicos e perigosos para os jogadores. Enquanto faltas graves aconteciam, brigas começavam em quadra entre os times, o que não era nada atrativo para a audiência.

Então, a ideia de David Stern era “limpar” a NBA de jogadas “sujas” e criar um ambiente mais favorável. Obviamente, visando muito mais o público e jogadores. Na época, o Bulls enviou diversas cartas aos diretores da NBA, indicando que sim, o Pistons estava tentando machucar Jordan.

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Imediatamente, Jordan saiu de 7.6 lances livres por jogo de uma série contra o Pistons em 1988 para 13.2 em 1989. Ao mesmo tempo, a equipe de Detroit acusou a NBA de facilitar o jogo para o então jogador.

A falta flagrante só foi implementada, de fato, em 1991, mas a NBA mandou os árbitros punirem com lances livres jogadas mais graves.

Hand Checking

Em 1995, durante a primeira aposentadoria de Michael Jordan, a NBA criou outras duas regras. Primeiro, a de hand checking. Ou seja, o marcador não poderia encostar no oponente. Enquanto isso, a liga encurtou a distância da linha de três pontos para a cesta.

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Sem Jordan, times da NBA deixaram de arremessar tanto, “copiando” o estilo de jogo do New York Knicks de Pat Riley. Então, as posses de bola eram mais longas e as pontuações despencaram. Assim, a NBA entendeu que as mudanças fariam o contrário. Quanto mais facilitar para o ataque, mais pontos. Então, com o hand checking e uma distância menor para o arremesso do perímetro, o jogo ofensivo voltou a aparecer.

Michael Jordan voltou às quadras com as novas regras e o Chicago Bulls foi campeão por mais três anos. Mas tudo era suficiente para os adversários reclamarem do favorecimento a Jordan. De fato, as defesas tiveram muito mais dificuldades na marcação.

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Se Jordan já era difícil de ser marcado antes, imagine sem poder encostar nele.

E foi justamente naquele momento, em 1996, que Michael Jordan e Wilt Chamberlain se encontraram e discutiram sobre o caso.

Contratos máximos

Em seus útlimos anos de Chicago Bulls, Michael Jordan recebia valores astronômicos para a época. Em 1996/97, por exemplo, ele ganhou US$30.1 milhões. No ano seguinte, US$3 milhões a mais. Mas sabe qual era o teto salarial dos times da NBA? Cerca de US$26.5 milhões.

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Sim. Sozinho, Michael Jordan recebia mais do que uma equipe inteira. Mas foi aí que a NBA entendeu que era o momento de mudanças.

Até então, se uma equipe estivesse abaixo do teto salarial, ela poderia dar a um jogador o valor que bem entendesse. Ou quase isso.

O contrato de Kevin Garnett com o Minnesota Timberwolves foi o estopim para a liga entrar em greve, em 1999. Vale ressaltar que Garnett recebeu um acordo de US$126 milhões por seis anos, o maior de todos os tempos na época.

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E não havia penalização ou taxa por conta disso. Bastava ficar abaixo do teto salarial com os outros jogadores e um deles poderia receber valores significativos.

Para ter uma ideia, apenas um jogador All NBA mudou de time na agência livre entre 1988 e 1998: Shaquille O’Neal, deixando o Orlando Magic para o Los Angeles Lakers. Isso porque as regras facilitavam a vida de um astro, que poderia ficar na mesma equipe por vários anos e recebendo o salário que quisesse.

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Hoje, a situação é muito diferente, pois quase ninguém consegue manter astros por diversas temporadas. Os times ficam de “mãos atadas”, podendo perder astros na agência livre sem o poder de barganha.

Diretamente ou indiretamente, Michael Jordan causou todas as mudanças nas regras da NBA.

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