O Orlando Magic é um time que está chamando a atenção neste início de temporada da NBA. Com quase um mês de campanha, a equipe da Flórida é uma grata surpresa. A franquia ainda passa por um processo de reconstrução, mas os resultados em 2023/24 são animadores. Quem disser, por exemplo, que imaginava o Magic no top 4 do Leste estará mentindo. Então, nem o fã mais otimista vislumbrava esse cenário.
Mas, o fato é que o Magic possui a segunda melhor defesa da NBA. Além disso, a dupla Franz Wagner e Paolo Banchero está cada vez mais afinada em quadra. E, para completar, o banco de reservas vem se mostrando muito útil. Hoje, Jamahl Mosley teria o meu voto para técnico do ano. Portanto, vamos destrinchar abaixo o ótimo início de temporada do Orlando Magic na NBA.
Em primeiro lugar, há de se destacar o custo-benefício do time. Afinal, os cinco atletas que mais apareceram na formação inicial totalizam US$33,7 milhões em salários. Ou seja, é o quinteto titular mais barato da liga.
Vale dizer que não estou incluindo os lesionados Markelle Fultz e Wendell Carter, titulares há até pouco tempo. Com eles, o Magic se torna o terceiro mais barato, atrás apenas de Detroit Pistons e San Antonio Spurs.
- Anthony Black: US$7,245 milhões
- Jalen Suggs: US$7,252 milhões
- Franz Wagner: US$5,508 milhões
- Paolo Banchero: US$11,608 milhões
- Goga Bitadze: US$2,066 milhões
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Outro detalhe que não pode ser ignorado é a juventude da equipe. Bitadze é o titular mais “velho”, com 24 anos. O novato Black, por sua vez, é o mais novo, com 19 anos. A média de idade dos titulares? Apenas 21,6 anos. Portanto, além de barato, o Orlando Magic tem o quinteto inicial mais jovem desta temporada na NBA.
Já o banco de reservas conta com os veteranos do elenco. Joe Ingles (36) e Gary Harris (29) adicionam um toque de experiência à segunda unidade. Mas, o principal reserva da equipe é Cole Anthony, de 23 anos. Recentemente, o armador fechou uma extensão contratual com a franquia. Pelo acordo, Anthony vai receber US$39 milhões em salários por três temporadas.
A segunda unidade da equipe, aliás, é uma das mais eficientes da liga. Terceira que mais pontua, quarta em eficiência ofensiva, terceira em tocos e quarta em rebotes e roubos de bola. Além dos três citados, vale mencionar as contribuições de Jonathan Isaac (defendendo) e Moritz Wagner (pontuando).
Então, o Magic tem o time mais barato e jovem da NBA. E está desfalcado de dois jogadores importantes. Mas, mesmo assim, é o quarto de sua conferência e tem a segunda melhor defesa da liga. Venceu seis dos últimos sete jogos. Está em uma sequência de cinco vitórias. Ou seja, a campanha é digna de aplausos.
Defesa de elite
Hoje, o Magic tem a segunda maior eficiência defensiva da NBA. São 107,5 pontos sofridos a cada 100 posses de bola. Está atrás apenas do Minnesota Timberwolves (106,2). Nesse aspecto, quatro atletas se destacam.
Suggs é o quarto da liga em roubos de bola (dois por jogo). Um autêntico caniteve suíço. Junto com ele, Black é outro grande defensor. O Magic, aliás, tem uma dupla de armadores que chama a atenção pela energia defensiva. São especialistas em pressionar o homem da bola e em antecipar linhas de passe. Não por acaso, o Magic é o time que mais força turnovers dos adversários (17,3 por jogo). Hoje, Suggs seria nome certo no time ideal de defesa da liga.
Jalen Suggs is a different type of dawg pic.twitter.com/euDA4xFNXg
— Brett Usher (@UsherNBA) November 22, 2023
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Já Bitadze e Isaac são os encarregados da proteção do aro. Juntos, combinam para três tocos por partida. Isaac sempre foi um grande defensor. A questão é que, agora, ele está saudável. Em menos de 14 minutos em quadra, ele possui médias de um roubo e 1,4 toco. Isso é elite. Bitadze, por outro lado, ganhou espaço após a lesão de Carter. E o pivô georgiano é uma grata surpresa na defesa.
O Magic é o décimo que menos sofre pontos na área pintada (46,4). É o segundo que menos leva pontos de segunda chance (11,9) e o oitavo em pontos sofridos de contra-ataque (13,2). Além disso, é o segundo em média de roubos de bola (9,7) e em rebotes cedidos (40,3).
Apesar da juventude, o time de Orlando não joga em um ritmo frenético (17° pace). Isso contribui para não sofrer muitos pontos. Tanto que é o terceiro que menos permite arremessos aos adversários (84,1 por jogo).
Por fim, a equipe é a segunda que mais força os rivais a jogarem em isolation. Como resultado, limita os adversários à segunda menor taxa de assistências. Porém, acima de tudo, os jogadores competem. Isso faz toda a diferença.
Resta saber como será a defesa do time após os retornos de Fultz e Carter. O fato é que, hoje, o Magic está encaixado nesse lado da quadra.
defense to offense @JJudahIsaac https://t.co/vT1WcmbHDI pic.twitter.com/uCtfHlvx7d
Publicidade— Orlando Magic (@OrlandoMagic) November 18, 2023
Franz e Paolo
Estamos testemunhando o surgimento de uma das melhores duplas de jovens astros da NBA. Franz Wagner, de 22 anos, e Paolo Banchero, de 21, se complementam muito bem em quadra. Ambos são bons passadores e sabem criar para si e para os companheiros. Ou seja, possuem um elevado QI de basquete. E detalhe: esta é apenas a segunda temporada deles juntos. Ou seja, têm muito a evoluir.
Ter jovens que sabem o que fazer em quadra é um luxo. Ainda mais em uma época em que os atributos físico-atléticos parecem ter mais valor que o simples fato de saber jogar basquete. Wagner e Banchero, aliás, não são super atletas. Mas compensam com inteligência. Nos dois lados da quadra. Enfim, são os líderes que a equipe precisa para os próximos anos.
Franz e Paolo também são exemplos da competência do Magic nos últimos recrutamentos. Méritos para Jeff Weltman, presidente da franquia. Em 2020, Anthony na pick 15. No ano seguinte, Suggs na 5 e Wagner na 8. Na época, já alertávamos: Orlando conseguiu um steal na oitava escolha. Afinal, o alemão era um dos melhores prospectos daquela classe.
Em 2022, por outro lado, a sorte sorriu para a franquia. Venceu a loteria do Draft e, com isso, teve direito à primeira escolha. Optou por Banchero, algo que já tínhamos visto nos recrutamentos citados acima. E não poderia ter sido melhor, já que Paolo foi eleito o melhor novato da última temporada.
O Orlando Magic, portanto, tem o seu núcleo principal oriundo dos recrutamentos. Na última década, o Golden State Warriors fez isso e vimos o que aconteceu… Longe de mim querer comparar as situações. O Warriors tem um dos maiores jogadores da história (Stephen Curry). Mas, com a manutenção e evolução dessa base jovem, o Magic pode sonhar com passos maiores em breve.
A Paolo Banchero y Franz Wagner se les caen los puntos de las manos
Sus conexiones en bloqueo directo o divisiones son una auténtica maravilla
Dales una bola y encontrarán la manera de anotar pic.twitter.com/B5ENr4PTgA
— Sergio Rabinal (@S_Rabinal) November 20, 2023
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Magic briga por playoffs?
Com o nível de atuações neste primeiro mês de temporada da NBA, o Orlando Magic é candidato a uma vaga nos playoffs. Após campanhas ruins nos últimos três anos, a franquia está no “bolo” para disputar a pós-temporada. Claro que muita coisa pode ocorrer até abril (quando acaba a temporada regular), mas este Magic dá sinais de que é “pra valer”.
Nas últimas 11 temporadas, a equipe passou por algumas reformulações. Como resultado, apenas duas classificações para os playoffs. E duas eliminações logo na primeira rodada. Mas, ao contrário de outras vezes, em 2023/24 o Magic é um time bem treinado, com uma defesa que passa confiança. Aliás, equipes com defesas sólidas sempre são confiáveis. Por isso, acredito que Orlando tem totais condições de sustentar uma campanha positiva.
O Magic tem dois futuros All-Stars (Wagner e Banchero), rodeados por jovens role players com potencial de terem carreiras longas na NBA. E veteranos capazes de agregar não apenas no vestiário, mas também em quadra. Isso por si só já seria animador.
Mas, além disso, o Magic possui a quinta menor folha salarial da liga. Ou seja, flexibilidade financeira. Assim, se quiser partir para uma troca mais ousada, a franquia tem os ativos necessários.
Se, na defesa, a equipe se destaca, no ataque nem tanto. O Magic tem apenas a décima pior eficiência ofensiva (111,9 pontos a cada 100 posses) e o terceiro pior aproveitamento nas bolas de três (33,5%). Ou seja, é a defesa que sustenta a boa temporada do Orlando Magic na NBA. Mas, para pensar em voos maiores, o ataque precisa melhorar. Cercar Paolo e Franz de bons arremessadores, por exemplo. O lado do bom do ataque: o Magic é o time que mais vai à linha do lance livre (27,9 por jogo). Ou seja, não falta agressividade à equipe!
No fim das contas, o Magic é um time que compete. Não tem o elenco mais qualificado, mas é difícil superá-los em vontade. Esse sangue nos olhos pode levar o time de volta aos playoffs. Agora, é só olhar para cima. A reconstrução do Orlando Magic vai muito bem, obrigado.
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