Fonte: Gary Dineen / AFPÉ comum ver as pessoas dizerem que o treinador da NBA é mais um gestor de egos do que um especialista tático. Essa é uma liga, para resumir, em que os jogadores dão as cartas muitas vezes. Bobby Portis, por exemplo, já mandou o recado para o novo técnico do Milwaukee Bucks. O ala-pivô acredita que o sucesso da equipe passa por Adrian Griffin manter a autonomia do elenco no dia-a-dia.
“Eu não gosto de comparar o passado e futuro, mas a minha expectativa é que não seja uma ruptura. Espero que Adrian simplesmente permita que sigamos a ser nós mesmos. O nosso time, afinal, é comandado pelos jogadores. Temos vários atletas que já foram campeões antes. Então, nós sabemos o que é preciso para chegar ao topo da liga”, avisou o reserva de 28 anos, em entrevista ao site HoopsHype.
Griffin, como um ex-jogador da NBA, entende essa complicada dinâmica de forças. Mas, ao mesmo tempo, foi contratado para simbolizar uma ruptura com a linha de trabalho do veterano Mike Budenholzer. Ou seja, vai precisar equilibrar-se entre introduzir novos conceitos e manter o ambiente. Portis aposta que a integridade física da equipe é mais importante do que o impacto do novo treinador.
“O ponto crucial para o nosso sucesso, sobretudo, é manter o elenco saudável. Não importa quem seja o técnico, mas termos os jogadores inteiros é o principal. Sinto que tivemos azar, nesse sentido, nos últimos anos. Sofremos com lesões de Khris [Middleton] e Giannis [Antetokounmpo] nas duas campanhas anteriores. Por isso, a saúde é o que mais importa”, sentenciou o experiente atleta.
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Prova diária
Portis, certamente, tem autonomia para falar o funcionamento do Milwaukee Bucks. Ele disputou as últimas três temporadas pela franquia e, além disso, foi campeão da NBA em Wisconsin. Chegou com um vínculo pequeno e, assim, conseguiu um contrato de quatro temporadas para ser uma das referências do time. Isso não trouxe, no entanto, uma sensação de dever cumprido para o veterano.
“Para começar, eu preciso provar-me em quadra todos os anos. Fechar um contrato longo não significa que podemos respirar aliviados, pois não se pode relaxar nessa liga. Há uns 60 jogadores lá fora a cada temporada que querem pegar o seu lugar. Então, você não pode ficar satisfeito com o estado atual. Precisamos melhorar um pouco a cada dia”, explicou o ala-pivô.
A lógica da NBA para Portis, em síntese, está em um conhecido ditado. Chegar ao topo é sempre difícil, mas manter-se lá é ainda mais complicado. “Tudo o que eu sei é que, nessa liga, não se pode parar de trabalhar. Não importa se possui um vínculo de US$20 milhões ou US$200 milhões. Deixe que os dominós caíam, mas seja a peça que fica em pé”, resumiu.
Seleção
Antes de trabalhar com o novo técnico do Bucks, Bobby Portis enfrenta um desafio diferente e único na carreira. Ele faz parte da seleção dos EUA que vai disputar a Copa do Mundo FIBA. Além disso, em um grupo muito jovem, tornou-se aquele jogador mais experiente e vivido. O ala-pivô reconhece ter esse papel diferente, mas não tenta mudar o seu estilo para cumpri-lo.
“Eu só entro em quadra e tento ser o Bobby, pois é quem sei ser. Nunca mudei o jogador que sou, desde o primeiro dia na NBA. Mantenho-me verdadeiro e, com isso, trabalho para melhorar a cada dia. Tento, por fim, ser um líder e voz ativa assim. Eu estou tranquilo em ser uma referência aqui, mas, no fim das contas, entendo que sou só o Bobby”, finalizou.
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