Enfim, chegou a hora. O Washington Wizards começou a fazer as trocas que todo mundo esperava, mas por um propósito: o tank. A palavra, para quem não sabe, é quando um time abre mão de vitórias em busca de escolhas altas no Draft. Então, está tudo no script. Apesar de as negociações parecerem ruins (e até são), fazem parte do projeto de reconstrução no elenco. Por enquanto, Bradley Beal e Kristaps Porzingis foram embora, mas tem mais gente para sair.
A tal reconstrução passa até pela diretoria. Recentemente, o Wizards contratou Michael Winger, então GM do Los Angeles Clippers. A ideia é desmontar o que não está dando certo e, depois, a longo prazo, refazer um grupo com jovens talentos. Na última temporada, por exemplo, Washington venceu 35 dos 82 jogos e, como resultado, ficou fora dos playoffs. Aliás, nas últimas cinco campanhas, o time só foi aos mata-matas em uma oportunidade. Mesmo assim, caiu na primeira rodada de 2020/21.
Depois de Winger, Beal foi para o Phoenix Suns e recebeu o expirante do veterano Chris Paul. Então, foi a vez de Porzingis ir para o Boston Celtics. Embora a troca tenha mudado, com a participação do Memphis Grizzlies, o Wizards negociou o letão de qualquer forma.
Mas nos dois negócios, Washington acumulou: veteranos com contratos que acabam na próxima temporada, além de escolhas de segunda rodada de Draft. Além disso, a equipe tenta trocar Paul para ver se consegue, ao menos, uma de primeira. Caso contrário, a tendência natural é de dispensa. Então, o armador vai poder assinar com quem quiser, exceto com o Suns. O Clippers é um dos favoritos, assim como o Los Angeles Lakers.
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Agora, ainda tem Kyle Kuzma, que virou agente livre após abrir mão de seu contrato. De acordo com o site Action Network, o ala quer em torno de US$30 milhões anuais. Qual é a chance de o Wizards manter o jogador? Nula, para ser bem sincero. Até porque, não faz sentido para a franquia. Nada de acordos longos. A aposta será toda em jovens, embora Kuzma esteja com 27 anos. No máximo, vai tentar uma sign and trade para acumular picks. Ou seja, assina com ele e, em seguida, o negocia para um outro time.
O grande detalhe é que, assim, o Washington Wizards vai poder fazer seu tank tranquilo, enquanto tenta realizar mais trocas. Com um elenco ruim, ninguém vai apontar o dedo para dizer que está perdendo por querer. Só será ruim mesmo, o que significa que vai perder por não conseguir competir. É diferente de quando um time conta com jogadores talentosos e, do nada, eles deixam de jogar aqui e ali por “lesões”.
A tendência é que a direção dispense e troque quem for capaz de produzir.
Futuro distante e sem vitórias
Hoje, a equipe conta com quatro armadores. Todos com contratos expirantes: Monte Morris, Delon Wright, além de Tyus Jones e Paul.
É possível que nenhum fique, no fim das contas.
Para a próxima temporada, o Wizards teria de dar sua escolha de primeira rodada para o Houston Rockets. Foi naquela troca com o Houston Rockets por Russell Westbrook. No entanto, ela tem proteção top 12 para o ano que vem. Ou seja, com um time ruim, é provável que Washington fique entre as três piores campanhas e, assim, vai manter a pick. As regras daquela negociação ainda protegem as dez primeiras de 2025 e as oito primeiras de 2026. Depois, o Rockets só recebe uma de segunda rodada em 2026 e outra em 2027.
Portanto, se você é torcedor do Wizards, não pense em vitórias até lá, pois o time vai jogar para perder.
Já aconteceu antes
Se o Washington Wizards acha que está inventando a roda indo para o tank após trocas, é melhor olhar para o passado. Existem bons exemplos, como o Philadelphia 76ers, que gerou, dali, Joel Embiid e um Ben Simmons que chegou a ser All-Star. Mas existem os ruins, como o do Miami Heat, que resultou em Michael Beasley.
O fato é que não existe uma fórmula mágica e vencedora. Aquela que, do nada, o GM balança sua varinha e faz virar um time campeão em cinco anos. O Sixers segue na roça, por exemplo. Apesar de ter Embiid, a equipe não chega nas finais da NBA desde 2000/01. O Heat, por outro lado, foi campeão duas vezes e disputou seis decisões desde Beasley. Não por conta dele, obviamente.
Mas faz sentido. Sim, “vendeu” o seu peixe muito barato. Poderia ir atrás de jovens talentos ou escolhas melhores no Draft. Só que era o que tinha para hoje.
Primeiro, Beal limitou a abrir mão de sua cláusula de troca apenas ao Heat e ao Suns. Se o seu melhor jogador quer sair, ele vai. Nenhum GM novo assume um time com o astro insatisfeito. Ainda mais em uma franquia que não disputa nada há décadas. Depois, com Porzingis, era isso ou ele iria abrir mão do contrato, seria agente livre e o Wizards não levaria absolutamente nada.
No fim, vai ganhar um alívio financeiro, ficar longe do teto salarial e buscar escolhas para o futuro. Está tudo dentro dos planos.
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