O ano era 2015. DeAndre Jordan era agente livre e vários times queriam sua contratação, mas uma verdadeira briga de emojis tomou conta do Twitter. Vale lembrar que Jordan terminou a temporada 2014/15 como líder em rebotes pela segunda vez consecutiva e era um dos alvos de Chris Paul no ataque do Los Angeles Clippers. Mas conta também, o fato de que pivôs tinham muito valor na época.
Não o pivô de hoje, que arremessa de três e espaça a quadra, mas aquele brucutu, que jogava de costas para a cestas e tinha funções de pegar rebotes e ocupar espaço dentro do garrafão. Nem faz tanto tempo assim, mas a posição mudou muito nos últimos anos.
De qualquer forma, Jordan fazia bem o papel. Não era brilhante, mas as equipes acreditavam que, com ele, poderiam chegar mais longe nos playoffs. Afinal, na fase de mata-matas, o jogo ainda era bem mais físico, especialmente dentro do garrafão.
Os principais rumores apontavam no Twitter que DeAndre Jordan ficaria no Clippers, mas Dallas Mavericks, Houston Rockets, Milwaukee Bucks e Los Angeles Lakers, também tentavam a contratação do atleta. Na época, aos 27 anos, ele estava entre os dez melhores agentes livres disponíveis no mercado. A lista, no entanto, era vasta de grandes nomes: LeBron James, Kawhi Leonard, Marc Gasol, LaMarcus Aldridge, Kevin Love, Draymond Green e Jimmy Butler eram os principais. Mas Jordan vinha logo atrás.
As peças do dominó foram caindo, e, então, Jordan optou por fechar com o Mavs no dia 3 de julho.
Ele jogaria ao lado do amigo Chandler Parsons, que fez de tudo para ter o pivô ao seu lado no time texano.
Tudo estava lindo, tudo estava certo, mas…
Foi aí que tudo começou.
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Jordan estava em dúvida se cumpriria o acordo verbal com o Mavericks ou retornaria ao Clippers. Era o bastante para que jogadores da equipe de Los Angeles se reunissem em busca de trazer o atleta de volta.
Parsons queria que o pivô seguisse como o combinado e publicou, no dia 8, o emoji de um avião, dando a ideia de que iria atrás de Jordan para convencer o atleta.
Mas os jogadores do Clippers reagiram e replicaram.
Primeiro, JJ Redick, então ala-armador do Clippers, enviou um emoji, dizendo que estava indo para Houston. Em seguida, Blake Griffin mandou outro, com um avião, um helicóptero e um carro. Depois, Chris Paul publicou uma banana e um barco (o famoso banana boat em que LeBron James, Dwyane Wade, Carmelo Anthony e ele estavam nas férias).
Os rumores de que a contratação de DeAndre Jordan por Dallas estava por um fio faziam o Twitter “enlouquecer”.
Marreese Speights, que havia acabado de ser campeão pelo Golden State Warriors, entrou na “briga” e mandou emojis de um troféu e um anel (que é dado de presente aos jogadores).
Paul Pierce assinou com o Clippers dias antes e enviou um com um foguete.
Não demorou muito e Kobe Bryant enviou o seu:
Emoji battle?
— Kobe Bryant (@kobebryant) July 8, 2015
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E mandou mais um:
Ah ok .. I see .. 🔓🏆🏆🏆🏆🏆🔒💤 #mambaout https://t.co/sdx5kpqWwY
Publicidade— Kobe Bryant (@kobebryant) July 8, 2015
Mas a Air Jordan, marca de Michael Jordan com a Nike, entrou na brincadeira…
🏆🏆🏆🏆🏆🏆
Publicidade— Jordan (@Jumpman23) July 8, 2015
E acabou com um goat (greatest of all time, o melhor de tudos os tempos, em português).
🐐
Publicidade— Jordan (@Jumpman23) July 8, 2015
DeAndre Jordan voltou atrás
Com tanta repercussão, o pivô, que tinha um acordo verbal com o Mavericks de quatro anos por US$80 milhões, acabou voltando para o Clippers por US$88 milhões pelo mesmo período. Embora Jordan tivesse tudo pronto com o Mavs, ele ainda não havia assinado.
Na NBA, jogadores podem acertar verbalmente com alguma equipe, mas só assinam após alguns dias de forma oficial. Ou seja, Jordan ficou em Los Angeles e recebeu mais por isso.
A frustração de Mark Cuban, dono do Mavericks, ficou clara em um comuicado aos torcedores da equipe. Ele se desculpou, mas afirmou que não faltariam esforços para deixar o time mais forte para os anos seguintes.
Trechos da matéria que publicamos no dia
“O anúncio oficial do acerto coloca fim a uma quase surreal reviravolta de eventos nas últimas 24 horas. O atleta de 26 anos comprometeu-se com o Mavs na última sexta, mas ligou para o técnico Doc Rivers no início da semana dizendo ter “cometido um erro”. O sinal de arrependimento fez o técnico/dirigente recomeçar a tentativa de recrutar o titular da última temporada e mantê-lo no elenco.
Durante a tarde, Jordan recebeu em sua casa uma comitiva do Clippers, composta por Rivers, Blake Griffin, Chris Paul, J.J. Redick, do dono Steve Ballmer e vários executivos. A renovação foi acertada em pouco tempo, mas, segundo Ramona Shelburne (da ESPN), o jogador convidou todos a ficarem no local. Temendo a instabilidade do pivô, eles permaneceram até a madrugada e o fechamento do contrato.
Mark Cuban, dono do Mavs, também desembarcou em Houston à tarde para conversar com o principal reforço da equipe nesta offseason e entender o impasse. Mas, trancado na casa com os representantes de Los Angeles, o jogador não o recebeu ou respondeu suas tentativas de contato. No início da noite, o empresário informou o elenco e direção de Dallas que a situação estava perdida.
A reviravolta só pôde acontecer por conta do período de moratória da NBA. Embora as equipes possam negociar com agentes livres a partir de 1º de julho, os contratos não são oficialmente assinados até o dia 09. O intervalo serve para que a liga calcule com maior precisão os valores reajustados do teto salarial anualmente. Então, o que existia de concreto entre o Mavericks e Jordan era apenas um acordo verbal”.
Depois, Jordan realmente jogou em Dallas
A contratação de DeAndre Jordan repercutiu no Twitter naquele período, mas com a decisão de seguir no Los Angeles Clippers, outros times lamentaram. Só que em 2018, o pivô acertou sua ida para o Dallas Mavericks, tentando apagar o fiasco de três anos antes.
Mas Chandler Parsons, principal responsável por sua quase ida ao Mavs naquela temporada, já não estava mais lá. Parsons sofreu com contusões e não vingou em Dallas. Entretanto, a mágoa naquele período prevaleceu.
O problema é que Jordan não rendeu o que se esperava no Mavs e saiu para o New York Knicks em troca. No entanto, seu período na nova equipe foi curto e ele virou agente livre novamente.
Trio de amigos no Nets
DeAndre Jordan, Kevin Durant e Kyrie Irving combinaram, durante as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, de jogarem juntos. Após se tornar agente livre no Knicks, Jordan queria cumprir o acerto. Primeiro, Durant assinou com o Brooklyn Nets. Em seguida, Irving e ele fizeram o mesmo.
O problema foi que, Jordan, aos 31 anos, não era o mesmo e o Nets tinha um Jarrett Allen “voando”. Não por menos, Allen ficou com a vaga de titular, enquanto o veterano atuou em 50 dos 56 jogos saindo do banco.
Enquanto Irving e Durant faziam lobby para Jordan ser o titular, a direção acatou um pedido dos astros e mandou o técnico Kenny Atkinson embora.
No ano seguinte, o Nets envolveu Allen na troca por James Harden. Só que Steve Nash, o novo treinador, também não queria Jordan como titular, já aos 32 anos e o time o trocou para o Detroit Pistons. Como o Pistons não queria contar com o jogador, a diretoria o dispensou e ele assinou com o Los Angeles Lakers.
Perto da aposentadoria
Sem o mesmo vigor físico de outros tempos e sem fazer o que o pivô moderno faz, DeAndre Jordan se encaminha para a aposentadoria. No fim de fevereiro, o Los Angeles Lakers o dispensou e, em seguida, ele assinou com o Philadelphia 76ers para ser reserva de Joel Embiid.
Quando muita gente acreditava que Jordan já não teria mais lugar na NBA, o Denver Nuggets anunciou o jogador no primeiro dia da agência livre.
Aos 34 anos, Jordan está, provavelmente, em seu último ano na liga. Enquanto a NBA quis jogadores como ele, o jogador foi para um Jogo das Estrelas, fez parte de dois times de defesa e três vezes dos times ideais. Com quase mil jogos na carreira, o atleta possui médias de 9.1 pontos, 10.3 rebotes, 1.5 bloqueio e 67.3% de acertos em arremessos.
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