Um dos melhores jogadores da primeira rodada dos playoffs encerrou a sua participação na temporada nesse domingo. Luka Doncic deu show em quadra e impressionou a NBA mais uma vez, mas nada, nem as suas espetaculares atuações, foram capazes de evitar a eliminação do Dallas Mavericks na sétima (e decisiva) partida da série contra o Los Angeles Clippers. Os analistas e fãs veem o desempenho como mais uma prova de seu status na liga, mas o ala-armador enxerga pouco significado em tudo o que fez.
“O sétimo jogo de uma série de playoffs é a coisa mais dura que existe. Você dá tudo o que tem em quadra e vive com o resultado. Estivemos nos playoffs pela segunda vez e fomos derrotados nas duas oportunidades. Eu sou pago para vencer, então, no fim das contas, ainda não provei nada na NBA. Não provei nada com minha performance nessa série. Não provei nada porque não venci nada”, lamentou o jovem craque, que poderá ser eleito para o quinteto ideal da liga pela segunda temporada consecutiva.
Doncic terminou a série contra o Clippers com (incríveis) médias de 35.7 pontos, 10.3 assistências e 7.9 rebotes, mesmo sendo limitado por uma lesão cervical em uma das sete partidas do duelo. Ele juntou-se, assim, a Russell Westbrook como únicos atletas a anotarem 35 pontos e dez assistências por partida em uma série de playoffs. O jovem marcou 46 pontos e distribuiu 14 assistências na derrota final para os angelinos, tendo impacto direto em 77 pontos do Mavericks na tarde – um recorde em jogos 7.
“Luka já havia sido um astro nos playoffs do ano passado e voltou ainda melhor. É bem impressionante como conseguiu melhorar. Ele joga com enorme confiança e o seu jogo está muito à frente de sua idade. É um garoto que simplesmente lê e ‘destrói’ todos os esquemas defensivos. Nós usamos tudo o que sabíamos e ele improvisava e fazia tudo acontecer com uma naturalidade fora do comum. Luka será um dos grandes. Tem um futuro sensacional pela frente”, prevê o astro Paul George.
Em grande parte, a série disputada por Clippers e Mavericks foi um duelo entre Doncic e Kawhi Leonard, que teve um impressionante desempenho em termos de eficiência na pontuação. O experiente ala concorda com George e fica espantado com o esloveno em quadra. “Luka fez de tudo nessa série. Joga em seu próprio ritmo, parece que todas as jogadas são simples em suas mãos. Esse garoto é um grande jogador. Grande mesmo. Vamos vê-lo por muitos anos ainda nessa liga”, assegurou o bicampeão da NBA.
Doncic e o Mavericks agora entram de férias com o gosto amargo da segunda eliminação seguida na primeira rodada dos playoffs para o Clippers, repetindo o roteiro que já havia sido visto na “bolha”. Mas, dessa vez, George garante que a história dos texanos não vai parar por aí: o Dallas estará de volta em breve sob o comando de seu jovem astro, mas, enquanto isso, a equipe foi o adversário que o Clippers precisava para exorcizar alguns dos demônios de fracassos passados em matas-matas.
“O Mavs é um grande time que levou-nos ao limite, com um superastro completamente inacreditável em Luka. Tivemos que jogar com o pé no acelerador por 48 minutos. Nós fomos desafiados, sobrevivemos aos piores momentos, jogamos uns pelos outros e já tínhamos certeza de que sairíamos com a vitória. Agora, por conta desse grande time e Luka, sinto que estamos prontos para qualquer guerra que está por vir”, avaliou o ala, que prepara-se para encarar o Utah Jazz nas semifinais do Oeste.
Mas, com licenças poéticas de lado, o fato é que o Clippers classificou-se e o Mavericks deverá entrar em uma offseason de incertezas. A histórica atuação de Doncic gera um clima de urgência na busca de reforços dentro da organização, enquanto precisar lidar com a agência livre de atletas visados pelo mercado, como Tim Hardaway Jr. O dono da franquia, Mark Cuban, adianta que Rick Carlisle está seguro no comando do time, mas o próprio treinador reconhece que mudanças estão por vir.
“Aconteceu de tudo nessa série. Nós vimos tudo o que é possível. E, no fim das contas, fica a certeza de que temos um dos cinco melhores jogadores do mundo em Luka. Ele diz não ter provado nada, mas esses jogos validaram isso. Temos um dos grandes em nosso elenco e, agora, nossa obrigação é continuar construindo uma equipe em torno dele. Essa offseason será importante em vários níveis para o nosso futuro”, projetou Carlisle, antevendo alterações inevitáveis pelos lados de Dallas.
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