A disputa pelo troféu de jogador defensivo da temporada tem sido muito discutida nas últimas semanas, com a concorrência aparentemente ainda aberta nessa reta final. Mas existe um atleta que sente-se extremamente injustiçado pela ausência na discussão – e não somente nesse ano. Tipicamente mais discreto, o armador Jrue Holiday colocou a modéstia um pouco de lado e cravou ser o melhor defensor em atividade na NBA já há algum tempo.
“Cara, eu sinto que sou o melhor defensor da NBA todos os anos. Não é brincadeira. Sei que existirão pessoas dizendo que sou maluco por aí, mas é a minha opinião. O que eu consigo oferecer ao meu time no lado defensivo, muita gente realmente não consegue. Sinto que deveria estar entre os candidatos ao prêmio sempre. Sério mesmo. Afinal de contas, essa não é a primeira temporada que marco nesse nível”, afirmou o veterano, em entrevista ao site Yahoo! Sports.
É verdade que a percepção de Holiday entre os seus adversários parece ser bem melhor do que o reconhecimento que recebe da NBA anualmente. Astros como Damian Lillard e Andre Iguodala já vieram a público para afirmar que o titular do Milwaukee Bucks é o melhor defensor da liga. Kevin Durant, mais de uma vez, exaltou a sua versatilidade após duelos diretos. No entanto, ele só registra duas seleções para quintetos ideais de defesa em uma década de carreira.
“Eu não sei o motivo de não ser mais reconhecido, mas, talvez, seja porque não sou tão performático ou chamativo. Não necessito de atenção, não provoco ninguém e não fico gritando em quadra. Faço o meu trabalho em quadra, deixo o ginásio e volto para casa ficar com a minha família. É o que sou pago para fazer. Não sou popular e nem desejo sê-lo. Não sou o cara que está na televisão todas as noites. E nem preciso”, garantiu o astro, minimizando a falta de visibilidade.
A noção sobre um defensor de elite, inclusive, mudou ao longo da carreira de Holiday: uma visão mais posicional deu lugar à versatilidade. Isso já gerou debates em torno da liga, chegando ao ponto de Ben Simmons apontar que Rudy Gobert não deveria ser considerado para o prêmio de defensor do ano por mostrar dificuldades marcando fora do garrafão. O pivô do Utah Jazz viu-se obrigado até a sair de quadra nos playoffs por ser explorado em trocas de marcação no perímetro.
“Se você é o melhor marcador em quadra, por que haveria qualquer condição defensiva que forçaria você a ser retirado do jogo? Não faz sentido. Só por excesso de faltas. Não importa se está encarando uma formação mais baixa, alta. Não sei quando foi a última vez que um armador levou o prêmio, mas posso dizer que já fiz tudo defensivamente. Marco quatro posições, movo meus pés, luto contra bloqueios e até protejo o aro”, refletiu o veterano, parecendo concordar com Simmons.
Holiday acredita que deveria atrair mais atenção por seu rendimento defensivo, mas, no fim das contas, garante não se sentir frustrado com a condição. Pelo contrário. “Eu não fico bravo com tudo isso. Estou muito bem da forma como estou, fora dos holofotes. Só me preocupo em controlar o que posso controlar. Sei que muitos jogadores em quadra têm um enorme respeito por mim e, pessoalmente, isso significa bem mais do que um prêmio”, concluiu o especialista defensivo, realizado em sua discrição.
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