Fonte: AFPJá não dá para esconder: Bradley Beal está profundamente frustrado com a péssima temporada do Washington Wizards e vive um momento duro na carreira. O astro é o cestinha da competição e tornou-se o quinto atleta da história da liga a anotar 25 ou mais pontos nos primeiros 13 jogos de uma campanha, mas, mesmo assim, a equipe possui o pior recorde da liga. Nessa quarta-feira, após derrota para o New Orleans Pelicans, o ala-armador não aguentou e falou em tom de desabafo.
“É duro perder tanto e por tanto tempo. Não vou sentar aqui e ser inocente sobre isso. Quero vencer. É por isso que fiquei: porque quero vencer aqui. Resolvi que esse é o local onde quero ganhar. Então, é muito duro. A última temporada já havia sido bem complicada: vários jogadores lesionados, John [Wall] fora e ainda teve a COVID. E, agora, está tudo se repetindo. Sem torcida, sem mando, sem treinos. É tão difícil!”, lamentou o ala-armador, que tem média de 35.4 pontos por jogo na temporada.
Esse incômodo realmente se justifica por números que vão além da atual campanha. O Wizards caminha para o terceiro ano fora dos playoffs e Beal atingiu uma marca inédita na história da NBA: ele perdeu os últimos dez jogos em que anotou 40 ou mais pontos. As especulações sobre a frustração do jogador de 27 anos cresceram nos últimos dias, após ele ter sido flagrado absolutamente transtornado e quase chorando no banco de reservas em uma derrota recente.
“Eu preciso ser melhor lidando com as minhas emoções. A imprensa dará uma atenção exagerada para isso, mas quer saber? É isso aí mesmo: estou bravo por perder tanto. Se estivesse dando risada no banco, vocês diriam que não levo a sério. E a verdade é que odeio perder. Odeio e vou continuar mostrando isso. Eu tentarei me controlar ao máximo, mas, no final das contas, simplesmente não gosto das derrotas”, disparou o astro, dono de 47 dos 106 pontos do Wizards contra o Pelicans.
Beal reconhece que, diante de uma rotina de derrotas que nunca havia enfrentado no basquete, sua força para entrar em quadra e ter grandes atuações a cada noite é um produto que define como “divino”. “Hoje, eu só consigo agradecer a Deus por dar-me força para entrar em quadra todas as noites e fazer meu melhor, independentemente das coisas que estejam acontecendo. Não importa como estejamos jogando e o resultado final, eu estou lá”, afirmou o ala-armador.
Especula-se que o cestinha tenha uma reunião marcada com a direção e alta cúpula do Wizards nos próximos dias e um dos resultados possíveis do encontro seria um pedido de troca. Mas, por enquanto, ele não dá sinais taxativos de saída da única equipe que defendeu na NBA até hoje. Pelo contrário. O craque se vê como o líder do elenco – e, como tal, acredita ter responsabilidade maior do que qualquer outra pessoa pela pífia situação do Wizards na classificação.
“O meu trabalho é competir diariamente e, com sorte, os companheiros vão me seguir. Essa é a mentalidade hoje. Não posso deixar-me consumir por cada derrota, senão eu ficarei doido. Então, vivo cada dia de uma vez: trabalho e treino focado em melhorar. Como posso ajudar os meus companheiros para vencermos? Penso assim, pois nunca vou culpá-los ou o meu treinador por nada. A culpa é sempre minha. Essa é a narrativa que nunca muda comigo. Mas não está fácil viver assim”, desabafou Beal.
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