Apreensivo, Jaylen Brown desabafa sobre jogos em Orlando: “Não queria ir”

Ala do Celtics aponta falta de informações sobre a “bolha” até poucos dias como motivo para quase ter desistido de jogar final da temporada

Fonte: Ala do Celtics aponta falta de informações sobre a “bolha” até poucos dias como motivo para quase ter desistido de jogar final da temporada

Jaylen Brown estará em Orlando, com o uniforme do Boston Celtics, para disputar o restante da temporada a partir do final desse mês. Mas, por muito pouco, essa história não tomou um rumo diferente. O jovem ala revelou que, em grande parte pela falta de transparência da própria NBA sobre as condições da “bolha” até poucos dias atrás, ele quase desistiu de competir no fim da atual campanha. 

“Eu não posso falar por todos, mas não queria ir para Orlando. Estava apreensivo não só por causa das questões sociais, mas pelo coronavírus e alguns problemas familiares que venho enfrentando também. Além disso, informações não estavam sendo passadas. Houve um momento em que muitos de nós, os jogadores, sentíamos que não tínhamos base nenhuma”, contou o titular de Boston, em entrevista coletiva nessa segunda-feira. 

Os protocolos de saúde e segurança para o resto da temporada, de fato, demoraram para ser aprovados pelas equipes e Associação dos Jogadores. O entrave para chegada desse tipo de orientações aos atletas foi o que criou várias dúvidas, segundo Brown, na cabeça da categoria. “Quando os protocolos foram liberados, muitos de nós – inclusive, eu – passamos a ter propriedade para tomar uma decisão consciente”, disse. 

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Mas, como o ala revelou, saúde e segurança não foram os únicos pontos a deixarem-no indeciso sobre a presença em Orlando. Ele está encarando problemas pessoais que não quis detalhar. Isso sem contar, claro, a ebulição social pela qual passa os EUA com a luta antirracista ao redor do país. Foi só quando a NBA apresentou opções para que atletas possam se manifestar sobre a causa que o jovem aceitou jogar.  

“Quando eu pensei sobre a oportunidade que a liga criou para jogarmos por uma causa maior, eu entendi que precisava estar dentro. Planejo usar a minha voz quando estiver atuando em Orlando para inspirar e iluminar questões que estão sendo diminuídas por aí. Só espero que a NBA realmente entenda e apoie tudo o que queremos fazer”, indicou o jogador de 23 anos, um palestrante convidado em Harvard nas férias. 

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Muitas discussões foram levantadas, nas últimas semanas, sobre a possibilidade da volta da NBA revelar-se não uma plataforma de debate sobre a questão racial nos EUA, mas uma distração para que o movimento fosse “abafado”. Brown entende a preocupação e até admite que, no começo, concordou com a ponderação. A sua mudança de posição, porém, aposta na consciência dos jogadores que estavam nas ruas recentemente. 

“No início, eu pensei que jogar poderia servir como uma distração mesmo. Mas, agora, acho que todos vão querer assistir aos jogos e teremos voz, condições para influenciar nossas comunidades. Somente cabe a nós não sermos distrações. Temos que ir até lá para que as pessoas, na verdade, não esqueçam de George Floyd, Breonna Taylor, Travyon Martin e tantas outras vítimas do nosso país”, concluiu Brown.

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