Memória NBA: 27 anos sem Dražen Petrović

Maior jogador do basquete europeu de todos os tempos morreu aos 28 anos, em um acidente automobilístico

Fonte: Maior jogador do basquete europeu de todos os tempos morreu aos 28 anos, em um acidente automobilístico

No dia 7 de junho de 1993, o basquete perdeu um de seus maiores talentos. O ala-armador croata Dražen Petrović morreu aos 28 anos, no auge de sua carreira, em um acidente automobilístico na Alemanha. Ele voltava para Zagreb, capital de seu país, após uma partida da seleção croata em um torneio qualificatório para o Eurobasket, na Polônia. Petrovic estava dormindo no banco do passageiro. E não usava o cinto de segurança… Outras duas mulheres estavam no veículo (incluindo a namorada de Petrović, que dirigia no momento do acidente) e sobreviveram.

A história de Drazen é incrível. Aos 15 anos, ele já atuava pelo KK Šibenka, time de sua cidade-natal, e que disputava a primeira divisão da antiga Iugoslávia. Aos 18, ele liderou a equipe ao título inédito da Liga Iugoslava. Após servir o Exército por um ano, Petrović se transferiu para o Cibona Zagreb, um dos gigantes do basquete dos Balcãs. Ele levou o time a conquistar dois títulos da Euroliga (1985 e 1986). Na primeira temporada pelo Cibona, Petrović conseguiu um feito histórico: marcou 112 pontos em uma partida da Liga Croata. Foram 40 arremessos acertados em 60 tentativas. Talvez a maior exibição de um jogador de basquete profissional.

Na Euroliga de 1986, ele marcou 51 pontos, incluindo dez cestas de três pontos, e distribuiu dez assistências, na partida contra o Limoges, da França. Na mesma temporada, o ala-armador anotou 45 pontos e distribuiu 25 assistências em um jogo disputado contra o Olimpia Milano, da Itália. Suas atenções espetaculares pelo Cibona começaram a chamar a atenção da NBA. No draft daquele ano, Petrović foi selecionado pelo Portland Trail Blazers. Petrović foi a escolha número 60 daquele recrutamento. No entanto, ele foi para a NBA apenas em 1989. Na temporada anterior, ele atuou pelo Real Madrid. Petrović liderou o time espanhol na conquista da Copa dos Campeões da Europa. Na decisão, contra o Snaidero Caserta, da Itália, ele anotou 62 pontos.

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NBA

As duas primeiras temporadas de Petrović na NBA foram complicadas. O Blazers tinha um perímetro muito forte, liderado por Terry Porter e Clyde Drexler, tanto que foi vice-campeão na temporada 1989/1990. Naquele ano, o jogador croata atuou apenas 12 minutos por partida, com médias de 7.6 pontos. A segunda temporada foi ainda mais frustrante para Petrović. Seu tempo de quadra caiu para sete minutos por jogo. Ele não aguentou e pediu para ser trocado. Em janeiro de 1991, Petrovic foi negociado com o New Jersey Nets (atual Brooklyn Nets), que tinha dois jovens em ascensão (Kenny Anderson e Derrick Coleman). Naquela temporada, o tempo de quadra do jogador croata subiu para 20 minutos por partida e suas médias foram de 12.6 pontos.

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Na temporada 1991/1992, Petrović disputou todos os jogos do Nets. Em 37 minutos em quadra, ele teve médias de 20.6 pontos, 3.1 rebotes e 3.1 assistências, além de 51% de aproveitamento nos arremessos de quadra. Petrović levou o time de New Jersey aos playoffs, após seis anos. De quebra, ele foi eleito o melhor jogador da equipe na temporada.

Em 1992/1993, o jogador atingiu o auge de sua carreira. Com médias de 22.3 pontos, 2.7 rebotes e 3.5 assistências, e um aproveitamento de 51.8% nos arremessos de quadra, Petrović levou o Nets novamente aos playoffs e foi escolhido para o terceiro time ideal da NBA. Faltou apenas a indicação para o All-Star Game

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Seleções iugoslava e croata

Em 1984, aos 19 anos, Petrović disputou sua primeira Olimpíada. O time iugoslavo, que também tinha Aleksandar Petrović, irmão da lenda e atual treinador da seleção brasileira de basquete masculino, conseguiu a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos disputados em Los Angeles. Dois anos depois, a Iugoslávia ganhou o bronze no Campeonato Mundial. Em 1987, novamente uma medalha de bronze, desta vez no Campeonato Europeu de Seleções.

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Nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988, Petrović ajudou o time iugoslavo a conquistar a medalha de prata. Em 1989, a Iugoslávia foi campeã europeia e, em 1990, abocanhou o título mundial. Os principais nomes daquele time eram Petrović, Žarko Paspalj, Toni Kukoč e Vlade Divac. Em 1992, Petrovic ajudou a recém-formada República da Croácia a ganhar a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Barcelona. Aquela equipe só foi superada pelo Dream Team dos Estados Unidos…

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A briga com Vlade Divac

Na comemoração, ainda em quadra, do campeonato mundial de 1990, um torcedor invadiu a quadra para comemorar com a bandeira da Croácia. Divac, que é sérvio, tomou a bandeira do sujeito alegando que o país era a Iugoslávia. Esse gesto fez com que a imprensa croata o transformasse em vilão e o croata Petrović, que era quase um irmão, ficou magoado e se afastou de Divac, causando o início da separação dos povos que formavam o país também no esporte. Os sérvios entraram em guerra contra os croatas. A relação entre Petrović e Divac nunca mais foi a mesma.

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Recomendo a quem ainda não assistiu que veja o espetacular documentário Once Brothers, produzido em 2010 pela ESPN e pela NBA. A história é sobre o relacionamento de Petrović e Divac, que já foram próximos como irmãos, mas que se afastaram por causa da guerra. A morte de Petrović evitou que os dois curassem as velhas feridas. “Demoramos anos para criar uma amizade e a perdemos em segundos”, disse Divac, durante o documentário.

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O legado de Petrovic

Petrović morreu aos 28 anos, mas o seu nome estará para sempre gravado na história do basquete. Seis vezes escolhido o melhor jogador da Europa, inúmeros títulos com as seleções da Iugoslávia e da Croácia, camisa de número 3 retirada pelo Nets, considerado um dos melhores estrangeiros da história da NBA, maior jogador da história do basquete europeu, nomeado para o Hall da Fama do Basquete.

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Para encerrar o artigo, leiam o que dois nomes importantes ligados ao basquete falaram a respeito do gênio croata. Não preciso dizer mais nada…

“Drazen Petrović foi um jovem extraordinário, um verdadeiro pioneiro no basquete mundial. Uma parte de seu duradouro legado se deve ao fato de que ele preparou o caminho para outros atletas internacionais competirem com sucesso na NBA. Suas contribuições para o basquete foram enormes”. (David Stern, ex-comissário da NBA)

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“Foi emocionante atuar contra Drazen. Todas as vezes em que nós nos enfrentamos, ele demonstrou muita garra em quadra. Então, nós tivemos algumas grandes batalhas no passado. Infelizmente, elas foram batalhas de curta duração”. (Michael Jordan, maior jogador de basquete de todos os tempos)

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