Tiago Splitter está passando por uma situação que nunca precisou vivenciar em quase uma década de carreira na NBA. Enquanto os times se apresentam para o começo dos treinos de pré-temporada, o pivô brasileiro só acompanha a ação de longe à espera de uma proposta. E, embora a condição não seja particularmente confortável ou segura, ele está pronto para aguardar um novo chamado da liga.
“A verdade é que não tenho nada oficial. Recebi algumas sondagens, convites para participar dos treinos de pré-temporada, mas nada garantido. Continuo treinando sozinho em Los Angeles na esperança de, em breve, receber um convite. Não me ofereceram nenhum contrato e ficarei esperando. Tudo pode acontecer durante uma temporada”, disse o veterano, em entrevista ao blog Bala na Cesta.
Os últimos dois anos não foram fáceis para Splitter. Negociado pelo San Antonio Spurs em julho de 2015, ele só conseguiu atuar em 44 partidas no somatório das duas temporadas mais recentes em decorrência de lesões na panturrilha e quadril. Ele disputou oito dos últimos jogos da campanha passada do Philadelphia 76ers, provando ainda poder jogar, mas admite ainda não estar em condições ideais.
“O quadril está beleza, mas, aos 32 anos, estou em uma situação que todo jogador de fim de carreira acaba vivendo. Você acorda, treina e dorme com dor. A idade te apresenta as limitações físicas que, por sua vez, limitam seu jogo. Fiz oito partidas na temporada passada e senti-me outro jogador. Hoje, ainda estou readaptando-me ao meu corpo. Essa é a verdade”, reconheceu o veterano.
E, se a oportunidade com um time ainda não pareceu, Splitter aproveita o tempo “livre” para pensar mais à frente. Ele não esconde que, com a carreira chegando terminando, encara investir na carreira de técnico como uma forte possibilidade. “Enquanto as ofertas como atleta não chegam, estou acompanhando os treinos do Golden State Warriors, Atlanta Hawks e Spurs”, revelou.
O aparente tímido interesse ao redor da liga pode levantar dúvidas sobre existir, de fato, um mercado para o brasileiro na NBA. Recentemente, sem propostas nos EUA, o armador Marcelinho Huertas resolveu retornar ao basquete europeu após dois anos. O pivô também possui portas abertas no velho continente, como um ídolo do Baskonia, mas sequer cogita atravessar o Atlântico neste momento.
“Isso ainda não passa pela minha cabeça. Meu foco é a NBA e vejo meu futuro aqui nos EUA. Quero estar aqui ainda. Não fecho as portas para nada, até porque essa próxima temporada vai dizer muito sobre os próximos passos de minha carreira. O mais importante agora é manter-me focado, treinando duro e com a cabeça no lugar”, concluiu Splitter, à espera e preparado para atender o telefone.
