Conferência Leste: Toronto Raptors (3º) x (6º) Milwaukee Bucks
Confrontos na temporada: Raptors 3 X 1 Bucks
25 NOV – Raptors 105 x 99 Bucks
12 DEZ – Bucks 100 x 122 Raptors
27 JAN – Bucks 86 x 102 Raptors
04 MAR – Raptors 94 X 101 Bucks
Datas do confronto
15-04: Bucks x Raptors – 18h30 (em Toronto)
18-04: Bucks x Raptors – 20h00 (em Toronto)
20-04: Raptors x Bucks – 21h00 (em Milwaukee)
22-04: Raptors x Bucks – 16h00 (em Milwaukee)
24-04: Bucks x Raptors – 20h00 (em Toronto)*
27-04: Raptors x Bucks – Horário a ser definido (em Milwaukee)*
29-04: Bucks x Raptors – Horário a ser definido (em Toronto)*
* Se necessário
Horários de Brasília
https://www.youtube.com/watch?v=TOyHbEBbcEM
Toronto Raptors (51-31)
Maior sequência de vitórias: seis (entre 23 de novembro e 03 de dezembro; entre 17 e 27 de março)
Maior sequência de derrotas: cinco (entre 18 e 25 de janeiro)
Time-base
Kyle Lowry (PG)
DeMar DeRozan (SG)
DeMarre Carroll (SF)
Serge Ibaka (PF)
Jonas Valanciunas (C)
Reservas com mais tempo de quadra
Cory Joseph (PG)
P.J. Tucker (SF)
Patrick Patterson (PF)
Norman Powell (SG)
Lucas “Bebê” Nogueira (C)
Técnico: Dwane Casey
Líderes (temporada regular)
Pontos: DeMar DeRozan (27.3)
Rebotes: Jonas Valanciunas (9.5)
Assistências: Kyle Lowry (7.0)
Roubos de bola: Kyle Lowry (1.5)
Bloqueios: Lucas “Bebê” Nogueira (1.6)
https://www.youtube.com/watch?v=V_5IQ5APgbY
Milwaukee Bucks (42-40)
Maior sequência de vitórias: seis (entre 03 e 11 de março)
Maior sequência de derrotas: cinco (entre 15 e 21 de janeiro; entre 25 de janeiro e 03 de fevereiro)
Time-base
Malcolm Brogdon (SG)
Tony Snell (SG)
Khris Middleton (SG)
Giannis Antetokounmpo (SF)
Thon Maker (C)
Reservas com mais tempo de quadra
Matthew Dellavedova (PG)
Greg Monroe (C)
John Henson (C)
Jason Terry (PG)
Mirza Teletovic (PF)
Técnico: Jason Kidd
Líderes (temporada regular)
Pontos: Giannis Antetokounmpo (22.9)
Rebotes: Giannis Antetokounmpo (8.8)
Assistências: Giannis Antetokounmpo (5.4)
Roubos de bola: Giannis Antetokounmpo (1.6)
Bloqueios: Giannis Antetokounmpo (1.9)
Análise do confronto
O Bucks é um dos matchups mais singulares da NBA: desafiando o tradicionalismo, a equipe atua com um quinteto titular sem armador de ofício – os benefícios de ter um Giannis Antetokounmpo no elenco – e repleto de jogadores capazes de marcar múltiplas posições. É um grupo jovem e muito inconstante, mas essa versatilidade transforma o time em uma ameaça nos dois lados da quadra nos dias certos. Dito isso, o diferencial não parece funcionar contra o Raptors.
Os comandados de Jason Kidd não apresentaram uma boa defesa nesta temporada (só a 19ª mais eficiente da liga), mas a situação foi pior contra os canadenses. Na verdade, Milwaukee não chegou nem perto de marcar o Raptors de forma eficaz e sofreu absurdos 113.2 pontos por 100 posses de bola nas quatro partidas entre as franquias. O saldo de pontuação na mesma métrica apontou vantagem de mais de dez pontos em favor de Toronto nesses confrontos diretos. Os números sugerem um atropelo. Mas por que?
O perímetro do Bucks fez um péssimo trabalho evitando infiltrações na campanha e é uma das equipes que mais cederam arremessos a cinco pés ou mais próximo da cesta, o que revela-se a receita do fracasso quando você bate de frente com dois dos principais infiltradores da liga em DeMar DeRozan e Kyle Lowry. A dupla teve aproveitamento de 50% nos arremessos de quadra no combinado dos confrontos contra Milwaukee, sendo que a única derrota do Raptors nesses quatro jogos aconteceu na ausência de Lowry.
As infiltrações não causam estrago por si só, com as cestas próximo do aro. Entre Lowry ou DeRozan, um deles cobrou dez ou mais lances livres em três das quatro partidas. Além disso, o Bucks é um dos times que mais permitem pontos em tiros de longa distância dos corners (resultado comum de drive and kicks), enquanto o Raptors foi a oitava equipe que mais criou esse tipo de arremesso na temporada. Isso torna-se mais perigoso quando lembramos que Serge Ibaka jogou só um dos quatro encontros.
Como neutralizar esses problemas? As respostas não parecem estar tão evidentes e Kidd não soa ter encontrado a “formação ideal” para encarar o adversário nos jogos anteriores. Analisando somente os quatro jogos contra o Raptors, só dois jogadores ainda no elenco do Bucks possuíram um net rating positivo: Mirza Teletovic e Khris Middleton (que só esteve em uma das partidas). A maioria dos titulares tiveram os bons números positivos contrabalanceados por trágicos índices defensivos (acima dos 120 pontos cedidos por 100 posses).
A sugestão mais lógica seria escalar um armador de ofício para tentar conter Lowry (Matthew Dellavedova), um pivô de ofício para conter Valanciunas e proteger o aro (John Henson ou Greg Monroe) e/ou Teletovic para espaçar a quadra – um tipo de jogador que costuma complicar a defesa de Toronto. Mas, neste caso, o Bucks cai em uma pergunta essencial: vale a pena abandonar sua principal característica e virtude – a versatilidade ao extremo – para apostar nessas formações bem mais convencionais? Difícil de avaliar.
O Raptors tem um dilema essencial que causa curiosidade em todos: quem será o marcador de Antetokounmpo? O ala teve médias de 24.8 pontos, 7.8 rebotes, 7.0 assistências e quase 59% de aproveitamento nos arremessos de quadra nos jogos contra os canadenses. Números impressionantes, que só não geraram mais efeito porque o Bucks sofreu ridículos 120.9 pontos por 100 posses de bola com o grego esteve em quadra. Ou seja, o Raptors “sobrevive” ao astro pela incapacidade do Bucks em defender.
Para começar, a pergunta é ingrata: devem existir quatro ou cinco jogadores na liga aptos a marcar Antetokounmpo, do alto de todos os seus recursos técnicos, físicos e atléticos. Mas, na ausência do defensor ideal, o Raptors tem o melhor “plano B” possível: diversas alternativas. P.J. Tucker, DeMarre Carroll, Patrick Patterson e Ibaka são jogadores de abordagem bem diferentes que podem ser usados para tentar parar a referência de Milwaukee. Tucker e Ibaka, inclusive, atuaram em apenas um dos jogos entre os times na temporada regular.
Todos os encaixes defensivos, na verdade, poderiam ser um grande problema para os canadenses pelo fato de tratar-se de um time que gosta de usar formações com dois armadores – uma de suas armas são os quintetos que juntam vários reservas com Lowry. Mas, novamente, a fraca defesa do Bucks contrabalanceia as coisas e dão caminho para que eles ataquem sem muita resistência – o que resulta em net ratings monstruosos para atletas como Cory Joseph (+10.7 em 120 minutos), Norman Powell (+11.5 em 66 minutos) e Kyle Lowry (sensacionais +24.6 em 111 minutos) contra Milwaukee.
Os números e teste visual dão ampla vantagem para o Raptors porque o Bucks não consegue marcá-lo eficientemente. Se as coisas mudarem e Jason Kidd encontrar uma formação funcional que seja, essa série pode ficar interessante: o Bucks é um dos times mais jovens e empolgantes dos playoffs e podem ter o melhor atleta da série em algumas partidas (Antetokounmpo) – o que é sempre perigoso para os favoritos. Uma zebra não é impossível, mas o roteiro do filme que vimos até aqui teria que mudar muito.
E, mesmo que mude, os canadenses são muito fortes. Embora Dwane Casey seja péssimo fazendo ajustes nos playoffs (principal motivo para as eliminações da equipe em anos anteriores), a franquia terminou a temporada muito bem e trouxe reforços pontuais. Ao lado dos poderosos Warriors e Spurs, o Raptors é a única equipe que terminou entre as oito defesas e ataques mais eficientes da liga. É um time que, embora muita gente ainda trate como uma piada, aprendeu a vencer nos dois lados da quadra. Isso é importante nos playoffs – e muito mais do que podemos dizer sobre o Bucks.
Palpite: Raptors em cinco jogos.