Utah Jazz
Campanha em 2015-16: 40-42, 9° na conferência Oeste
Playoffs: não se classificou
Técnico: Quin Snyder (terceira temporada)
GM: Dennis Lindsey (quinta temporada)
Destaques: Gordon Hayward, Derrick Favors
Time-base: George Hill – Rodney Hood – Gordon Hayward – Derrick Favors – Rudy Gobert
Elenco
11 – Dante Exum, armador
3 – George Hill, armador
8 – Shelvin Mack, armador
25 – Raul Neto, armador
10 – Alec Burks, ala-armador
5 – Rodney Hood, ala-armador
20 – Gordon Hayward, ala
2 – Joe Ingles, ala
23 – Chris Johnson, ala
6 – Joe Johnson, ala
22 – Joel Bolomboy, ala-pivô
15 – Derrick Favors, ala-pivô
41 – Trey Lyles, ala-pivô
33 – Boris Diaw, pivô
27 – Rudy Gobert, pivô
24 – Jeff Withey, pivô
Quem chegou: Boris Diaw, Joe Johnson, George Hill, Joel Bolomboy (draft)
Quem saiu: Trey Burke, Trevor Booker, Tibor Pleiss
Revisão
O Jazz parecia ter uma vaga certa nos playoffs, mas deixou escapar a chance na reta final da temporada. O grande desempenho, fundamentalmente defensivo, em março e abril de 2015, criou grandes expectativas para o rendimento do jovem elenco do Jazz em 2015/16. O que era para ser uma temporada marcada pelo retorno da equipe aos playoffs acabou de forma melancólica, com derrotas inacreditáveis no momento derradeiro (conseguiu perder um confronto decisivo, em casa, contra os reservas do Los Angeles Clippers).
O excesso de lesões e a falta de experiência para ganhar jogos acabou fazendo a diferença. Apenas dois titulares – Gordon Hayward e Rodney Hood – atuaram em mais de 62 partidas. Dante Exum perdeu toda a temporada, Alec Burks jogou apenas 31 jogos, Rudy Gobert lesionou o ligamento colateral medial do joelho esquerdo. Com tantos desfalques, Hayward acabou sobrecarregado. Apesar do brasileiro Raulzinho ter ido bem em sua temporada de estreia na NBA, a equipe precisava de um armador mais experiente e capaz de dividir a criação de jogadas com o camisa 20.
Em linhas gerais, o trabalho de Quin Snyder à frente do Jazz pode ser considerado muito bom. Em dois anos, ele deu uma cara ao time. Com o elenco saudável, e um armador mais experiente, a equipe de Utah provavelmente teria chegado à pós-temporada sem sustos.
O perímetro
O Jazz trouxe dois atletas para adicionar qualidade e experiência ao seu perímetro: George Hill e Joe Johnson. O primeiro é o armador ideal para atuar no esquema de jogo do time de Salt Lake City, em que o ala Gordon Hayward é o grande responsável pela criação de jogadas. O ex-jogador do Indiana Pacers não precisa da bola nas mãos para ser útil, já que é bom arremessador de longa distância e tem a capacidade de marcar múltiplas posições.
Já com relação a Johnson, a equipe ganha poder de decisão, pois ele é um dos melhores da liga nos últimos anos em matar bolas nos momentos cruciais das partidas. Contratado a princípio para ser um “reserva de luxo”, Johnson vai começar 2016/17 como titular no lugar de Hayward, desfalque certo para os primeiros 13 jogos da campanha em razão de uma fratura no dedo anelar da mão esquerda. O camisa 20, por sinal, é o grande nome do Jazz e vai fazer falta no início da temporada. Hayward é um jogador capaz de fazer de tudo um pouco em quadra: arma o time, mata bola de longe, sabe infiltrar no garrafão adversário e não compromete na defesa. Em suma, todo treinador gostaria de ter um jogador com tantas qualidades assim.
O outro titular do perímetro do Jazz é o jovem Rodney Hood. Uma das gratas surpresas da última temporada, o ex-jogador da Universidade de Duke se encaixou como uma luva no time de Utah. Hood traz consistência nos arremessos de média de longa distância, tem boa visão de quadra e joga de forma altruísta.
Além dos jogadores citados, o Jazz conta com dois armadores que brigarão por minutos na rotação (Shelvin Mack e Raulzinho), dois alas-armadores que prezam pela agressividade no jogo ofensivo (Dante Exum e Alec Burks, este ainda não está totalmente recuperado de uma grave lesão na fíbula) e um ala experiente que tem um estilo de jogo parecido com o de Hayward (Joe Ingles).
Especificamente sobre Raulzinho, a vida do armador brasileiro não será fácil em 2016/17. Ao contrário do que aconteceu em sua temporada de estreia, quando foi titular em 53 jogos, ele aparece, a princípio, como a terceira opção na armação da equipe (atrás de Hill e Mack). O jovem atleta brasileiro já mostrou que é um bom defensor. O próximo passo é se tornar um arremessador consistente e ser mais efetivo como criador de jogadas.
O técnico Quin Snyder terá uma difícil tarefa em administrar minutos para tantas opções no perímetro, pois o Jazz possui nove jogadores para atuarem nas posições 1, 2 e 3. Dependendo do que ocorrer ao longo da temporada, pelo menos um deles deve ser trocado, especialmente Raulzinho, Mack e Burks.
O garrafão
https://www.youtube.com/watch?v=IUDyTYW-9b8
Me arrisco a dizer que o time de Salt Lake City conta com a melhor dupla defensiva de garrafão da NBA. Derrick Favors e Rudy Gobert foram os grandes responsáveis pelo ótimo desempenho defensivo do Jazz na temporada passada. Em 2015/16, a equipe foi a segunda melhor em média de pontos sofridos (95.9), atrás somente do San Antonio Spurs (92.9), e a sétima em eficiência defensiva (cederam apenas 101.6 pontos a cada 100 posses de bola). Além da qualidade na marcação, Favors melhorou como finalizador e arremessador de média distância, tanto que foi o segundo cestinha do time. Já Gobert entra forte para brigar pelo título de melhor defensor da temporada. Se não tivesse desfalcado tanto a equipe (ausente de 21 jogos por motivo de lesão), o pivô francês poderia ter sido mais bem votado na eleição do melhor defensor em 2015/16.
Como Snyder não abre mão de jogar com formações altas, o outro reforço contratado pelo Jazz na offseason pode ter um papel importante na caminhada de volta aos playoffs. Boris Diaw agrega experiência, inteligência em quadra e criatividade no ataque. O quarto jogador da rotação de garrafão do time de Utah é o jovem Trey Lyles, que vem de um grande desempenho nas ligas de verão e na pré-temporada. O ex-jogador da Universidade de Kentucky, assim como o “Zé Colmeia francês”, é capaz de espaçar a quadra e tem boa visão de jogo para um jogador do seu tamanho. Além disso, Lyles é dono de um sólido controle de bola e finaliza bem em torno e de costas para a cesta. Em suma, Snyder conta com quatro opções de garrafão com características que se completam.
Os outros jogadores de garrafão da equipe são o pivô Jeff Withey, que se destaca essencialmente na proteção do aro, e o ala-pivô Joel Bolomboy, especialista em rebotes, que foi selecionado na segunda rodada do draft deste ano. Ambos deverão ter pouco tempo de quadra em 2016/17.
Análise geral
O Jazz foi agressivo na offseason e trouxe três reforços experientes e qualificados para retornar aos playoffs depois de cinco anos na “seca”. Em 2015/16, o time ficou perto de alcançar a pós-temporada, mas foi minado pelo grande número de lesões e pela incapacidade de fechar jogos na parte final da temporada regular. O que parecia ser uma temporada de ressurgimento acabou em frustração pela eliminação precoce.
O técnico Quin Snyder vai para o terceiro ano à frente do time de Salt Lake City e já consolidou sua filosofia de jogo: ações ofensivas mais cadenciadas (única equipe a ter menos de 95 posses por jogo em 2015/16), formações altas e marcação forte. Por jogar em um ritmo muito lento para os padrões atuais da NBA, o Jazz não é tão bonito de se assistir, mas inegavelmente tem uma identidade.
Aliás, Snyder vai ter um desafio nesta temporada: encontrar espaço na rotação para 13 jogadores que jogaram regularmente por suas franquias na campanha passada. Com as inúmeras lesões em 2015/16, ter um elenco homogêneo e numeroso pode fazer a diferença na hora do “vamos ver”. A meu ver, o Jazz foi bem no mercado e se posicionou como um sério candidato a conseguir a classificação para os playoffs. Tem um treinador bastante capacitado, jovens talentosos e veteranos com poder de fogo capazes de levar a equipe ao próximo nível.
Previsão: 7° lugar na conferência Oeste