Miami Heat (48-34)
Playoffs: eliminado nas semifinais do Leste em sete jogos pelo Toronto Raptors
MVP da campanha: Dwyane Wade (19.0 pontos, 4.1 rebotes, 4.6 assistências, 1.1 roubada)
Pontos Positivos
– O Miami Heat voltou aos playoffs, mesmo sem Chris Bosh em quase metade da temporada. E isso aconteceu em um ano em que todos os times da conferência Leste se classificaram com ao menos 44 vitórias.
– Para quem achava que Hassan Whiteside seria fogo de palha, o pivô provou o contrário e de cara, liderou a liga em bloqueios (3.7 por jogo). Além disso, obteve média de duplo duplo (14.2 pontos e 11.8 rebotes) e evoluiu sensivelmente nos lances livres.
– Goran Dragic estabeleceu-se como armador titular na NBA e em Miami, o esloveno vai ganhando espaço e admiração da diretoria, tanto que foi tratado como prioridade quando tornou-se agente livre.
– A diretoria trabalhou e conseguiu confirmar a chegada do veterano Joe Johnson para a fase final. Embora não tenha sido o mesmo dos tempos de Atlanta Hawks, Johnson ajudou o Heat a se classificar para os playoffs e foi titular nos 14 jogos de mata-matas.
Pontos Negativos
– Bosh, mais uma vez. Não por seu jogo, pois possui grandes qualidades em quadra. Mas pelo segundo ano seguido, o ala-pivô sofreu com os coágulos e perdeu a parte final da temporada.
– O Heat melhorou o controle de bola, cometeu menos erros de ataque em relação aos anos anteriores, mas ainda assim foi apenas o 18° no quesito.
– Josh McRoberts chegou ao Heat para ser titular. A ideia de Spoelstra era utilizar Bosh como pivô, enquanto McRoberts jogaria ao seu lado. Mas a contusão antes de 2014-15 prejudicou tudo. Fora de forma física e abaixo do esperado na parte técnica, viu Whiteside ganhar espaço e a condição de um dos principais jogadores da equipe. Virou moeda de troca.
– Faltou sorte ao Heat. O time tinha chances reais de lutar pelo título da conferência Leste, mas mais uma vez, Bosh teve problemas de saúde. Além disso, Wade passou longe de ser o grande jogador que sempre foi durante a temporada regular e deixou de arremessar de longa distância.
Análise
A temporada do Heat pode ser dividida em duas partes. A primeira, com Bosh, e a segunda, depois do diagnóstico que evidenciou a volta dos coágulos. Nos 53 jogos iniciais, o ala-pivô atuou em todos e foi, de fato, o melhor jogador da equipe. O time, no entanto, não estava bem. Até então, havia contabilizado 29 vitórias e 24 derrotas (54.7% de aproveitamento). Acontece que, sem Bosh, o Heat jogou como time. Todo mundo precisou contribuir mais para suprir sua ausência. E deu certo. Nos 29 jogos restantes, a franquia da Flórida venceu 19 (65.5%) e garantiu o terceiro lugar na conferência Leste.
Havia, claro, a esperança de que Bosh pudesse retornar às quadras nos playoffs. Mais por parte da torcida e da mídia do que da diretoria. Ele não voltou. Mas Pat Riley trabalhou para deixar o time nos eixos e trouxe Joe Johnson, após ter sido dispensado pelo Brooklyn Nets. Johnson levou não só experiência, mas também a qualidade no arremesso de longa distância e nos passes. O Heat melhorou.
Dizer que sem Bosh o Heat foi melhor, é raso. Não é isso. A questão é que os jogadores fizeram algo a mais que até então, não estava acontecendo. Caso ele voltasse, o time seria ainda mais perigoso para os adversários. Até Amare Stoudemire precisou tirar a última gota de suor para fazer a equipe ser competitiva.
O Heat foi eficiente na defesa, especialmente no interior, com Whiteside. O pivô driblou suas falhas e deu estabilidade ao garrafão, liderando a liga em tocos e garantindo os rebotes (terceiro da liga). Foi essencial para conduzir a equipe aos playoffs e entrou no segundo time de defesa da NBA. Isso, para um jogador que foi atuar no exterior porque não tinha espaço em time algum dois anos antes.
Luol Deng fez mais do mesmo. Defendeu bem (embora um pouco abaixo dos anos de Bulls), contribuiu no ataque quando necessário e jogou até como ala-pivô para ajudar Erik Spoelstra nas formações mais baixas.
Nos playoffs, o Heat fez uma série dura contra o Charlotte Hornets e saiu vencedor após sete jogos, mas acabou sendo eliminado na semifinal, diante do Raptors, dando fim a era Wade.
Futuro
Sem o camisa 3, que optou por deixar Miami rumo ao Chicago Bulls, o Heat precisa de uma nova identidade. Se Bosh não tiver condições de jogar, aí é que a situação piora. Com ele, vai brigar por uma vaga entre os oito melhores do Leste. Sem ele, minha opinião é que fica difícil encarar adversários que se reforçaram.
Riley não abriu a carteira para contratar novas peças. Aliás, até o fez para manter Tyler Johnson, que havia acertado com o Nets. Meio caro, eu acho. Mas se vai gastar todo esse dinheiro (US$ 50 milhões por quatro anos), é porque algo foi visto no jovem ala-armador, que pode ser titular nesta temporada ou seria até mesmo o reserva de Dragic.
Josh Richardson apareceu bem nos playoffs, mas já é um problema para o início da nova campanha. Lesionado, deve ficar de fora por cerca de dois meses e retornaria às quadras em meados de novembro.
De bom, é que Whiteside renovou e a defesa no garrafão está garantida. Resta saber ao lado de quem ele vai jogar.
Além de Wade, Deng também saiu. Foi para o Los Angeles Lakers. Johnson rumou para o Utah Jazz. Assim, Justise Winslow ganhará espaço e mais tempo de quadra.
Chegaram Dion Waiters, Derrick Williams, James Johnson, Willie Reed, Stefan Jankovic, Wayne Ellington e Luke Babbitt. Ficou devendo, não? Perdeu três titulares de peso (Wade, Deng e Johnson) e ganhou um amontoado de reservas. Tenebroso.
O Heat deu alguns passos para trás. Vários deles. Cabe ao técnico Spoelstra tentar algo novo e é esperado que o time jogue em transição em 2016-17, com Bosh e Dragic no comando. É suficiente para se classificar?