Los Angeles Lakers (17-65)
Playoffs: não se classificou
MVP da campanha: Kobe Bryant (17.6 pontos, 3.7 rebotes, 2.8 assistências)
https://www.youtube.com/watch?v=GCJM2p9WF94
Pontos Positivos
– A despedida de Kobe Bryant foi, provavelmente, a melhor notícia do Los Angeles Lakers na temporada. Não sua saída, claro, mas a forma que deixou o basquete naquele jogo épico contra o Utah Jazz, quando anotou 60 pontos. Sensacional!
– Aos poucos, Jordan Clarkson mostrou ser o sucessor natural de Kobe. Ainda não está pronto, mas provou ser um cestinha eficiente e que possui talento para ajudar na armação. O ala-armador foi quem mais jogou em 2015-16 pelo time angelino.
– O ala-pivô Julius Randle teve um ano de altos e baixos, mas conseguiu equilíbrio suficiente para terminar a temporada com média de duplo duplo (11.3 pontos, 10.8 rebotes), algo que não acontecia desde 2012-13, com Dwight Howard.
Pontos Negativos
– A idade pesou, as lesões aumentaram de intensidade e Kobe precisou abandonar a NBA. Ficou bem abaixo do que se entende por seu normal em diversos jogos, não conseguiu produzir e acabou optando pela aposentadoria.
– Roy Hibbert. Precisa de explicação? Boa sorte, Charlotte Hornets.
– O episódio da gravação entre D’Angelo Russell e Nick Young foi a cereja do bolo para coroar a pior temporada da história do Lakers na NBA.
– O técnico Byron Scott tinha uma barca furada nas mãos. Todo mundo sabia disso. Vencedor do prêmio de Melhor Treinador, em 2007-08, Scott não conseguiu gerenciar o time nem fora das quadras e viu mais um trabalho jogado pelo ralo. A culpa não é só dele, é bem verdade. A diretoria fez um “ótimo” papel. Todo mundo de parabéns.
Análise
Bryant sabia que não tinha muita lenha ainda para queimar, mas ainda assim, encarou todo um processo de reabilitação física em busca de conduzir o Lakers a uma temporada digna. Aos 37 anos, porém, viu-se sem a menor condição de fazer isso sozinho e anunciou que 2015-16 seria a sua última. A partir disso, a única intensão da diretoria foi dar a ele a chance de se despedir jogo a jogo. Kobe foi aplaudido por onde passou, teve seu nome gritado por torcidas adversárias e saiu com o dever mais do que cumprido.
No entanto, a temporada não foi só a derradeira do camisa 24. Uma série de erros aconteceu desde a formação do elenco, escolhas pouco inteligentes da diretoria e de seu treinador, e por fim, um verdadeiro show de horrores protagonizado por Russell e Young, que custou ao veterano o rompimento com a noiva Iggy Azalea.
Foram apenas 17 vitórias ao longo de 82 partidas. Algumas delas, impressionantes, como aquela sobre o Golden State Warriors e a última, diante do Jazz.
Marcelinho Huertas demorou a se adaptar ao basquete da NBA. Cometeu falhas bisonhas, foi alvo de chacota da mídia por conta da defesa, mas deu a volta por cima no fim da fase regular, fez boas apresentações e obteve médias de 6.6 pontos e 4.6 assistências em cerca de 22 minutos após a parada para o Jogo das Estrelas.
Agora, o que foi aquilo com Hibbert? Para um atleta que ganhou U$ 15 milhões no ano, o pivô foi uma piada de péssimo gosto, que o torcedor vai demorar para esquecer. Não defendeu, não atacou, não fez nada direito. Parecia estar em uma turnê de férias com os amigos.
O bom é que tudo isso acabou.
Futuro
Acabou até certo ponto, pois a diretoria inflacionou o mercado na primeira hora de agência livre ao dar um salário astronômico ao pivô Timofey Mozgov (US$ 64 milhões por quatro anos). Ou seja, já começou dando dinheiro demais para o cara errado. Pode até ser que o russo surpreenda e faça valer cada centavo, mas até lá, foi uma das piores contratações em termos de custo-benefício de 2016-17.
No entanto, isso fez com que outros times abrissem seus cofres e, de repente, pode ter sido uma das jogadas mais inteligentes de todos os tempos. Ainda mais sabendo que o teto salarial vai aumentar novamente e a luxury tax pode chegar aos U$ 122 milhões.
De qualquer forma, é algo que só poderá ser respondido daqui um ano.
Até lá, o Lakers terá muito trabalho a ser feito. Luke Walton foi contratado para o lugar de Scott após entregar o Golden State Warriors com folga na liderança do Oeste para Steve Kerr. É óbvio que ninguém acredita que Walton vai fazer milagres, mas existe a confiança de que será um trabalho melhor do que foi apresentado pelos antigos treinadores da equipe nos últimos anos.
Russell mostrou-se bem confiante nas Ligas de Verão, arremessou bem de longa distância e produziu grandes lances. Deve evoluir bastante para o seu segundo ano na NBA, especialmente se procurar mais por seus companheiros em quadra. Seu reserva imediato deverá ser Jose Calderon, enquanto Huertas vem para ser a terceira opção na posição. O contrário pode acontecer, até porque o espanhol está em fase final de carreira e teve uma temporada terrível em 2015-16.
O time contratou, além de Mozgov, o ala Luol Deng. Tudo bem que não é mais o mesmo que jogou no Chicago Bulls. As contusões estão “segurando” Deng a cada temporada, mas é esperado que seja titular. Se o time jogar com formação baixa, pode até ser o ala-pivô, com o excelente prospecto Brandon Ingram na ala. Aí, sobra para Randle.
O pivô Ivica Zubac ganhou elogios da diretoria e da comissão técnica durante a Summer League. Tem potencial para garantir alguns minutos na temporada de estreia, apesar de apenas 19 anos.
A aposta é que Clarkson seja o cestinha dessa equipe em reconstrução. O jovem ala-armador atingiu médias de 15.3 pontos e 4.0 rebotes em 2015-16 e, sem Kobe, pode e deve ganhar ainda mais espaço, enquanto Lou Williams será o sexto homem.
O chinês Yi Jianlian vai tentar a sorte na NBA mais uma vez. Pode até dar certo, pois é talentoso. A questão é saber se terá espaço. Ao que tudo indica, nem tanto.
O Lakers não deverá se classificar para os playoffs pela quarta temporada consecutiva, aumentando ainda mais o recorde negativo. Nomes de peso foram especulados, mas ninguém se interessou em ser o capitão de uma equipe que passa por reconstrução. A franquia tem peso, tem tradição. Só não pode jogar tudo pelos ares assim. Precisa ser grande em quadra. Não só no nome.