Dizer que Russell Westbrook anotou um triplo-duplo em uma partida da NBA virou um fato comum. Ele alavancou, porém, a atuação a um patamar inédito na história moderna do jogo nesta terça-feira. O craque do Oklahoma City Thunder igualou-se ao lendário Wilt Chamberlain (1968) e tornou-se o segundo atleta a registrar 20 pontos, 20 rebotes e 20 assistências em um jogo da liga.
“Esse é um momento inacreditável, que deixa-me totalmente agradecido por jogar basquete. Sou agradecido por poder competir em alto nível, ter companheiros que sempre estão ao meu lado e fazer o que amo. Não há como definir essa sensação em palavras, para ser sincero. Simplesmente entro em quadra e faço o que posso fazer”, contou o armador, após a vitória sobre o Los Angeles Lakers.
Para Westbrook, a atuação de 20 pontos, 20 rebotes e 21 assistências teve uma simbologia ainda maior do que o fator histórico. Ele deixou a quadra dedicando o jogo ao rapper Nipsey Hussle, que foi assassinado no último domingo. A morte do músico abalou a comunidade dos atletas da NBA, repleta de declarados fãs, mas o ex-MVP da liga também era um amigo de longa data do letrista.
“Eu sabia que Russell tinha um amigo muito querido que havia falecido nos últimos dias, então sabia o que tudo isso significava. Ele conversou comigo, explicou o que passou. Vimos que vários jogadores ficaram sentidos por Nipsey, mas, para ele, a morte realmente causou forte impacto pessoal”, revelou o treinador Billy Donovan, que manteve o comandado em quadra nos minutos finais para alcançar o recorde.
Paul George também conseguiu sentir a influência da morte de Nipsey na atuação histórica de Westbrook. O ala tem uma forte ligação com os dois envolvidos (é um conterrâneo do cantor e uma das pessoas mais próximas do armador no elenco do Thunder) e, embora possa soar algo muito subjetivo, acredita que a homenagem para o rapper não poderia ter sido mais adequada.
“Senti que a morte de Nipsey mudou o ambiente do nosso vestiário. Nós estávamos empolgados e inspirados. E o que Russell fez, cara, foi épico. Foi uma atuação com o coração, que mostra do que ele é ‘feito’. Não há muitos atletas como Russell e é preciso um episódio especial para inspirar uma performance histórica como a que vimos aqui hoje”, descreveu George, reverenciando as histórias escritas por Westbrook e Hussle.
