Fonte: AFPPoucos jogadores recebem maior volume de críticas na NBA do que Russell Westbrook por nunca ter sido campeão da NBA. Constantemente, o craque do Washington Wizards é acusado de priorizar estatísticas e recordes individuais em detrimento de resultados e glórias coletivas. Ele foi novamente alvo de “ataques” dessa natureza nos últimos dias, por parte do controverso Stephen A. Smith, e rebateu o comentarista da ESPN com um desabafo contundente, uma das declarações mais enfáticas de sua carreira.
“Não costumo falar muito e ficar debatendo com as pessoas, mas não vou deixar mais que criem narrativas para me criticarem. Uso minha imagem e voz para ajudar várias pessoas ao redor do mundo diariamente. Ninguém pode tirar isso de mim. Então, um título não vai mudar a minha vida. Eu sou feliz. Eu sou um campeão. Tornei-me um campeão assim que cheguei à NBA. Isso é muito maior do que basquete”, disparou o armador, em entrevista após a derrota do Wizards para o Charlotte Hornets.
Smith discutiu o impressionante triplo-duplo protagonizado por Westbrook na última segunda-feira (35 pontos, 14 rebotes e 21 assistências), tornando-se o recordista de TDs da história do Wizards após somente 38 partidas disputadas pelo time, e não se mostrou particularmente reverente com os feitos. Para o polêmico analista, a atuação era apenas mais um capítulo na carreira de um jogador de estatísticas inacreditáveis, mas que empalideciam diante do seu fracasso como competidor.
“Eu cresci nas ruas e olha onde cheguei. Não preciso de um troféu para ser campeão. Conheço várias pessoas que possuem títulos da NBA e são miseráveis, não fizeram nada por suas comunidades e pelo mundo. Para mim, um legado não será baseado naquilo que faço em quadra. Não jogarei basquete para sempre. Meu legado é o que faço fora das quatro linhas, como impacto e inspiro a jornada de outras pessoas. Esse é o fator que norteia a minha carreira inteira”, reforçou o atleta de 32 anos.
Em sua crítica, Smith ainda chama a atenção para o papel de Westbrook na campanha decepcionante do Wizards: o time venceu apenas 17 de 46 jogos, ocupa a 12a posição do Leste e segue longe até da zona de classificação para o play-in. Não há dúvidas de que os resultados da parceria do ex-MVP da liga com Bradley Beal deveriam ser muito melhores. O craque, porém, não se abala com os comentários negativos porque já são uma constante em seu dia-a-dia como jogador profissional.
“Não há nenhum jogador na NBA que receba o volume de críticas diárias que recebo, mas eu sempre vou encarar isso como algo positivo. Isso quer dizer que, obviamente, tenho feito algo direito se sou assunto para as pessoas. É assim que me sinto. Tenho jogado basquete a minha vida inteira e não vou deixar que ninguém detenha-me de alcançar os meus objetivos, cumprir os meus planos e fazer as coisas que tenho feito para o mundo”, cravou o quarto selecionado do draft de 2008.
E Westbrook ainda termina com um contra-ataque: o experiente astro, com sua vasta vivência sob os holofotes, acredita que Smith serve como um exemplo do que há de errado com a imprensa especializada dos EUA. Ele acusa comentaristas dessa linha, especialmente, de tratar as pessoas por trás do esporte com descuido e uma visão simplista do esporte. O armador acredita ser problemático, particularmente, a forma como os jogadores universitários e colegiais são abordados pelos analistas.
“Não somos só nós, jogadores profissionais, que são afetados. Vejo jogos do basquete universitário e esses comentaristas podem falar o que quiserem sobre os atletas, em rede nacional. Eles não conhecem os garotos, as famílias de cada um, de onde todos vêm e o que enfrentaram na vida. Não têm ideia de problemas e dor envolvidos para que possam estar em quadra naquele momento. Ainda assim, uma coisa que digam pode definir a imagem, a carreira e a vida dos jovens”, criticou Westbrook.
