Visita ao Departamento Médico #8 – Concussão (NBA / NFL)

Kaio Kleinhans fala sobre a lesão que vem se tornando cada vez mais comum nas Grandes Ligas norte-americanas

Fonte: Kaio Kleinhans fala sobre a lesão que vem se tornando cada vez mais comum nas Grandes Ligas norte-americanas

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Nesta nova edição, falaremos sobre um novo problema que tem sido muito discutido no meio esportivo recentemente: a concussão. Tentaremos aqui traçar um paralelo entre os casos na NBA e na NFL, a Liga de Futebol Americano dos EUA – onde vemos a lesão em muito maior incidência.

O que é uma concussão cerebral?

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A concussão é uma lesão causada por traumas na cabeça – diretos (pancadas) ou indiretos (trancos) – que acabam gerando movimentos de aceleração e desaceleração do cérebro dentro da calota craniana, podendo causar alterações nas funções cerebrais. Os sintomas são os mais variados, passando por dores de cabeça, tontura, náusea, desequilíbrio, raciocínio confuso, dificuldade de concentração, perda de memória, irritabilidade, visão turva e outras.

Geralmente, a concussão exige alguns dias para ser curada e, se não for tratada completa e corretamente, pode tornar-se um problema crônico por período variável. Caso não seja curada, a lesão pode levar até mesmo à morte do atleta. O tempo de repouso e inatividade é essencial tanto para recuperar o paciente, quanto para que o jogador alcance novamente seu rendimento máximo.

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Esta é uma lesão que está se tornando cada vez mais comum no esporte mundial. Em estudos recentes, constatou-se que são registrados de dois a três milhões de casos de concussão na prática de esportes anualmente. Seu diagnóstico é especialmente complicado porque mesmo tomografias e ressonâncias magnéticas, exames de excelência e confirmação para a maioria das patologias, não detectam este problema específico.

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O correto a se fazer depois de uma “batida na cabeça” é ir ao médico e fazer os exames, inclusive os dois já citados, pois vão avaliar (e consequentemente descartar) complicações como hemorragias e traumatismos encefálicos graves, além de outras disfunções cerebrais. Porém, o único exame capaz de confirmar concussão chama-se IMPACT: uma técnica de verificação desenvolvida na Universidade de Pittsburgh que usa um programa computadorizado para identificar a lesão a partir de testes cognitivos.

O problema na NBA e na NFL

Muitos casos de concussões têm sido registrados recentemente e o problema acabou ficando mais em evidência porque, hoje, os jogadores são obrigados a se afastarem das quadras e campos por alguns dias quando lesionados. O período, como já foi falado anteriormente, é o tempo necessário para que a lesão seja mais bem avaliada, confirmada e recuperada. É um descanso importante para a recuperação do corpo – principalmente, do cérebro.

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Com as complicações cada vez mais visíveis ao público, o problema “atormenta” e complica as Grandes Ligas dos EUA. A NFL sentiu isso no bolso recentemente, quando foi processada por um grupo de quatro mil ex-atletas que sofreram concussão e resolveram cobrar seus direitos. Para evitar a exposição negativa, a Liga de Futebol Americano acabou fechando acordo com as “vítimas” e pagou aproximadamente US$800 milhões em indenizações, benefícios médicos e até financiamento de estudos sobre a concussão no esporte.

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O dinheiro gasto fez com que a NFL apertasse o cerco contra o problema, investigando e controlando melhor a situação das equipes e jogadores que sofram a lesão durante jogos. Entre outras medidas, a liga criou a “Madden Rule”: regra que obriga os atletas com concussão a deixarem as partidas e irem para um lugar mais calmo (geralmente, o vestiário). Esta regra foi instaurada oficialmente após duas infrações terem sido cometidas em duelos de playoffs, com jogadores sob suspeita de concussão voltando aos campos para atuar sem avaliação médica adequada.

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Na NBA, a situação é menos recorrente – ao menos, por enquanto – porque trata-se de um esporte menos “violento” – com menor número de trombadas e pancadas entre os atletas. No entanto, nos últimos anos, a situação também se complicou e exigiu medidas da liga. Hoje, a NBA possui um modus operandi bastante específico e rígido para lidar com os jogadores contundidos, desde a pancada até o retorno às quadras:

– A qualquer sinal de possível concussão, o jogador é retirado de quadra e levado a um lugar tranquilo para ser mais bem avaliado pela junta médica da franquia;
– Se a concussão for confirmada, ele está fora do jogo e automaticamente afastado por tempo indeterminado;
– O jogador só poderá voltar a qualquer atividade física quando os sintomas de concussão tiveram desaparecido e seus exames estiverem compatíveis com os realizados antes do início da temporada;
– O retorno às quadras passa obrigatoriamente por uma série de atividades crescentes que são acompanhadas de perto por médicos: bicicleta ergométrica, corrida leve, trabalho de bola e treinos sem contato. Ele passa pelas etapas e é reavaliado ao fim de cada uma para ser liberado. Se voltar a sentir sintomas, o teste é automaticamente suspenso;
– Mesmo se o jogador tiver passado pelos testes, sua volta aos jogos deve ser aprovada em uma discussão entre o médico do time e o diretor do programa de concussão da NBA, Dr. Jeffrey Kutcher.

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O grupo de jogadores que perderam partidas por causa desta lesão nas últimas duas temporadas inclui: Nikola Vucevic (Magic), Stephen Curry (Warriors), George Hill (Pacers), Anthony Davis (Pelicans), Pau Gasol (Lakers) e Nicolas Batum (Blazers). É provável que o número de incidências só cresça nos próximos anos e é importante que a NBA esteja trabalhando para evitar que a saúde dos atletas fique comprometida.

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